(RV) Domingo
24 de janeiro. Aos milhares de fiéis e peregrinos presentes na Praça de
S. Pedro o Papa Francisco recordou o Evangelho deste 3° domingo do
Tempo Comum em que o evangelista Lucas, antes de apresentar o discurso
programático de Jesus em Nazaré, resume a sua actividade evangelizadora.
Uma actividade, disse o Papa, que ele realiza com o poder do Espírito
Santo, com uma palavra original e cheia de autoridade, pois manda até
nos espíritos impuros e estes lhe obedecem – Ele, Jesus, é diferente dos
mestres do seu tempo e é também diferente de João Batista, que
proclama o julgamento iminente de Deus, enquanto Jesus anuncia o seu
perdão de Pai.
Em seguida Francisco chamou a atenção
para o importante evento na sinagoga de Nazaré, quando Jesus se levanta
e lê a passagem de Isaías onde está escrito: "O Espírito do Senhor está
sobre mim; porque ele me consagrou com a unção e me enviou a anunciar a
boa nova aos pobres". Então, depois de um momento de silêncio disse,
com o espanto de todos: "Cumpriu-se hoje mesmo esta Escritura que
acabais de ouvir".
E o Papa falou da evangelização dos pobres como missão da Igreja e de cada cristão:
“Evangelizar os pobres: esta é a
missão de Jesus; esta é também a missão da Igreja e de cada baptizado na
Igreja. Ser cristão e ser missionário é a mesma coisa. Anunciar o
Evangelho, com a palavra e, antes de tudo, com a vida, é a finalidade da
comunidade cristã e de cada um dos seus membros. Nota-se aqui que Jesus
dirige a boa nova a todos, sem excluir ninguém, antes pelo contrário,
privilegiando os mais distantes, os sofredores, os doentes, os
descartados pela sociedade”.
Mas o que significa evangelizar os pobres? E o Papa Francisco explicou:
“Significa aproximá-los, servi-los,
libertá-los da sua opressão, e tudo isso em nome e com o Espírito de
Cristo, porque é Ele o Evangelho de Deus, é Ele a misericórdia de Deus,
é Ele a libertação de Deus, é Ele que se fez pobre para nos enriquecer
com a sua pobreza. O texto de Isaías … indica que o anúncio messiânico
do Reino de Deus já presente entre nós dirige-se de modo preferencial
aos marginalizados, aos prisioneiros, aos oprimidos”.
Provavelmente no tempo de Jesus estas
pessoas não estavam no centro da comunidade de fé, observou o Papa. E
convidou todos a se perguntarem se hoje, nas nossas comunidades
paroquiais, nas associações, nos movimentos, somos fiéis ao programa de
Jesu e se a evangelização dos pobres, o levar-lhes a boa notícia, é a
prioridade. Mas com atenção, advertiu, não se trata de fazer assistência
social, muito menos actividade política - trata-se de oferecer a força
do Evangelho de Deus, que converte os corações, cura as feridas,
transforma as relações humanas e sociais segundo a lógica do amor.
E o Papa pediu à Virgem Maria, Mãe
dos evangelizadores, para que nos ajude a sentir fortemente a fome e a
sede do Evangelho que existe no mundo, especialmente no coração e na
carne dos pobres e faça que cada um de nós e cada comunidade cristã
possa testemunhar concretamente a misericórdia que Cristo nos deu.
Após a oração mariana do Angelus o
Papa saudou cordialmente a todos os fiéis e peregrinos vindos de
diferentes paróquias da Itália e de outros países, bem como as
associações e famílias. Em particular, saudou os participantes da
conferência promovida pela "comunidade mundial para a meditação cristã".
A todos o Papa desejou um bom domingo
e um bom almoço. E pediu por favor, para que não se esqueçam de rezar
por ele e se despediu com o habitual: ARRIVEDERCI! (BS)
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