(RV) De
4 a 6 de Janeiro de 1964, faz agora 50 anos, o Papa Paulo VI realizava a
sua peregrinação à Terra Santa. Era a primeira vez que um Sucessor de
Pedro voltava à Terra de Jesus. Esta deslocação constituiu também a
primeira Viagem Apostólica internacional de um Pontífice na era
contemporânea. Testemunha pessoal deste histórico acontecimento é o
actual Bispo auxiliar de Jerusalém, Dom William Shomali, então jovem
seminarista:
“Lembro-me muito bem. Era uma manhã muito fria, quando Papa Montini chegou a Belém para celebrar a Missa na Gruta da Natividade. Eu ainda era seminarista e tinha 14 anos. Nós aguardamos Paulo VI na Praça da Natividade, por cerca de uma hora e meia. Era grande a expectativa e estávamos ansiosos de ver o Sucessor de Pedro, que visitava pela primeira vez a Terra de Jesus. Foi um acontecimento extraordinário. Depois, li com calma os seus discursos e notei que, realmente, eram muito profundos, sobretudo aquele que pronunciou em Nazaré sobre a família, que ainda é muito actual. A intenção de Papa Montini era simplesmente fazer uma peregrinação à Terra Santa. Mas a visita abriu os horizontes de uma nova era na Igreja”.
A peregrinação de Paulo VI teve um forte cunho ecuménico sobretudo graças ao encontro que teve com o Patriarca Atenágoras I. Também este um encontro histórico…
“É verdade. De facto, a sua peregrinação assumiu especial dimensão e importância com o abraço ao Patriarca Atenágoras, sobretudo no momento em que, juntos, rezaram a oração do Pai Nosso no Monte das Oliveiras. Na verdade, o encontro com Paulo VI foi uma iniciativa ecuménica, que partiu do próprio Atenágoras”.
Atenágoras I foi Patriarca de Constantinopla ao longo de 24 anos (de 1948 a1972). O seu encontro com o Paulo VI, em Jerusalém, foi significativo pela anulação das excomunhões do Grande Cisma do Oriente de 1054. Foi um passo importante para a restauração das boas relações e de um apreciável grau de comunhão entre a Igreja de Roma e o Patriarcado de Constantinopla. Naquela ocasião, o Papa Montini e o Patriarca Atenágoras assinaram uma importante declaração conjunta de comum empenho ecuménico em direcção à plena comunhão.
Nestes dias encontra-se em Jerusalém um delegação internacional da Comunidade de Santo Egídio, para evocar a peregrinação de Paulo VI e nomeadamente o seu encontro com o Patriarca Ortodoxo. Haverá encontros com os chefes das Igrejas cristãs, com representantes do Grande Rabinato e do Islão e de diversas realidades religiosas da Cidade Santa, para revoar o espírito de fraternidade e diálogo da peregrinação de há 50 anos atrás, aguardando a visita que o Papa Francisco fará em breve.
Foto 1: Actual Patriarca de Constantinopla Bartolomeu I
Foto 2: Missa celebrada por Paulo VI em Jerusalém
“Lembro-me muito bem. Era uma manhã muito fria, quando Papa Montini chegou a Belém para celebrar a Missa na Gruta da Natividade. Eu ainda era seminarista e tinha 14 anos. Nós aguardamos Paulo VI na Praça da Natividade, por cerca de uma hora e meia. Era grande a expectativa e estávamos ansiosos de ver o Sucessor de Pedro, que visitava pela primeira vez a Terra de Jesus. Foi um acontecimento extraordinário. Depois, li com calma os seus discursos e notei que, realmente, eram muito profundos, sobretudo aquele que pronunciou em Nazaré sobre a família, que ainda é muito actual. A intenção de Papa Montini era simplesmente fazer uma peregrinação à Terra Santa. Mas a visita abriu os horizontes de uma nova era na Igreja”.
A peregrinação de Paulo VI teve um forte cunho ecuménico sobretudo graças ao encontro que teve com o Patriarca Atenágoras I. Também este um encontro histórico…
“É verdade. De facto, a sua peregrinação assumiu especial dimensão e importância com o abraço ao Patriarca Atenágoras, sobretudo no momento em que, juntos, rezaram a oração do Pai Nosso no Monte das Oliveiras. Na verdade, o encontro com Paulo VI foi uma iniciativa ecuménica, que partiu do próprio Atenágoras”.
Atenágoras I foi Patriarca de Constantinopla ao longo de 24 anos (de 1948 a1972). O seu encontro com o Paulo VI, em Jerusalém, foi significativo pela anulação das excomunhões do Grande Cisma do Oriente de 1054. Foi um passo importante para a restauração das boas relações e de um apreciável grau de comunhão entre a Igreja de Roma e o Patriarcado de Constantinopla. Naquela ocasião, o Papa Montini e o Patriarca Atenágoras assinaram uma importante declaração conjunta de comum empenho ecuménico em direcção à plena comunhão.
Nestes dias encontra-se em Jerusalém um delegação internacional da Comunidade de Santo Egídio, para evocar a peregrinação de Paulo VI e nomeadamente o seu encontro com o Patriarca Ortodoxo. Haverá encontros com os chefes das Igrejas cristãs, com representantes do Grande Rabinato e do Islão e de diversas realidades religiosas da Cidade Santa, para revoar o espírito de fraternidade e diálogo da peregrinação de há 50 anos atrás, aguardando a visita que o Papa Francisco fará em breve.
Foto 1: Actual Patriarca de Constantinopla Bartolomeu I
Foto 2: Missa celebrada por Paulo VI em Jerusalém
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