“Que tenham sempre Jesus no coração”
O que têm a dizer os avós aos netos e os netos aos avós? Por ocasião do Dia dos Avós, celebrado este Domingo, 26 de julho, na Memória de São Joaquim e Santa Ana, avós de Jesus, o Jornal VOZ DA VERDADE foi saber como é que a relação avós-netos se manteve durante o período de confinamento e a mensagem que querem deixar aos netos. Nesta página, publicamos a entrevista, realizada por videochamada através do WhatsApp, ao casal Helena e Philippe Morin, da Paróquia da Portela, que, este ano, termina uma colaboração de vários anos com a Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa.
Como foi – e está a ser – a missão de serem avós em tempo de pandemia?
Helena: A missão tem sido à distância, como se impunha. Desde março, só nos voltámos a encontrar, fisicamente, a 30 de maio, no aniversário do nosso neto Marcos. Ficámos todos muito contentes por podermos voltar a estar juntos, apesar de evitarmos os abraços e outro tipo de afetos. Foi muito bom! Depois, foi só no dia 27 de junho que nos encontrámos novamente, para o aniversário de outro neto. Mais recentemente é que nos temos encontrado um bocadinho mais. Durante o confinamento, ao Domingo, almoçávamos todos ao mesmo tempo, cada um na sua casa, mas ligados pelo Skype.
Philippe: Durante estes meses, víamo-nos pelo WhatsApp e, de vez em quando – porque nós moramos num 2.º andar –, eles vinham perto do prédio, para nos verem. E as nossas duas netas (gémeas, com 6 anos) sabiam o nosso número de telefone e passavam o dia a chamarem-nos para contarem as suas vidas. Havia sempre uma que se lembrava de telefonar, para nós e para a outra avó…
Durante este tempo, do que sentiram mais falta?Helena: Sentimos falta do contacto físico, dos abraços, dos beijinhos... Mandávamos os beijinhos e os abraços pelo Skype, mas não era a mesma coisa. É muito virtual, sobretudo com as pequeninas. Diziam que estavam sempre com muita saudade.
Philippe: Antes da pandemia, quando as pequeninas não tinham ama, eramos nós que ficávamos com elas. De manhã, às 7h30, íamos lá para tratar delas e, por isso, elas desenvolveram uma certa proximidade connosco.
Helena: Agora, sentiram mais a ausência, mas ficam muito contentes quando nos veem.
Na recente ‘Mensagem aos Avós’ da Comissão Episcopal Laicado e Família, é sublinhado que os avós são o “testemunho real de outros tempos, tantas vezes marcados por dificuldades, lutas e carências”. Como é que essa experiência pode ajudar os netos a olhar a situação presente?
Helena: No nosso caso, os netos estão muito ocupados durante a semana e não temos muito tempo para transmitir essa experiência… mas tentamos, sobretudo o Philippe, quando os leva a Nantes [França] – de onde é natural –, de contar o que vivia, o que fazia, em que escola andava e as dificuldades que havia – era o período pós-guerra... E eu também tento, quando estamos no sítio onde cresci e lhes falo da escola onde andei, como ia a pé... Essa experiência pode trazer muitos benefícios, mas os que a viveram já não têm muita oportunidade de falar disso e creio que, para já, os mais novos, não estão muito interessados. Mas esta parte é muito importante e penso fazer isso quando estivemos mais tempo juntos. O mundo não pode voltar ao que estávamos antes. É muito importante esta parte da memória.
Leia as entrevistas completas aqui ou na edição do dia 26 de julho do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível nas paróquias ou em sua casa.
Patriarcado de Lisboa
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