01 setembro, 2014

A Semana do Papa – uma síntese das principais atividades de 25 a 31 de agosto

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(RV) Esta semana a atividade do Santo Padre no Vaticano ainda esteve um pouco reduzida, pois só a partir desta segunda-feira dia 1 de setembro é que foi retomado o ritmo de trabalho habitual com a Missa em Santa Marta e as audiências diárias do Papa Francisco, sempre com uma agenda muito preenchida.
Nesta edição da Semana do Papa daremos espaço à audiência geral da passada quarta-feira e ao Angelus deste domingo. Recordaremos o essencial das mensagens proferidas pelo Santo Padre nessas ocasiões.
Fique connosco esta é a Rádio Vaticano em língua portuguesa.

A Igreja é una e santa – foi este o tema da catequese do Papa Francisco na audiência geral desta quarta-feira dia 27 de agosto:

“É una porque tem a sua origem em Deus Trindade, mistério de unidade e comunhão plena. A Igreja é pois santa, fundada em Jesus Cristo, animada pelo seu Espírito Santo, repleta pelo seu amor e pela sua salvação. Ao mesmo tempo, contudo, é composta por pecadores, que fazem experiência em cada dia das próprias fragilidades e das próprias misérias.”

A unidade e santidade não são obra nossa mas provêm de Deus – afirmou o Santo Padre. Na verdade, Jesus, quando estava para oferecer a sua vida por nós, rezou ao Pai pela unidade da Igreja, pedindo que todos os seus discípulos vivessem unidos com a Santíssima Trindade e uns com os outros.

“É aquilo que somos chamados continuamente a reler e meditar, numa das páginas mais intensas e comoventes do Evangelho de João, o capítulo dezassete. Como é belo saber que o Senhor, antes de morrer, não se preocupou consigo próprio, mas pensou em nós!”

Dos crentes da Igreja primitiva diz-se que formavam «um só coração e uma só alma» - recordou o Papa Francisco – e S. Paulo não se cansa de lembrar aos fiéis das suas comunidades que são todos «um só corpo».
Entretanto a experiência mostra-nos que há tantos pecados contra a unidade – continuou o Santo Padre:

“E não pensemos apenas nas heresias ou nos cismas, mas em faltas muito mais comuns, nos pecados “paroquiais”: com efeito, as nossas paróquias, chamadas a ser lugares de partilha e comunhão, infelizmente aparecem marcadas por invejas, ciúmes, antipatias. É verdade que isso é humano, mas não é cristão!”

O Papa Francisco recordou neste momento as divisões entre os cristãos e afirmou que a divisão é um dos pecados mais graves numa comunidade cristã, porque torna-a sinal, não da obra de Deus, mas da obra do diabo.

“Numa comunidade cristã, a divisão é um dos pecados mais graves, porque torna-a sinal não da obra de Deus, mas do diabo o qual é, por definição, aquele que divide, arruína as relações, insinua preconceitos…”

Desta forma, o Santo Padre afirmou que Deus, pelo contrário, quer que cresçamos na capacidade de nos acolhermos, perdoarmos e amarmos, para nos parecermos cada vez mais com Ele que é comunhão e amor. O Papa Francisco terminou a sua catequese formulando uma prece:

“Peçamos sinceramente perdão por todas as vezes em que fomos ocasião de incompreensão no interior das nossas comunidades, conscientes de que não se alcança a comunhão senão através da uma contínua conversão.”

O Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa presentes nesta audiência:

“Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa, de modo especial os grupos brasileiros de Porto Alegre e de Santo André, que aqui vieram movidos pelo desejo de afirmar e consolidar a sua fé e adesão a Jesus Cristo: o Senhor vos encha de alegria e ilumine as decisões da vossa vida, para realizardes fielmente a vontade do Pai celeste a vosso respeito. Rezai por mim. Não vos faltará a minha oração e a Bênção de Deus.”


O cristão está chamado a viver bem inserido no mundo, mas sem ser “mundano”. O risco é que o sal perca o seu sabor, que percamos a carga de novidade que nos vem do Senhor e do Espírito Santo. - Recordou-o Papa Francisco neste domingo ao meio-dia, na Praça de São Pedro, comentando o Evangelho da liturgia dominical, em que Jesus repreende severamente o Apóstolo por ele “pensar segundo os homens, não segundo Deus” e, portanto, sem dar por ela, estar da parte de satanás, o Tentador.
Também São Paulo, na segunda leitura, exorta os cristãos de Roma a “não se conformarem com este mundo, mas a deixarem-se transformar, renovando o seu modo de pensar, para poderem discernir a vontade de Deus”.
De facto, nós cristãos vivemos no mundo, plenamente inseridos na realidade social e cultural do nosso tempo, e é justo que assim seja; mas isto comporta o risco de nos tornarmos mundanos, o risco de que “o sal perca o seu sabor”… que o cristão se dilua, perca a carga de novidade que lhe vem do Senhor e do Espírito Santo.
Ora deveria ser o contrário – prosseguiu o Papa, observando que “quando nos cristãos permanece viva a força do Evangelho, essa pode transformar (como dizia Paulo VI) “os critérios de juízo, os valores determinantes, os pontos de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras, os modelos de vida” (Evangelii nuntiandi).
Portanto é necessário renovarmo-nos continuamente, alimentando-nos da linfa do Evangelho.
Mas como conseguir isso, na prática? – interrogou-se o Papa, sugerindo, antes de mais, a leitura e a meditação quotidiana do Evangelho, de tal modo que a palavra de Jesus esteja sempre presente na nossa vida…
E também a participação na Missa dominical, para uma pessoa se encontrar com o Senhor na comunidade, escutando a sua Palavra e recebendo a Eucaristia que nos une a Ele e entre nós. Muito importantes também – lembrou Francisco – dias de retiro e os exercícios espirituais…
Evangelho, Eucaristia, oração: é graças a estes dons do Senhor que nos podemos conformar, não ao mundo, mas a Cristo, seguindo-o no seu caminho, a via do perder a própria vida para a encontrar. Perdê-la no sentido de doá-la, oferecê-la por amor e no amor…
Doar assim a vida – concluiu o Papa – comporta o sacrifício, a cruz, para a receber novamente - purificada, libertada do egoísmo e da hipoteca da morte, plena de eternidade.
Nas saudações conclusivas, já depois da recitação do Angelus, o Papa recordou que nesta segunda-feira se celebra, em Itália, a Jornada para a proteção da natureza criada, tendo desta vez como tema “Educar para a defesa da criação, para a saúde das nossas aldeias e das nossas cidades”…
Faço votos de que reforce o empenho de todos – instituições, associações e cidadãos – para que se salvaguarda a vida e a saúde das pessoas, respeitando também o ambiente e a natureza.

O Santo Padre saudou os parlamentares católicos, reunidos – disse - no seu quinto Encontro Internacional, encorajando-os a viver o delicado papel de representantes do povo, em conformidade com os valores do Evangelho.
A concluir, o Papa pediu, como sempre, que se reze por ele e a todos desejou bom domingo e… bom almoço…

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 25 a 31 de
agosto. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre.aqui na RV em língua portuguesa. (RS)

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