21 junho, 2019

Papa sobre bullying: jovens, encontrem a própria identidade sem diminuir o outro!

 
 
Francisco passou a manhã de sexta-feira (21) em Nápoles, mas uma mensagem em vídeo produzida com antecedência aos jovens das Scholas Occurrentes foi divulgada durante a tarde. A Fundação promove evento de lançamento da maratona online de 24h sobre prevenção e combate ao bullying e ao cyberbullying. 
 
Andressa Collet – Cidade do Vaticano

O Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo aos participantes de um evento internacional sobre como prevenir e combater o bullying e o cyberbullying que acontece nesta sexta-feira (21) na sede da Fundação Scholas Occurrentes, em Roma.

Mais de cem relatores, entre jovens de 20 países, representantes de organizações sociais e especialistas do mundo académico estão reunidos para a conferência online #StopCyberbullyingDay | 24h Scholas Talks. Durante a maratona virtual, que pode ser seguida em tempo real pelo site da Fundação (www.scholasoccurrentes.org), também será apresentado o primeiro relatório global sobre o cyberbullying feito pela Scholas, depois da sondagem a mais de 5 mil jovens. 

A busca pela própria identidade

Na mensagem do Papa, o agradecimento inicial sobre o trabalho e o esforço da Fundação em realizar atividades desse porte sobre a questão do bullyismo que, segundo Francisco, nasce da falta de identidade dos jovens:

“Um problema que me preocupa muito é aquele que cada um de vós encontre a sua própria identidade, e isso sem precisar de diminuir ou obscurecer a identidade dos outros. Encontrar a própria identidade é um caminho, é um caminho de diálogo, é um caminho de reflexão, é um caminho de interioridade.”

Quem não percorre essa estrada, afirma o Papa na mensagem, acaba por “agredir ou diminuir a identidade dos outros” para “se sentir superior”, e aí é que nasce o bullying, “um fenómeno de auto-compensação e de auto-valorização”.

“É um aprender a olhar de cima a baixo e mal. Não se esqueçam que somente é lícito a uma pessoa olhar de cima a baixo, sabem quando? Quando está a ajudar a levantar alguém. Outra maneira de olhar de cima a baixo não é lícita.”

E quando eta atitude acontece no meio de grupos de jovens, no colégio e no bairro, por exemplo, acontecem diferentes formas de agressão e de bullying, garante o Pontífice: nesse momento “vê-se a pobreza da própria identidade de quem agride, que necessita agredir para se sentir pessoa”. E o Papa alerta:
“ Na farmácia não vendem remédios contra o bullying, os laboratórios ainda não conseguiram a fórmula; enquanto isso, o que fazer? A única maneira é o partilhar, o conviver, o dialogar, o escutar o outro, ter tempo de caminhar juntos, ter tempo porque é o tempo aquele que cria a relação. ”
“Não tenham medo do diálogo!”
 
O Papa Francisco continua a orientar os jovens e, para tanto, segue com os conselhos:

“Não tenham medo de dialogar: cada um de nós tem algo para dar ao outro. Cada um de nós tem algo bom para dar ao outro, cada um de nós precisa de receber algo bom do outro. O diálogo, o diálogo que nos torna iguais, não em identidade – temos identidades diferentes – mas torna-nos iguais ao longo do caminho. Somos caminhantes, todos iguais, todos caminhamos, mas todos diferentes, então, todos em harmonia.”

Ao finalizar a mensagem em vídeo dirigida à maratona online de 24 horas para prevenir e sensibilizar sobre o tema do bullying, o Papa Francisco exorta:
“ Declarem a guerra ao bullying, porque ele diminui a dignidade; e joguem pelo diálogo, joguem pelo caminhar juntos, joguem pela paciência de escutar o outro. Então será uma paz forte, e essa mesma paz forte fará com que descubram a própria identidade. Que Deus vos abençoe e, vamos em frente, não tenham medo do diálogo, vale a pena! ”
VN

Sem comentários:

Enviar um comentário