28 setembro, 2014

Remai e sede fortes, mesmo com o vento contrário – o Papa Francisco aos jesuítas

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(RV) “Remai e sede fortes mesmo com o vento contrário. Remai e rezai, esperando sempre no Senhor” – esta a principal mensagem do Papa Francisco na Igreja de Jesus na tarde deste sábado, dia 27 de setembro, em Roma, numa celebração de Vésperas e TeDeum por ocasião do bicentenário da restauração da Companhia de Jesus. Recordemos que a atividade da Companhia de Jesus tinha sido extinta em 1773 pelo Papa Clemente XIV tendo sido posteriormente reabilitada em 1814 através da bula “sollicitudo omnium ecclesiarum” do Papa Pio VII.
Na homilia desta celebração, após recordar que a Companhia viveu tempos difíceis, de perseguição, em que os inimigos da Igreja conseguiram obter a extinção da Companhia de Jesus, o Santo Padre, também ele jesuíta, frisou que hoje "somos chamados a recuperar a nossa memória, recordando os benefícios recebidos e os dons particulares".
O Papa Francisco evocou a atitude com a qual o último Prepósito Geral de então, Padre Lorenzo Ricci, viveu esse tempo de tribulação para a Companhia. O Santo Padre referiu que, nessa ocasião de confusão e de perda o Padre Ricci chegou a falar, justamente, dos pecados dos jesuítas. "Não se defende sentindo-se vítima da história, mas reconhecendo-se pecador" – afirmou o Papa Francisco que ressaltou o facto da Companhia de Jesus ter preferido viver o discernimento da vontade de Deus:

"Olhar a si mesmos reconhecendo-se pecadores evita de colocar-se na condição de considerar-se vítimas diante de um carrasco. Reconhecer-se pecadores, reconhecer-se realmente pecadores, significa colocar-se na atitude justa para receber a consolação."Mesmo diante do seu fim, a Companhia "permaneceu fiel ao objetivo para o qual tinha sido fundada": caridade, união, obediência, paciência, simplicidade evangélica, verdadeira amizade com Deus e total confiança no Senhor” – declarou o Papa Francisco.

" Às vezes o caminho que conduz à vida é estreito, mas a tribulação, se vivida à luz da misericórdia, purifica-nos como o fogo, dá-nos tanta consolação e inflama o nosso coração afeiçoando-o à oração. Os nossos irmãos jesuítas na supressão foram ardentes no espírito e no serviço do Senhor, alegres na esperança, constantes na tribulação, perseverantes na oração. E isto deu honra à Companhia, não certamente as comendas dos seus méritos. E assim será sempre."
Também a Igreja, a barca de Pedro, pode ser hoje, abalroada pelas ondas, como foi então a nave da Companhia de Jesus – refletiu o Papa. Cansa remar – continuou o Santo Padre – mas “os jesuítas são remadores especialistas e valorosos”:

“...remem, portanto! Remem, sejam fortes, mesmo com o vento contrário! Rememos ao serviço da Igreja. Rememos juntos! Mas enquanto remamos – também o Papa rema na barca de Pedro – devemos rezar tanto: “Senhor, salva-nos!”, “Senhor, salva o teu povo!”. O Senhor, mesmo se somos homens de pouca fé nos salvará. Esperemos no Senhor! Esperemos sempre no Senhor!"

O Papa Francisco concluiu a sua homilia considerando que ”o jesuíta quer ser um companheiro de Jesus, alguém que tem os mesmos sentimentos de Jesus.” (RS)

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