(RV) “É
preciso superar todas as formas de racismo, de intolerância e de
instrumentalização da pessoa humana.” Com um Tweet, o Papa Francisco
recordou, neste 18 de julho, a celebração do Dia Internacional Nelson
Mandela.
Se estivesse vivo, hoje Madiba – como era conhecido – completaria 96
anos. Considerado uma das personalidades mais ilustres do século XX,
Mandela morreu em 5 de dezembro de 2013. Naquela ocasião, o Papa
Francisco enalteceu o firme compromisso demonstrado por Mandela para
“promover a dignidade humana de todos os cidadãos do País e forjar uma
nova África do Sul construída sobre os pilares da não-violência, da
reconciliação e da verdade.
“Rezo para que o exemplo do ex-presidente inspire gerações de
sul-africanos, para que coloquem a justiça e o bem comum à frente de
suas aspirações políticas”, disse o Papa Francisco em telegrama.
S. João Paulo II
Ao longo de sua vida, Nelson Mandela encontrou um único Pontífice:
João Paulo II. A primeira vez foi em junho de 1990, pouco depois que
deixou a prisão, onde transcorreu 27 anos de sua vida.
Em setembro de 1995, o Papa polaco visitou a África do Sul, sendo
acolhido justamente por Nelson Mandela. Eis as palavras de João Paulo II
na cerimónia de boas-vindas, em 16 de setembro: hoje a minha viagem me
traz à África do Sul, à nova África do Sul, uma nação que se colocou
firmemente no caminho da reconciliação e da harmonia entre todos os seus
habitantes. No início da minha visita, desejo homenagear o Senhor,
Presidente, que, depois de ter sido uma “testemunha” silenciosa e
partícipe do anseio do seu povo à verdadeira libertação, agora assumiu a
responsabilidade de inspirar e de desafiar cada um a ter êxito na
tarefa de reconciliação e de reconstrução nacional.
Apartheid
Mais uma menção a Mandela foi feita ao regressar desta viagem, no
Angelus de 24 de setembro de 1995 no Vaticano: “Infelizmente, mais uma
vez pude tocar com as mãos os problemas deste Continente. A África
carrega os sinais da sua longa história de humilhações. Muito se olhou
para este Continente somente em nome de interesses egoístas. Hoje, a
África pede para ser estimada e amada por aquilo que é. Não pede
compaixão, pede solidariedade. Esta mensagem colhi em todos os lugares
e, em especial, no encontro com Nelson Mandela, o homem que guiou a
superação do apartheid, interpretando o desejo do seu povo, e de toda a
África, de renascer na pacificação e na colaboração entre todos os seus
filhos”.
Bento XVI
Bento XVI falou de Mandela ao se dirigir ao novo Embaixador da África do Sul junto à Santa Sé, em 29 de maio de 2009.
“Ninguém pode duvidar que muitos méritos pelos progressos realizados
devem ser atribuídos à extraordinária maturidade política e às
qualidades humanas do ex-presidente Nelson Mandela. Ele foi promotor de
perdão e de reconciliação e goza de grande respeito no seu país e junto à
comunidade internacional.”
Maior nome da política sul-africana, Nobel da Paz, Nelson Mandela
deixou um legado não só de convivência, mas também de luta e
resistência. Primeiro presidente negro eleito da África do Sul, entre
1994 e 1999, cumpriu um só mandato – feito raro na política mundial.
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