A Natividade (Giotto)
Em destaque, a atividade do Papa e da Santa Sé. Foi publicada esta sexta-feira (03/01) a Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Enfermo, programado para 11 de fevereiro. Tuíte do Pontífice no dia em que a Igreja celebra o Santíssimo Nome de Jesus. Na quinta-feira, a mensagem em vídeo dedicada à paz para a intenção de oração de janeiro
Sergio Centofanti - Cidade do Vaticano
Francisco convida toda a Igreja a rezar pela paz: é a intenção do mês
de janeiro relançada pela Rede mundial de oração do Papa. Na sua mensagem em video o Pontífice fala novamente da fraternidade universal, exorta a abater
os muros entre as religiões e as ideologias: somos todos irmãos e
juntos, crentes e não-crentes, podemos construir a paz e a justiça no
mundo. Para Deus somos todos seus filhos: como Pai, quer-nos unidos e
não divididos.
O diálogo e a cultura do encontro propostas por Francisco não são
para nivelar ou eliminar as diferenças: pode-se dialogar somente a
partir da identidade. A Mensagem para o Dia Mundial do Enfermo mostra
claramente qual é a identidade cristã integral: por vezes as ideologias
de esquerda e de direita procuram puxar a Igreja para o seu lado acentuando
alguns valores ao invés de outros. Mas a fé não se deixa aprisionar
pelas opiniões políticas, de partidos ou das filosofias.
Assim, Francisco repete claramente que a vida deve ser tutelada
“desdo seu nascer até ao seu morrer: requerem-no, ao mesmo tempo, tanto a
razão quanto a fé em Deus”. Por conseguinte, convida os profissionais da
saúde a defender sempre a dignidade e a vida da pessoa, “sem nenhuma
cedência a atos de natureza eutanásica, de suicídio assistido ou
supressão da vida, nem mesmo se o estado da doença for irreversível”.
O Papa recorda que em certos casos é necessário recorrer também à
objeção de consciência. Ao mesmo tempo, quando se fala em respeito pela
vida, não se pode pensar somente no aborto e eutanásia. O respeito
concerne a todos e, em particular, aos pobres: o Papa pede que haja
justiça social, pede o acesso aos cuidados médicos para todos, sem
esquecer aqueles que vivem na pobreza. Respeitar a vida é também lutar
pela justiça.
No dia 3 de janeiro a Igreja celebra o Santíssimo Nome de Jesus. A nossa identidade nasce de Cristo: de facto, o cristão é um “alter
Christus”. No tuíte de sexta-feira o Papa recorda isto com igual
clareza: “A salvação está no nome de Jesus. Devemos dar testemunho
disso: Ele é o único Salvador”.
Mas essa identidade não é fechamento, não é para excluir ou separar. A
Declaração Dominus Iesus, assinada pelo cardeal Joseph Ratzinger e
aprovada no terceiro trimestre do ano 2000 por João Paulo II, especifica
isto muito bem: a Igreja é necessária para a salvação, mas é preciso
considerar que Deus quer salvar todos. É a chamada vontade salvífica
universal.
Por isso, para aqueles que não são visivelmente membros da Igreja, “a
salvação de Cristo é acessível em virtude de uma graça que, mesmo tendo
uma relação misteriosa com a Igreja, não os introduz formalmente nela,
mas ilumina-os de Cristo, é fruto do seu sacrifício e é comunicada
pelo Espírito Santo”.
Jesus está próximo mesmo de quem não o sabe. Para nós que o sabemos,
faz bem repetir durante o dia, inclusive no coração, o Nome de Jesus: dá
força, faz-nos sentir que Ele está ao nosso lado e está connosco. Num
mundo que nos oferece tantos “salvadores”, esta oração do coração nos
faz experimentar que verdadeiramente, somente em Jesus há salvação,
afirma Francisco.
VN
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