18 abril, 2015

Erradicar o tráfico de seres humanos - Papa Francisco

(RV) O Papa Francisco recebeu em audiência ao fim da manhã deste sábado 18 de abril, na Aula do Consistório do Vaticano, os participantes na Sessão Plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, a quem agradeceu antes de tudo por aquilo que a Academia faz para aprofundar o conhecimento das novas formas de escravidão e para erradicar o tráfico de seres humanos, com o único propósito de servir ao homem, especialmente os marginalizados e excluídos. E Papa Francisco sublinhou:

“Como cristãos, vos sentis interpelados pelo Sermão da Montanha do Senhor Jesus e pelo "Protocolo" com o qual seremos julgados no fim da nossa vida, segundo o Evangelho de Mateus: "Bem-aventurados os pobres, bem-aventurados os que choram, bem-aventurados os mansos, bem-aventurados os puros de coração, bem-aventurados os misericordiosos, bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça: estes possuirão a terra, estes serão filhos de Deus, estes verão a Deus".

Os "abençoados pelo Pai" (explicou o Papa),  os seus filhos que o verão, são aqueles que se preocupam com os últimos, e que amam os mais pequeninos dentre os seus irmãos: "Tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes", diz o Senhor. E hoje, disse o Papa, entre esses irmãos mais necessitados estão aqueles que sofrem a tragédia das modernas  formas de escravidão, como o trabalho forçado, a prostituição, o tráfico de órgãos e as drogas.

Tantos santos e santas na Igreja, como S. Pedro Claver e S. João de Matha combateram a escravidão num momento histórico em que esta era muito difusa e socialmente aceite (infelizmente também no mundo cristão) porque era um grande negócio, disse Papa Francisco, reiterando que a abolição histórica da escravatura como estrutura social é consequência directa da mensagem de liberdade trazida ao mundo por Cristo.
Mas infelizmente, num sistema económico dominado pelo lucro nasceram as novas formas de escravidão, piores que as primeiras, disse o Papa:

 “Infelizmente, num sistema económico global dominado pelo lucro, desenvolveram-se novas formas de escravidão em alguns aspectos piores e mais desumanas que aquelas do passado. Ainda mais hoje, portanto, seguindo a mensagem de redenção do Senhor, somos chamados a denunciá-las e combatê-la”

E o Papa recorda em seguida quanto tem afirmado várias vezes dizendo que estas novas formas de escravidão – tais como o tráfico de seres humanos, o trabalho forçado, a prostituição, o comércio de órgãos - "são crimes gravíssimos, uma chaga no corpo da humanidade contemporânea", sublinhando a este propósito:

“Toda a sociedade é chamada a crescer nesta consciência, especialmente no que diz respeito à legislação nacional e internacional, de modo que os traficantes sejam levados à justiça e os seus injustos ganhos reorientados para a reabilitação das vítimas. Devem-se procurar as modalidades mais adequadas para penalizar aqueles que são cúmplices deste mercado desumano”.

E o Papa concluiu a sua mensagem encorajando aos presentes a continuarem neste trabalho com o qual, guiados pela luz do Evangelho, contribuem para tornar o mundo mais consciente destes desafios, dizendo-lhes que é preciso construir  a cidade terrena à luz das bem-aventuranças e assim caminharmos para o Céu na companhia dos pequeninos e dos últimos. E o Papa a todos deu a sua bênção. (BS)

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