27 março, 2013

LAVO AS MÃOS, SENHOR!









Pilatos, vendo que nada conseguia e que o tumulto aumentava cada vez mais, mandou vir água e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo: «Estou inocente deste sangue. Isso é convosco.» Mt 27, 24


Senhor,
impressiona-nos tanto este “lavar de mãos” de Pilatos na tua presença!

E no entanto, Senhor, tantas vezes eu lavo as minhas mãos quando contigo me encontro!

Quando Te encontro nos pobres na rua e passo adiante:
Lavo as mãos da indigência dos indigentes!

Quando Te encontro nos sós que não têm ninguém e não lhes sorrio:
Lavo as mãos da solidão dos abandonados!

Quando Te encontro nos necessitados de carinho e não os abraço:
Lavo as mãos da falta de amor aos desamados! 

Quando Te encontro nos injustiçados e não os defendo:
Lavo as mãos da injustiça dos inocentes condenados!

Quando Te encontro nos não nascidos e nada faço para mudar as leis iníquas:
Lavo as mãos da morte dos abortados!

Quando Te encontro nos mais fracos e não luto por eles:
Lavo as mãos da fraqueza dos indefesos!

Quando Te encontro em cada irmão e irmã e não os amo como Tu me amas:
Lavo as mãos do amor que Tu me dás!

Quando Te encontro em cada um que Te procura e não dou testemunho de Ti:
Lavo as mãos da missão que Tu nos deste de chamar os que andam perdidos!

Quando Te encontro nos que Te atacam e Te querem expulsar da humanidade, e nada faço, nada digo, nada testemunho do teu amor:
Lavo as mãos de ser teu discípulo e entrego-Te para seres crucificado!

Tenho as mãos gastas, Senhor, de tanto as lavar e as ter cada vez mais sujas, com as minhas fraquezas, com as minhas tibiezas, com o meu pecado.

Tem compaixão, Senhor, e dá-me da água do teu lado, pois só nela devo lavar as minhas mãos, todo o meu ser e purificar o meu coração para Ti.


Quarta Feira Santa
Monte Real, 27 de Março de 2013
Joaquim Mexia Alves

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