15 setembro, 2014

A Semana do Papa – uma síntese das principais atividades de 8 a 14 de setembro

RealAudioMP3

(RV)

Dia 8
No dia em que se festeja a Natividade da Virgem Maria, dia 8 setembro, o Santo Padre propôs na Missa em Santa Marta uma meditação sobre a Criação e o caminho que Deus faz connosco na história.

“Porque Deus não é um mago, é criador! Quando ao sexto dia daquela história, chega a criação do homem dá uma outra autonomia, um pouco diferente, mas não independente: uma autonomia que é a liberdade. E diz ao homem de andar em frente na história, fazendo-o responsável pela criação, dominando a obra da criação, para que o levasse em frente e assim chegasse à plenitude dos tempos. E qual era a plenitude dos tempos? Aquilo que Ele tinha no coração: a chegada do Seu Filho. Porque Deus – ouvimos Paulo – predestinou-nos, a todos, a sermos conformes à imagem do Filho.”

Dia 9

Jesus não é um professor que fala da sua catedra mas está no meio da gente e deixa-se tocar para curar. Esta a mensagem essencial da homilia do Papa Francisco na Capela da Casa de Santa Marta de terça-feira, dia 9:

“Estas são coisas de amor! O amor não olha se temos a cara feia ou bela: ama! E Jesus assim faz: ama e escolhe com amor. E escolhe todos!
“É gente comum! Mas há uma coisa que devemos sublinhar: São pecadores. Jesus escolheu pecadores. E esta é a acusação que lhe fazem os doutores da lei e os escribas: ‘Este vai comer com os pecadores, fala com as prostitutas...’ Jesus chama todos!”

“Não é um professor, um mestre, um místico que se afasta das pessoas e fala de cátedra. Não! Está no meio da gente deixa-se tocar; deixa que as pessoas perguntem. Assim é Jesus: perto das pessoas. E essa proximidade não é uma coisa nova para Ele: Ele sublinha-a em seu modo de agir, e é algo que vem desde a primeira escolha de Deus para o seu povo. Deus diz ao seu povo: “Pensai, qual é o povo que tem um Deus tão próximo como Eu estou próximo de vós?”. A proximidade de Deus com o seu povo é a proximidade de Jesus com as pessoas”

Dia 10
O Papa Francisco na audiência geral desta quarta-feira continuou com o tema da Igreja como mãe desenvolvendo um aspeto particular da ação educativa da Igreja, ou seja, como ela nos ensina as obras de misericórdia.

“A Igreja ensina a dar de comer e a dar de beber a quem tem fome e sede e a vestir quem está nú”.

O Papa Francisco referiu o exemplo de tantos santos e santas e, sobretudo, o importante exemplo das famílias que partilham os alimentos que têm com aqueles que têm fome.

“A Mãe Igreja ensina-nos a estarmos próximos de quem está doente... ”

O Santo Padre recordou todos aqueles que assistem os doentes com espírito de serviço e amor ao próximo.

“A Mãe Igreja ensina-nos a estarmos próximos de quem está na prisão... ”

A propósito daqueles que estão na prisão o Papa Francisco referiu que a misericórdia supera todos os muros e pode ajudar a mudar o coração e a vida.

“A Mãe Igreja ensina a estar junto de quem foi abandonado e morre sozinho... ”

Recordando a Beata Teresa de Calcutá o Santo Padre recordou o modo como ela acolhia os moribundos dando-lhes um último carinho no momento da morte.

No final da sua catequese o Papa Francisco afirmou que “para mudar o mundo é preciso fazer o bem a quem não nos pode retribuir, tal como fez o Pai connosco dando-nos Jesus.”

Dia 11
Só com um coração misericordioso poderemos fazer o que Senhor nos aconselha – esta a mensagem principal do Papa Francisco na manhã de quinta-feira, dia 11 de setembro na Missa matinal celebrada, como sempre, na Capela da Casa de Santa Marta.

“ ‘Padre, eu não me sinto capaz de o fazer’ – Bem se não te sentes capaz é um problema teu, mas o caminho cristão é este! Este é o caminho que Jesus nos ensina. E o que devo esperar? Ide pelo caminho de Jesus, que é a misericórdia: sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso. Só com um coração misericordioso poderemos fazer tudo aquilo que o Senhor nos aconselha. Até ao fim. A vida cristã não é uma vida autoreferencial; é uma vida que sai de si própria para dar-se aos outros.”

