13 agosto, 2014

Papa dirigir-se-á a todo o continente asiático e a todos os seus jovens: Cardeal Parolin sobre viagem do Papa

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(RV) A propósito desta viagem apostólica e sobretudo do encontro com os jovens, o Centro Televisivo do Vaticano entrevistou o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin:

"Diria que a importância desta viagem está ligada essencialmente a três fatores: o primeiro é que o Papa, pela primeira vez, vai ao Extremo Oriente, uma região do mundo que adquire uma relevância cada vez maior na política e na economia mundial. O Papa irá para dirigir-se a todo o continente asiático, não somente à Coreia. É claro, a viagem é à Coreia, porém, tem como destinatários todos os países do continente, graças justamente a esta celebração da Jornada Asiática da Juventude, que se realizará na Coreia e da qual participarão representantes dos jovens dos países vizinhos. O terceiro aspecto é o do futuro, a juventude representa o futuro. Portanto, o Papa se dirige ao futuro deste continente, se dirige ao futuro da Ásia."
- O coração da viagem será o encontro do Papa com os jovens da Ásia, que muitas vezes, numa sociedade por demais competitiva, se distanciam da Igreja buscando o sucesso na formação escolar. Qual a mensagem que o Papa levará a esses jovens?

"Creio que a mensagem que o Papa levará a estes jovens é que eles devem se tornar protagonistas da vida da Igreja. Isso significa uma presença ativa, partícipe, feita de colaboração e de co-responsabilidade. A Igreja precisa dos jovens, nos recordava São João Paulo II, nos recorda o Papa Francisco. Portanto, ser protagonista dentro da Igreja e protagonista também na missão. Este é o chamado fundamental, os jovens devem se tornar evangelizadores de seus coetâneos. Portanto, estamos sempre na linha da evangelização, e essa é a mensagem que o Papa levará, além, naturalmente, da insistência a não deixar-se levar pelos valores efémeros de nossas sociedades e do nosso mundo, e de encontrar em Jesus a verdadeira resposta a suas interrogações e inquietações."
- Qual é o testemunho que os mártires coreanos que o Papa beatificará em Seul pode dar às jovens gerações de católicos asiáticos?

"Este é outro motivo pelo qual o Papa vai à Coreia: para a beatificação dos 124 mártires coreanos. Deve-se ressaltar o fato que dentro deste grupo há somente um sacerdote, todos os outros são leigos, que exerciam as mais variadas e diferentes profissões, das mais humildes às profissões mais elevadas na escala social, e isso nos reconduz a uma das características da Igreja coreana, ou seja, o fato que é uma Igreja nascida do testemunho e do compromisso dos leigos, que souberam conservar e transmitir a fé. Creio que essa é a mensagem fundamental, isto é, que na Igreja todos são chamados a colaborar na missão de anunciar o Evangelho e todos somos chamados à santidade, uma santidade que se pode manifestar de várias formas, mas que deve caracterizar o compromisso de cada um."

- O Papa concluirá sua viagem à Coreia – que os bispos definem como sendo "a última vítima da guerra fria" – com uma missa pela paz e a reconciliação. Esta viagem poderá abrir novos canais de diálogo entre os líderes das duas Coreias e dar esperança aos católicos da Coreia do Norte?

"Essa sempre foi a grande esperança da Santa Sé, que se empenhou também concretamente nesta direção. É uma constatação mais do que óbvia de que a península é ainda atingida por muitas tensões e de que a península precisa de paz e de reconciliação. Creio que a viagem do Papa ajudará também neste sentido, no sentido de continuar nessa obra de solidariedade – em prol das populações que se encontram necessitadas – e de favorecer, na medida do possível, aberturas de espaços de comunicação e de diálogo, porque creio, e é uma convicção que o Papa reiterou várias vezes, que somente através deste diálogo se podem também resolver os problemas que ainda existem, e que, se houver boa vontade por parte de todos, canais se encontram sempre."

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