(RV) “O Santo Padre disse muito claramente que não quer demissões” – quem proferiu esta afirmação foi o Prefeito da Secretaria para a Economia, Cardeal George Pell, em entrevista concedida à jornalista Elisabeta Piqué do jornal argentino ‘La Nación’. O purpurado, acerca dos recursos humanos do Vaticano, não exclui “mudanças de setor e posição” e talvez mesmo “ofertas para aposentação antecipada, com incentivos financeiros”.
Tal processo será feito “lentamente, com sensibilidade, respeitando as pessoas” – precisou o Cardeal Pell -, que confidenciou ainda “ter aprendido sobre finanças no terreno”, trabalhando “na administração das instituições da Igreja durante 40 anos” e de se ter iniciado no setor “nos tempos de estudante”.
“Fui encarregado pela livraria do Colégio da Propaganda Fidei, que estava falida e era boicotada por 30 grupos editoriais, pois não podia pagar as dívidas. Eu dei uma reviravolta nesta situação, simplesmente deixando de comprar livros que ninguém encomendava”, explicou o Cardeal Pell.
O objetivo das mudanças em andamento no Vaticano – observou o Cardeal Pell – é o de “melhorar a coordenação, a transparência e a eficiência das finanças, evitando a confusão e o controlo por parte de poucos”.
Recordemos que foi o Cardeal Pell a apresentar na semana passada as decisões do Santo Padre relativas ao IOR, ao Fundo de Pensões, à APSA e aos meios de comunicação social do Vaticano. No encontro com os jornalistas na passada quarta-feira, dia 9, o Cardeal deixou claro o objetivo da “transparência” e da clareza preconizando a implementação de “standards financeiros internacionais” nos dicastérios e nas administrações da Santa Sé:
“Antes de mais estamos trabalhando sobre os standard financeiros internacionais que deverão ser seguidos em todos os dicastérios e nas secções da Santa Sé e do Governatorato. De momento estamos na fase em que é indicada claramente a direção e os objetivos que queremos atingir. Quando dizemos isto referimo-nos a uma substancial transparência. Portanto, serão realizados relatórios anuais e estes relatórios serão realizados externamente.”
Seguindo esta exigência financeira, a Secretaria para a Economia iniciará já no próximo mês de setembro a preparação do orçamento para 2015. O objetivo é que todos os dicastérios e as administrações vaticanas promovam a redação de um orçamento anual. (RS)
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