Tinha
acabado aquele retiro na Torre d’Aguilha.
Melhor
do que aquilo que posso recordar agora, “falam” as palavras que então escrevi
ao Padre Lapa.
«Louvo
o Senhor, porque no Seu divino conhecimento o colocou no meu caminho, Padre
Lapa.
Se
já tinha alguma tranquilidade, alguma paz, algum amor, tenho agora a força, a
coragem, o ânimo, a luz, a vontade e, (eu sei que não se mede), muito mais
Espírito Santo.
Estou
impaciente, tenho que fazer, tenho que andar, tenho que seguir em frente. Não
posso estar parado. O Senhor irrompe permanentemente na minha mente e
felizmente não me deixa sossegado.
Nem
que eu fosse o maior poeta do mundo, o escritor mais dotado, encontraria as
palavras certas para descrever um pouco sequer do que sinto.
Estou
feliz, estou cheio, estou repleto, estou renascido, estou com Jesus no coração,
o Espírito Santo no meu ser, abandonado nos braços do Pai, Nosso Deus…»
A
resposta foi imediata:
«Louvo
o Senhor por tudo o que está a acontecer na tua vida e, através de ti, pela
força do Espírito Santo, na vida de muita gente…
Toda
a Comunidade “Pneumavita” que te acolheu com o coração sentiu muita alegria em
acolher-te . Jesus e nós contamos contigo para esta “obra nova” que desabrochou
na Igreja a seguir ao Vaticano II.
Sê
fiel à oração, à Palavra de Deus, ao amor fraterno e à «fracção do Pão», tanto
quanto possível…»
Estávamos
então também a preparar a preparar a Assembleia do RCC em Monte Real, que teve
lugar nos dias 11 e 12 de Setembro de 1999, e foi um fim de semana
extraordinário, conduzido pelo Padre Lapa e pela Comunidade Pneumavita.
Encheu-se
a sala do hotel onde a mesma decorreu e a igreja matriz de Monte Real foi
pequena para conter todos os que quiseram estar presente.
São
tempos, momentos, em que vivo um “frenesim” religioso, querendo fazer tudo,
querendo estar em tudo.
O
Padre Lapa apercebe-se disso e fala comigo, avisando-me para não me deixar
levar por “exageros”, para levar uma vida mais interior que consolidasse o
testemunho e sobretudo, lembrando-me que a missão que o Senhor tinha colocado
nas minhas mãos em primeiro lugar, era a minha família.
Isto
mesmo expresso numa carta que lhe escrevo a seguir à Assembleia do RCC em Monte
Real.
«Quando
falei consigo ao telefone ontem, disse-me para ter calma e ir devagar, e eu bem
precisava dessas palavras, porque a minha ânsia é tão grande, que tudo quero
fazer sem descanso e provavelmente sem grande discernimento. De qualquer
maneira é bem melhor estar assim do que apático e desinteressado.»
No
mês de Janeiro a seguir, (2000), realiza-se um encontro de fim-de-semana, em
Monte Real com o Padre António Fernandes e o seu grupo de oração.
Outra
graça de Deus que tenho de agradecer ao Padre Lapa, pois foi ele que me
apresentou o Padre António Fernandes, que vai ser com ele, meus guias e
conselheiros nesta caminhada que , de uma “corrida à desfilada”, começa agora a
ser verdadeiramente caminhada, orientada por dois homens que me guiam e me
dizem o que tenho de ouvir, com toda a firmeza, mas também com todo o amor.
Marinha
Grande, 3 de Dezembro de 2013
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