(RV) Hoje, domingo, dia 9 de Julho de 2017, às 12 horas de Roma, o Papa Francisco procedeu à celebração mariana do Ângelus Domini, na Praça de S. Pedro, repleta de fiéis e peregrinos provenientes de diversas partes da Itália e do mundo inteiro.
No Evangelho deste décimo quarto domingo do tempo comum (Mt 11,
25-30), observou o Santo Padre, Jesus disse: “vinde a Mim, todos os que
andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei”. O Senhor porém,
acrescentou o Papa, não reservou estas palavras à uma pessoa em
particular, mas é uma mensagem que dirige à todos aqueles que estão
cansados e oprimidos da vida.
Quem então pode sentir-se excluído deste convite? Jesus sabe quanto a
vida pode ser pesada. Sabe que muitas coisas cansam o coração:
delusões, feridas do passado, pesos por carregar e injustiças por
suportar no presente, incertezas e preocupações para com o futuro.
Perante tudo isto, disse Francisco, a primeira palavra de Jesus é um
convite a reagir: “Vinde”. De facto, o erro que cometemos, quando as
coisas vão mal, é permanecermos ali onde estamos. Parece evidente, mas
quanto é difícil reagir e abrir-se naqueles momentos. Nos momentos de
escuridão brota natural o desejo de estar sozinho consigo próprio, de
lamentar-se sobre quanto é injusta a vida, sobre quão são ingratos os
outros e como é malvado o nosso mundo.
Mas assim, fechados dentro de nós mesmos, vemos tudo escuro. Então se
chega até a familiarizar-se com a tristeza, que assim encontra demora
em nós. Jesus, pelo contrário, quer tirar-nos fora destas arreias
móveis” e por isso diz a cada um: “Vinde”. A vida de saída é nas
relações, em estender a mão e em levantar o nosso olhar em direcção a
quem nos ama realmente.
De facto, observa ainda o Papa, sair de si mesmo, não basta, é
preciso saber para onde ir. Isto porque, tantas metas são ilusórias:
prometem descanso mas só conseguem distrair por pouco tempo; asseguram
paz e divertimento, deixando ao mesmo tempo as pessoas na mesma solidão
anterior; são de facto, “fogos de artifícios” . É portanto para evitar
tudo isso que Jesus nos indica com precisão para onde ir: “Vinde a Mim”,
disse.
Tantas vezes perante à um peso da vida ou à uma situação que nos
causa dor, observa Francisco, tentamos falar com alguém que nos escuta,
com um amigo, com um perito na matéria. Tudo isso, disse o Santo Padre, é
um bem imenso, mas não devemos esquecer Jesus. Não devemos sobretudo,
esquecer de abrir-nos à Ele e de Lhe falar da nossa vida, de
entregar-lhe as pessoas que nos são caras e as situações da nossa vida.
Talvez existem “zonas” da nossa vida que nunca abrimos no nosso diálogo
com Ele e que permanecem ainda obscuras, porque nunca viram a luz do
Senhor.
Hoje Ele diz a cada um: “Coragem, não se deixe vencer pelo peso da
vida, não te feches diante do medo e do pecado, mas vem ter Comigo”.
Jesus, por conseguinte, acrescentou Francisco, nos espera, não para
resolver de forma mágica os nossos problemas, mas para nos tornar fortes
diante dos nossos problemas. Jesus não nos tira o peso da vida, mas sim
a angústia do coração; não nos tira a cruz, mas carrega-a juntamente
connosco. Assim, é com Ele, que cada peso da nossa vida se torna leve,
pois que Ele é nosso refúgio, o descanso que procuramos.
Quando na vida entra Jesus, afirma ainda Francisco, chega a paz,
aquela paz que permanece connosco também durante as provações. Vamos
então à Jesus, entreguemos-Lhe o nosso tempo, procuremos encontrá-Lo
todos os dias na oração, no diálogo confiante e pessoal, familiarizemos
com a Sua Palavra, redescubramos, sem medo, o seu perdão, saciemo-nos
com o seu Pão de vida: sentir-nos-emos amados e consolados por Ele.
É Ele mesmo que no los pede quase com insistência. Repete-o ainda no
fim do Evangelho de hoje: “aprendei de Mim (…) e encontrareis descanso
para a vossa vida”. Aprendamos a ir ter com Jesus e, enquanto nos meses
de férias de verão, procuraremos um pouco de repouso de tudo quanto
cansa o nosso corpo, não esqueçamos de encontrar descanso verdadeiro no
Senhor. Que a Virgem Maria, nossa Mãe, que sempre cuida de nós quando
estamos cansados e oprimidos, nos ajude e nos acompanhe até Jesus.
Após a recitação mariana do Ângelus, Francisco saudou cordialmente
todos os Romanos, fiéis e peregrinos provenientes de diversas partes da
Itália e do mundo inteiro, todos congregados na Praça de S. Pedro para
participar da habitual cerimónia do Ângelus Domini e aos quais o Papa
agradeceu pela coragem demonstrada, ao permanecerem na Praça de S.
Pedro, não obstante o tanto sol e tanto calor. Francisco saudou em
particular os fiéis provenientes de bicicleta a partir da cidade polaca
de Chelm, pertencente a Arquidiocese de Lublino, na Polónia; a Família
polaca de Rádio Maria; as Irmãs da Beata Virgem Imaculada reunidos no
Capítulo Geral que inicia próprio hoje; os sacerdotes provenientes de
diversos países participantes do curso de formação organizado pelo
Instituto Sacerdos de Roma; aos adolescentes do grupo coral “Puzangalan”
(esperança) de Taiwan; ao grupo coral Alpino de Palazzolo sull’Oglio e
aos fiéis de Conversano (Itália).
Desejo à todos um bom domingo. Por favor, não esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até a próxima.
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