07 setembro, 2014

As palavras também matam. Insultar não é cristão - Papa no Angelus deste domingo. Apelo à paz na Ucrânia e no Lesoto. Benção para voluntários a caminho do Iraque

RealAudioMP3

(RV) As palavras também matam. Insultar não é cristão – sublinhou o Papa Francisco neste domingo por ocasião da oração Mariana do Angelus juntamente com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

Inspirando-se na liturgia deste domingo que fala da correcção fraterna na comunidade dos crentes, o Papa recordou:

“Jesus ensina-nos que se o meu irmão comete um erro contra mim, me ofende, eu devo ser caridoso em relação a ele e, antes de mais, falar com ele pessoalmente e explicar-lhe que o fez ou disse não é bom”.

No caso que ele não dê ouvidos, então é preciso - sempre como ensina Jesus - voltar a falar-lhe com uma ou duas outras pessoas, e se mesmo assim não mudar de atitude, então pode-selevar o caso à comunidade. E se não ouvir nem sequer à comunidade, "ocorre fazer-lhe compreender a fractura e o afastamento que ele próprio provocou, destruindo a comunhão com os irmãos na fé" - disse o Papa ilustrando as etapas deste itinerário:

As etapas deste itinerário mostram os esforços que o Senhor pede à sua comunidade para acompanhar quem erra, a fim de que não se perca. É necessário, antes de mais, evitar o clamor da crónica e a murmuração da comunidade”.

Tudo deve ser feito com delicadeza, prudência, humildade, atenção perante o irmão que errou evitando feri-lo, ou mortificá-lo porque, frisou o Papa: “também as palavras matam”. Falar mal, fazer críticas injustas, (…) é matar o outro, as palavras também matam

É sempre melhor falar com o irmão pessoalmente e tudo acaba ali – disse Francisco, sublinhando que o escopo de tudo isso é fazer compreender ao irmão que com o seu erro não só ofendeu a uma pessoa , mas a toda a comunidade. Tem também a finalidade de nos ajudar a libertar-nos da irra e do ressentimento que só fazem mal, provocam amargura no coração e levam a insultar e a agredir. Mas “é feio ouvir da boca de um cristão insultos ou agressões. É feio, eh!, nada de insulto, insultar não é cristão, compreendido!? Insultar não é cristão!

É que – prosseguiu o Papa - na realidade, "perante Deus somos todos pecadores e necessitados de perdão. Jesus, com efeito, recomendou-nos que não julgássemos, pois a correcção fraterna deve ser um acto de amor, um serviço ao outro.

A correcção fraterna é um aspecto do amor e da comunhão que devem reinar na comunidade cristã, é um serviço recíproco que podemos e devemos prestar uns aos outros”.

Um serviço ao outro! Mas para que esse serviço seja eficaz é preciso que nos reconheçamos todos pecadores necessitados do perdão do Senhor.
É por isso – disse ainda o Papa – que no início da Missa cada um de nós pede perdão pelos próprios pecados, não pelo pecado do outro…

E entre as condições que tornam comuns os participantes na celebração eucarística, dois são fundamentais: todos somos pecadores e a todos Deus dá a sua misericórdia. Devemos sempre recordar isto antes de nos apresentamos perante o irmão para a correcção fraterna”.

Peçamos tudo isto à Beata Virgem Maria, cuja Natividade é recordada na liturgia de amanhã, rematou o Papa…*
**

Depois do Angelus, o Santo Padre referiu-se expressamente a duas crises político-militares que o preocupam. Antes de mais, a Ucrânia, onde – disse – “nestes últimos dias se deram passos significativos na busca de uma trégua nas regiões afectadas pelo conflito, na Ucrânia oriental”.

Faço votos de que esses (passos dados) possam assegurar alívio à população e contribuir para os esforços a favor de uma paz duradoura. Rezo para que, na lógica do encontro, possa prosseguir o diálogo iniciado e dar o desejado fruto”.
Relativamente ao Lesotho (país da África meridional), o Papa Francisco declarou unir a sua voz à dos Bispos do país, que lançaram um apelo à paz.
Condeno todos os atos de violência e rezo ao Senhor para que no reino do Lesotho se restabelece a paz na justiça e na fraternidade.”**Partem neste domingo para o Iraque cerca de 30 voluntários da Cruz Vermelha Italiana para levar conforto às dezenas de milhares de deslocados que se encontram concentrados na zona de Erbil.
O Papa referiu-se a eles, exprimindo “apreço por esta obra generosa e concreta, abençoando esses voluntários e todas as pessoas que procuram concretamente ajudar os nossos irmãos perseguidos e oprimidos
E depois de saudar os grupos presentes na Praça de São Pedro, come sempre o Santo Padre concluiu este encontro dominical com os fiéis, pedindo a todos, para que rezem com afecto a Nossa Senhora e “por favor” - disse – “não se esqueçam de rezar por mim”

Sem comentários:

Enviar um comentário