04 março, 2013

"ENCARREGADO DA VINHA"



Disse-lhes, também, a seguinte parábola: «Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi lá procurar frutos, mas não os encontrou. Disse ao encarregado da vinha: 'Há três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não o encontro. Corta-a; para que está ela a ocupar a terra?' Mas ele respondeu: 'Senhor, deixa-a mais este ano, para que eu possa escavar a terra em volta e deitar-lhe estrume. Se der frutos na próxima estação, ficará; senão, poderás cortá-la.'» Lc 13, 6-9


Ao ouvir esta passagem do Evangelho deste Domingo, dei comigo a pensar na figura do “encarregado da vinha” que pede ao dono da vinha para poupar a figueira.

E lembrei-me do tempo em que também eu era aquela figueira, (não três, mas mais de vinte anos), ocupando a terra, sem outro préstimo que não fosse viver sem sentido e sem dar fruto. 

A primeira questão que me ocorreu, foi tentar perceber quem foram os “encarregados da vinha” que pediram por mim, que acreditaram que eu ainda podia dar fruto, para que o “Dono da vinha” não desistisse de mim, (embora Ele nunca desista de ninguém), para que eu próprio não desistisse de mim.

E, claro, a primeira figura que veio ao meu pensamento, ou melhor, ao meu coração, foi a Mãe do Céu, que como Mãe, é a mais perfeita “encarregada da vinha” não querendo perder nenhum dos seus filhos, intercedendo junto do Seu Filho, para que Ele interceda junto do “Dono da vinha”.

Depois surgiram os meus pais, que “encarregados desta porção de vinha” que o Senhor lhes dera, não podiam deixar de interceder por tudo o que o “Dono da vinha” lhes tinha colocado em suas mãos. Com eles vieram também ao meu coração as minhas irmãs e irmãos que com certeza pediram por esta figueira que não dava fruto. 
Com um sorriso de gratidão despontaram também no meu coração as minhas Irmãs Clarissas de Monte Real que, com certeza, a pedido de meus pais, não deixaram de pedir para que esta figueira não fosse cortada, mas que crescesse forte e com fruto.
Delas, destas minhas Irmãs Clarissas, me parece que são aquelas “encarregadas da vinha” a quem compete regar toda a vinha com as suas orações, que são o adubo perfeito para que as plantas e árvores dêem fruto e fruto em abundância*.
Vieram a seguir os inúmeros “encarregados” e inúmeras “encarregadas da vinha”, que por esse mundo fora vão rezando, pedindo, por todas as figueiras que não dão fruto, nas quais eu estava incluído.

E tanto todos pediram, tanto todos rezaram, que o Senhor fez a poda de tudo o que era supérfluo e estéril em mim, e por Sua graça me foi permitindo dar algum fruto, o fruto que Ele mesmo me dá.

Tudo isto me leva a pensar se eu sou um bom “encarregado da vinha” também?
Se eu também peço insistentemente por todas as figueiras que não dão fruto, sobretudo aquelas que me estão mais próximas?
Se será que eu “escavo a terra à volta delas” e as “adubo” com a minha oração, a minha entrega, o meu testemunho coerente de vida?
Porque é preciso sempre que intercedamos junto do “Dono da vinha”, para que as “figueiras estéreis” não sejam cortadas e passem a dar fruto «a trinta, a sessenta e a cem por um»**.

Senhor,
que colocas em cada um a missão de interceder pelas “figueiras estéreis”, leva-nos a insistentemente pedir por aqueles que não Te conhecem, não Te amam e não Te seguem, para que, “regados” pela oração e “podados” pela conversão, possam dar fruto e fruto que permaneça***. 
Amen. 


*Jo 15, 1-2

**Mc 4, 8

***Jo 15, 16


Monte Real, 4 de Março de 2013
Joaquim Mexia Alves

Sem comentários:

Enviar um comentário