(RV)
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“Salve, Mater Misericordia…"
Foi em tom quase de oração, retomando palavras deste antigo hino, que
o Papa iniciou a sua homilia no dia 1 de Janeiro à tarde, na Basílica
Santa Maria Maior, onde acabava de abrir a Porta Santa. Hino da fé de
gerações que pedem a intercepção e a consolação de Nossa Senhora….Mãe da
Misericórdia… insistiu o Papa chamando a atenção para a Porta Santa, a
Porta da Misericórdia, que acabava de abrir, uma Porta mais do que nunca
apropriada para este Ano Jubilar em que invocamos a misericórdia de
Deus. Quem atravessa esta Porta - disse - pode ter a certeza de que terá
ao seu lado a companhia de Nossa Senhora, mãe da Misericórdia. É a Mãe
de Deus que perdoa, que dá o perdão, fruto original da fé cristã. Ela
que foi capaz, ao pé da Cruz, de perdoar aqueles que estavam a matar o
seu Filho inocente. Por isso, é o ícone da forma como a Igreja deve
estender o seu perdão a todos quantos o invocam. Ela ensina que o
“perdão oferecido no Gólgota não tem limites”, e “o perdão da Igreja
deve ter a mesma extensão daquele de Jesus na Cruz e de Maria a seus
pés. Não há alternativa”.
“Mãe da esperança e Mãe da graça, Mãe cheia de Santa alegria“
O Papa retoma mais uma vez o hino mariano antigo e de autor
desconhecido para dizer que a graça, a esperança, a alegria são dons de
Cristo e, Maria dando-nos Jesus, faz-nos o dom do perdão que renova a
vida e enche de verdadeira felicidade. Isto permite olhar para o futuro
com a alegria de quem espera.
E ainda em tom de oração, o Papa passou a citar este salmo: “Cria em
mim, oh Deus, um coração puro, renova em mim um espírito firme. Dá-me a
alegria da tua salvação” . E prosseguiu com estas palavras:
“A força do perdão é o verdadeiro antídoto à tristeza
provocada pelo rancor e pela vingança. O perdão abre à alegria e à
serenidade porque liberta a alma do pensamento de morte, enquanto que o
rancor e a vingança ofuscam a mente e laceram o coração, tirando-nos o
repouso e a paz. Coisas más, são o rancor e a vingança”
O Papa convidou todos a atravessar a Porta Santa da Misericórdia com a
certeza da companhia de Nossa Senhora e a nos deixarmos acompanhar por
Ela na descoberta da beleza do encontro com o seu Filho.
No final da Missa no altar mor da Basílica, o Papa dirigiu-se à
capela Mariana em que está protegido o ícone de Nossa Senhora Salus
Popoli Romani, abriu a cancela com o mesmo gesto com que tinha aberto a
Porta Santa, deteve-se um instante em oração silenciosa e depois pôs um
ramalhete de flores junto do ícone em homenagem a Nossa Senhora.
Incensiou-a em sinal de veneração e saiu, detendo-se depois alguns
instantes no átrio da Basílica com a multidão a quem saudou e recordou
que Nossa Senhora nos trouxe a misericórdia de Deus que é o seu Filho. E
tal como já tinha feito no final da homilia, pediu para que repetissem
com ele três vezes: “ Santa Mãe de Deus, Santa Mãe, Santa Mãe de Deus” .
E a todos desejou um bom ano cheio da misericórdia de Deus, que perdoa
tudo, tudo…
(DA)
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