25 janeiro, 2020

Papa Francisco: sem nos cansarmos, invoquemos o dom da unidade entre os cristãos



O Pontífice conclui na tarde deste sábado (25), com a celebração das Vésperas da Conversão de São Paulo, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. A celebração na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, reuniu representantes de diversas Igrejas e comunidades eclesiais. Na homilia, o Papa encorajou a “juntos, sem nunca nos cansarmos, continuar a rezar para invocar a Deus o dom da plena unidade entre nós”. 

Andressa Collet, Jackson Erpen – Cidade do Vaticano 

No final da tarde deste sábado (25), no dia da conversão de São Paulo Apóstolo e da conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o Papa Francisco presidiu as Vésperas na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma. Na homilia, o Pontífice, mais uma vez, levantou o tema de reflexão deste ano: o da hospitalidade, desenvolvido pelas Igrejas cristãs de Malta e Gozo, a partir do Livro dos Atos dos Apóstolos que trata do argumento ao receber – com gentileza e humanidade - Paulo e os seus companheiros na ilha de Malta. 

A viagem ecuménica conjunta

Trata-se também da “nossa viagem ecuménica”, ressaltou o Pontífice, conduzida à unidade que Deus tanto deseja. Uma viagem feita inclusive por “fracos e vulneráveis” e pouco materialmente a oferecer, mas que “alicerçam a própria riqueza em Deus”, como as comunidades cristãs:
“Mesmo as menores e menos relevantes aos olhos do mundo fazem a experiência do Espírito Santo, vivem o amor a Deus e ao próximo, têm uma mensagem a oferecer a toda a família cristã. Pensemos nas comunidades cristãs marginalizadas e perseguidas. [...] Enquanto discípulos de Jesus, devemos, portanto, estar atentos a não nos deixarmos atrair por lógicas mundanas, mas colocar-mo-nos à escuta dos pequenos e dos pobres, porque Deus ama enviar as suas mensagens por meio deles, que mais se assemelham ao seu Filho feito homem.”
Abraçar as comunidades 

Outro aspeto abordado pelo Papa orienta-nos para a prioridade de Deus que é a salvação de todos, como aconteceu  no naufrágio de Paulo, quando cada um contribuiu para a salvação de todos:
“É um convite a não nos dedicarmos exclusivamente às nossas comunidades, mas a abrir-nos ao bem de todos, ao olhar universal de Deus, que se encarnou para abraçar todo o gênero humano e que morreu e ressuscitou para a salvação de todos. Se, com a sua graça, assimilamos a sua visão, podemos superar as nossas divisões. [...] Também entre os cristãos, cada comunidade tem um dom para oferecer aos outros. Quanto mais olharmos para além dos interesses de parte e superarmos as heranças do passado no desejo de avançar em direção a um ancoradouro comum, mais seremos capazes de espontaneamente reconhecer, acolher e partilhar esses dons.”
A gentileza com irmãos cristãos 

O Papa Francisco então revelou um terceiro e último aspeto, que também estava no centro desta Semana de Oração: a hospitalidade. O Pontífice relembrou como os habitantes de Malta acolheram Paulo e os seus companheiros, com gentileza e benevolência. “O fogo aceso na praia para aquecer os náufragos é um belo símbolo do calor humano que inesperadamente nos rodeia”, acrescentou.
“Desta Semana de Oração, gostaríamos de aprender a ser mais hospitaleiros, antes de tudo entre nós, cristãos, também entre irmãos de diferentes confissões. A hospitalidade pertence à tradição das comunidades e das famílias cristãs. Os nossos idosos ensinaram-nos com o exemplo, que à mesa de uma casa cristã há sempre um prato de sopa para o amigo de passagem ou para o necessitado que bate à porta.”
O Papa exortou ainda a não perdermos estes costumes que são do Evangelho e devem ser reavivados. E ao saudar representantes das diversas Igrejas e comunidades eclesiais reunidas para a celebração, o Pontífice finalizou:

“Juntos, sem nunca nos cansarmos, continuemos a rezar para invocar a Deus o dom da plena unidade entre nós."
VN

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