Ontem,
em certo momento da Eucaristia Dominical, vieram ao meu coração estas palavras:
ser paróquia, ser paroquiano. Deixei-as na memória para reflexão futura, o que
agora faço.
Obviamente
que para se ser paróquia, (entenda-se como ser Igreja), tem que se ser
paroquiano, mas nem todos os paroquianos são, seguramente, paróquia.
Poderá
parecer estranha a afirmação, mas realmente pode-se ser paroquiano por se
pertencer a uma paróquia, mas também se pode e deve ser paroquiano, por ser
paróquia.
Com
efeito, aquele que se serve da paróquia para “ir” à Missa, para as celebrações
normais da vida, baptismo, matrimónio, funeral, etc., mas nada mais faz pela/na
paróquia, é apenas um pertencente à paróquia, mas não é paróquia, ou seja, não
é Igreja, não é paróquia, enquanto porção da Igreja.
Tal
como aquele que apenas critica, aponta defeitos, que usufrui dos serviços da
paróquia, mas nada faz para ajudar a melhorar, para ajudar a construir a
paróquia, seja de que modo for, ajudando como o seu tempo, ou até mesmo, com o
seu muito ou pouco ter material.
Todos
conhecemos as mais diversas desculpas do tipo, “não tenho tempo”, “não tenho
conhecimentos”, “ninguém me pediu nada”, até mesmo, “não gosto do prior”, que
servem apenas para não se ser paróquia, chegando mesmo a, “eu cá tenho a minha
fé e eu é que sei o que Deus me pede”.
Estarei
a ser duro, exigente, a “meter-me onde não sou chamado”, mas a verdade é que a
paróquia tem sentido quando está aos serviço dos paroquianos, não apenas como uma
instituição dispensadora de serviços religiosos, mas sobretudo como Igreja, (assembleia
convocada por Deus), e como tal, onde todos devem ser parte activa,
construtora, testemunhante.
Ser
paroquiano, ser paróquia, é dar de si a todos os outros, em tempo, (e Deus
arranja-nos sempre tempo se O quisermos servir), em talento, (seja o talento
qual for, desde varrer a igreja, até ensinar e ajudar à formação dos outros), materialmente,
(com o pouco ou muito, que com o nosso trabalho e a ajuda de Deus, possuímos).
Ser
paroquiano, ser paróquia, é estar disponível para integrar os conselhos, os
serviços da paróquia, porque ao fazê-lo, estamos a servir a Deus, servindo os
outros, ou seja, estamos ser Igreja, estamos a ser paróquia.
Claro
que é muito mais fácil pertencer à paróquia, do que ser paróquia, mas se
realmente queremos fazer a vontade de Deus, temos muito mais que ser, do que
pertencer, sobretudo em Igreja, e como tal, em paróquia.
Marinha
Grande, 24 de Julho de 2017
Joaquim
Mexia Alves
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