Praça São Pedro no Angelus
(ANSA)
A novidade
"chocante" do Natal é que o Verbo eterno se fez carne. Na recitação da
oração mariana, Francisco explica como Jesus continua a vir a nós
para que cada um possa responder ao chamamento para ser santo na caridade,
preservando a gratuiticidade do dom que Deus nos deu.
Silvonei José - Cidade do Vaticano
Acolher "com alegria e gratidão" o plano divino de amor "para o homem
e o mundo", realizado em Jesus Cristo. Esta é a exortação do Papa
durante o Angelus deste domingo, na Praça São Pedro, no segundo domingo
do Tempo de Natal.
Novidade chocante
Enquanto continuamos a contemplar o "sinal admirável do Presépio",
Francisco convida a "ampliar o olhar" e a tomar “plena consciência do
significado do nascimento de Jesus" através das leituras bíblicas deste
domingo, em particular a carta de São Paulo Apóstolo aos Efésios e o
Evangelho.
A novidade
"chocante" do Natal é que o Verbo eterno se fez carne. Na recitação da
oração mariana, Francisco explica como Jesus continua a vir até nós
para que cada um possa responder ao chamamento para ser santo na caridade,
preservando a gratuiticidade do dom que Deus nos deu.
O Evangelho, com o Prólogo de São João, mostra-nos a novidade
chocante: o Verbo eterno, o Filho de Deus, "fez-se carne". Ele não só
veio para morar entre o povo, mas tornou-se um do povo, um de nós!
Depois deste evento, para orientar as nossas vidas, não temos mais apenas
uma lei, uma instituição, mas uma pessoa, uma Pessoa divina, Jesus, que
guia as nossas vidas, a fazer o caminho porque Ele o fez primeiro.
Papa Francisco
Predestinados a sermos filhos de Deus
São Paulo, continua o Pontífice, abençoa a Deus "pelo seu plano de
amor realizado em Jesus Cristo". Neste plano cada um de nós - observa -,
encontra a sua "vocação fundamental": somos "predestinados" a sermos
filhos de Deus "através da obra de Jesus Cristo". O Filho eterno, se fez
carne, portanto, para "introduzir-nos na sua relação filial com o Pai".
A Liturgia deste domingo diz-nos que o Evangelho de Cristo não é
uma fábula, não é um mito, nem uma história edificante. O Evangelho de
Cristo é a plena revelação do plano de Deus para o homem e para o mundo.
É uma mensagem ao mesmo tempo simples e grandiosa, que nos leva a questionar-mo-nos: que projeto concreto o Senhor colocou em mim, atualizando
ainda o seu nascimento entre nós? É o apóstolo Paulo que sugere a
resposta: "Deus escolheu-nos para sermos santos e imaculados perante Ele
na caridade".
Tornar-nos santos no amor
Este, afirma Francisco, é o significado do Natal. "Se o Senhor
continua a vir a nós, se continua a dar-nos o dom da sua Palavra", é
para que cada um de nós possa responder ao chamamento para "tornar-nos santos
no amor".
Santidade é preservar o dom que Deus nos deu. Só isto: preservar a
gratuiticidade. Isto é ser santo. Portanto, quem acolhe a santidade em si
mesmo como um dom de graça, não pode deixar de traduzi-la em ações
concretas na vida quotidiana. Este dom, esta graça que Deus me deu, eu a
traduzo em ação concreta na vida quotidiana, no encontro com os outros.
Esta caridade, esta misericórdia para com o próximo, reflexo do amor de
Deus, ao mesmo tempo que nos purifica o coração e nos dispõe ao perdão,
torna-nos dia após dia "imaculados", mas imaculados não no sentido de
que eu removo uma mancha: imaculados no sentido de que Deus entra em
nós. O dom, a gratuiticidade de Deus entra em nós e nós a preservamos e a
damos aos outros.
Pôr em prática o compromisso de paz
Após a recitação da oração mariana, o Papa saudou os peregrinos
presentes e recordou a solenidade da Epifania nesta segunda-feira e, no
primeiro domingo de 2020, renovou a todos os seus desejos "de serenidade
e paz no Senhor".
Nos momentos felizes e difíceis, confiemo-nos a Ele, que é a nossa
esperança! Recordo também o compromisso que assumimos no Dia de Ano
Novo, Dia da Paz: "A paz como caminho de esperança: diálogo,
reconciliação e conversão ecológica". Com a graça de Deus, seremos
capazes de colocá-lo em prática.
VN
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