(RV) O Evangelho desta sexta-feira propõe a leitura da Anunciação. Na missa na Capela da Casa de Santa Marta o Papa Francisco deteve-se, sobretudo, na passagem em que o Anjo diz a Maria que o Altíssimo a cobrirá com a sua sombra tal como já tinha feito com os hebreus no deserto – afirmou o Santo Padre.
“O Senhor sempre guardou o mistério e cobriu o mistério. Não fez publicidade do mistério. Um mistério que faz publicidade de si não é cristão, não é o mistério de Deus: é uma ficção de mistério! E isto é aquilo que aconteceu à Nossa Senhora aqui, quando recebe o seu Filho: o mistério da sua maternidade virginal é coberto. Foi coberto toda a vida! Esta sombra de Deus, na nossa vida, ajuda-nos a descobrir o nosso mistério: o nosso mistério do encontro com o Senhor, o nosso mistério do caminho da vida com o Senhor.”
O Papa Francisco considerou ser este mistério do encontro com o Senhor algo que não conseguimos explicar. Algo que está dependente do silêncio que tivermos na nossa vida. Porque “sem silêncio na nossa vida o mistério perde-se. Devemos guardar o mistério com o silêncio.”
A Mãe de Jesus foi o perfeito ícone do silêncio. Do anúncio da sua excecional maternidade ao Calvário – afirmou o Santo Padre que considerou que Maria no seu silêncio e bem dentro do seu coração dizia tantas coisas ao Senhor como quando estava junto ao seu Filho crucificado:
“Era silenciosa, mas dentro do seu coração quantas coisas dizia ao Senhor! ‘Tu naquele dia disseste-me que será grande; tu disseste que lhe terias dado o Trono de David, seu pai, que teria reinado para sempre e agora está ali’. A Nossa Senhora era humana E se calhar tinha vontade de dizer: ‘Mentiras! Fui enganada! João Paulo II dizia isto, falando da Nossa Senhora naquele momento’. Mas Ela, com o silêncio, cobriu o mistério que não percebia e com este silêncio deixou que este mistério pudesse crescer e florir na esperança.” (RS)
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