Dia 12
A verdadeira correção fraterna é dolorosa porque é feita com amor, verdade e humildade. Se sentimos prazer em corrigir, isso não vem de Deus. Esta a mensagem principal do Papa Francisco na Missa de sexta-feira, dia 12, em Santa Marta.

“Não se pode corrigir uma pessoa sem amor e sem caridade. Não se pode fazer uma intervenção cirúrgica sem anestesia: não se pode porque o doente morrerá de dor. E a caridade é como uma anestesia que ajuda a receber a cura e a aceitar a correção. Tomá-lo à parte, com mansidão, com amor e falar-lhe.”

Dia 13
O Papa Francisco visitou na manhã de sábado, dia 13, o maior cemitério militar de Itália, para “rezar pelas vítimas de todas as guerras” por ocasião das comemorações do centenário da I Guerra Mundial.

Na homilia, num tom meditativo, direto, evocando a beleza daquela região, com a vida quotidiana das pessoas, na tranquilidade da paz, o Papa Francisco declarou sem meios termos:
“… a guerra é uma loucura: a guerra destrói; destrói até mesmo o que Deus criou de mais belo: o ser humano. A guerra tudo transtorna, incluindo a ligação entre irmãos. A guerra é louca: como plano de desenvolvimento, propõe a destruição!”
“Aqui e no outro cemitério há aqui muitas vítimas. Hoje recordamo-las: há o pranto, o luto, o sofrimento... Daqui recordamos todas as vítimas de todas as guerras. Também hoje as vítimas são tantas...” – prosseguiu o Papa, interrogando-se como é possível isto.
“É possível, porque ainda hoje, nos bastidores, existem interesses, planos geopolíticos, avidez de dinheiro e poder; e há a indústria das armas, que parece ser tão importante! E estes planificadores do terror, estes organizadores do conflito, bem como os fabricantes das armas escreveram no coração: «A mim, que me importa?”

Dia 14
No domingo, dia 14 o Papa Francisco logo pela manhã presidiu à celebração de 20 matrimónios na Basílica de S. Pedro:

A narração bíblica da primeira Leitura referia que a certa altura, o povo israelita «não suportou o caminho»: estavam cansados, faltava a água e comiam apenas o «maná”… Então lamentam-se e protestam contra Deus e contra Moisés:

“Isto faz-nos pensar nos casais que «não suportam o caminho» da vida conjugal e familiar. A fadiga do caminho torna-se um cansaço interior; perdem o gosto do Matrimónio, deixam de ir buscar água à fonte do Sacramento. A vida diária torna-se pesada, «nauseante».”

Referindo o episódio das serpentes venenosas e a serpente de bronze que o Senhor mandou fazer para que quem a olhasse com fé pudesse receber “a sua força que cura”, o Papa sublinhou o sentido deste símbolo: Cristo elevado na Cruz… Quem se entrega a Jesus crucificado recebe a misericórdia de Deus, que cura do veneno mortal do pecado.

Tudo isto se aplica justamente aos casais … O remédio que Deus oferece ao povo vale de modo particular para os casais que «não suportam o caminho» e acabam mordidos pelas tentações do desânimo, da infidelidade, do retrocesso, do abandono…

“O amor de Jesus, que abençoou e consagrou a união dos esposos, é capaz de manter o seu amor e de o renovar quando humanamente se perde, rompe, esgota. O amor de Cristo pode restituir aos esposos a alegria de caminharem juntos.”

No Angelus deste domingo o Papa Francisco chamou a atenção para a República Centro-africana, onde tem início nesta segunda-feira, dia 15, a Missão desejada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para favorecer a pacificação do País e proteger a população civil, que está a sofrer gravemente as consequências do conflito em curso:

“Enquanto asseguro o empenho e a oração da Igreja católica, encorajo o esforço da Comunidade internacional, que ajuda os centro-africanos de boa vontade. Que a violência ceda, quanto antes, o passo ao dialogo; que as fações opostas ponham de lado os interesses particulares e façam com que cada cidadão seja de que etnia ou religião for, possa colaborar para a edificação do bem comum.”

E com o Angelus deste domingo terminamos esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 8 a 14 de setembro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)

Sem comentários:

Enviar um comentário