Quando eleito Papa, o Cardeal Joseph Ratzinger foi rapidamente considerado com inúmeros “defeitos” e apelidado das mais variadas coisas, tais como, conservador, inquisidor, rectrógrada, e até, pasme-se, se dizia que com ele a Igreja iria retroceder e afastar-se do mundo dito moderno.
Viam nele
uma intransigência, uma sede de poder, um autoritarismo insuportável.
Realmente é
tão fácil julgar os outros, sobretudo quando não os conhecemos e queremos
atacar uma instituição, atacando os homens que A servem.
Bento XVI
foi-se encarregando, com uma tenacidade e paciência inesgotáveis, de, sem
alardes de nenhuma espécie, “dar a volta” a tais apreciações sobre a sua figura
e personagem.
Onde se
queria ver um homem arrogante e convencido, apareceu um homem frágil, com um
sorriso desconcertante e tímido.
Onde se
queria ver um homem isolado, fechado nas suas convicções não dando espaço a
ouvir os outros, apareceu um homem afável, que queria ouvir os outros, as
outras igrejas, até aquelas que voluntariamente se tinham afastado.
Onde se
queria ver um homem “velho”, afastado dos jovens, apareceu um sorriso quase
infantil, uma palavra de alento, uma empatia difícil de explicar com os jovens.
E tantas
outras atitudes, gestos e palavras que foram deitando por terra os precipitados
juízos, as pretensas opiniões, os vaticínios mais negros a que alguns se
dedicaram.
Mas faltava
a desarticulação do infeliz e indigno “cognome” com que alguns o tinham
mimoseado: “o panzer alemão”, como indicação de um orgulho amarrado ao poder
que passa por cima de tudo e de todos.
É que um
dia, calmamente, com uma serenidade desconcertante, surpreendendo tudo e todos,
anuncia a sua resignação, reconhecendo a sua fragilidade, pedindo que o
libertem daquela missão que ele teme não conseguir levar a cabo.
Caem então
por terra todas as insinuações, todos os preconceitos, todas as acusações de
uso do “poder pelo poder”.
Então a
humildade transparece, aliada sem dúvida, à contínua oração, (de um homem
espiritualmente inabalável), que leva os homens a ouvir a Palavra de Deus e a
inclinar-se perante a Sua vontade.
Claro que
ainda tentam denegrir a atitude, o gesto, tentando fazer torpes comparações com
João Paulo II, porque são incapazes de perceber que as soluções que Deus propõe
aos seus filhos, são as que Ele sabe serem as melhores para a Sua Igreja em
cada momento.
Bento XVI,
foi/é, um grande Papa, (que eu tive a graça de conhecer de perto em Fátima, num
encontro na agora Basílica da Santíssima Trindade), que nos deu a “reconhecer”
o valor inestimável da Eucaristia, dos Sacramentos, da Doutrina, da Tradição da
Igreja, da Liturgia.
E nunca
esteve afastado do povo de Deus, antes pelo contrário, viveu e vive com ele no
coração, e as suas orações hoje, atrevo-me a afirmá-lo, serão sem dúvida, pelo
Papa Francisco, pela Igreja e por cada um de nós.
Obrigado,
Senhor, por Bento XVI!
Abençoa-o e
conserva-o sempre no Teu amor!
Monte Real, 25 de Março de 2013
Joaquim Mexia Alves
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