(RV) Na
noite desta Sexta-Feira Santa o Papa Francisco presidiu à Via Sacra no
Coliseu de Roma. As meditações preparadas pelo Bispo Emérito de Novara
em Itália D. Renato Corti expressaram a Cruz como “ápice luminoso do
amor de Deus”. Um Deus que nos chama a sermos “também nós guardiões por
amor”.
São muitos milhares aqueles que em cada dia sobem ao Calvário e que
foram invocados nos textos da Via Sacra: os que vivem refugiados das
perseguições, os imigrantes que morrem na sua procura de uma vida
melhor, os que não têm trabalho e vivem na crise económica e na
precariedade, as famílias do mundo de hoje, as vítimas do tráfico
humano, os jovens feridos na sua intimidade e barbaramente profanados
com abusos sexuais, os que sofrem a tortura e a pena de morte.
A Cruz da Via Sacra no Coliseu de Roma foi transportada por pessoas
representativas de tantas destas realidades e sofrimentos com especial
relevo para os cristãos de África e do Medio Oriente.
No final da 14ª estação o Santo Padre fez a seguinte oração:
“A tua via-sacra é a síntese da tua vida, ícone da tua obediência à
vontade do Pai. É a prova da tua missão. O peso da tua cruz liberta-nos
de todos os nossos fardos. Na tua obediência à vontade do Pai, nós nos
damos conta da nossa rebelião e desobediência. Em ti, vendido, traído e
crucificado pela tua gente, nós vemos as nossas quotidianas traições e
infidelidades.”
“Na tua inocência, vemos a nossa culpa; no teu rosto desfigurado,
vemos a brutalidade dos nossos pecados. Na crueldade da tua paixão,
vemos a crueldade do nosso coração e das nossas ações. Ao sentir-te
abandonado, vemos todos os abandonados pelos familiares, pela sociedade.
No teu corpo sacrificado, vemos os corpos dos nossos irmãos abandonados
nas ruas, desfigurados pela nossa negligência e indiferença.”
“Em ti, divino Amor, vemos ainda hoje os nossos irmãos perseguidos,
decapitados e crucificados pela sua fé em ti, sob nossos olhos ou com
frequência com o nosso silêncio cúmplice. Imprime no nosso coração
sentimentos de fé, esperança, caridade, de dor pelos nossos pecados e
leva-nos a arrepender pelos nossos pecados que te crucificaram. Leva-nos
a transformar a nossa conversão feita de palavras em conversão de vida e
de obras. Jesus Crucificado, reaviva em nós a esperança, para que não
se perca seguindo as seduções do mundo; guarda em nós a caridade, que
não se deixe enganar pela corrupção e a mundanidade.”
“Ensina-nos que a Sexta-Feira Santa é o caminho para a Páscoa da
ressurreição. Ensina-nos que Deus jamais esquece cada um dos seus filhos
e jamais se cansa de nos perdoar e de abraçar. E ensina-nos a não nos
cansarmos de pedir perdão e a acreditar na misericórdia sem limites do
Pai.” (RS)
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