(RV) Tal como fizera ontem à tarde na sua visita à Basílica de Santa Maria Maior, também neste domingo, por ocasião do Angelus dominical, da janela do Palácio Apostólico, sobre a Praça de São Pedro, o Papa Francisco, confiou à Virgem Maria a sua viagem ao Brasil e pediu aos fiéis para o acompanharem espiritualmente com oração.
Começando por interagir imediatamente com os fieis na Praça o Papa disse: “Vejo escrito lá ao fundo “Boa viagem”, Obrigado, Obrigado” .
“Peço-vos para me acompanharem espiritualmente com oração na minha primeira Viagem Apostólica que vou realizar a partir de amanhã. Como sabeis, vou a Rio de Janeiro, no Brasil, por ocasião da 28ª Jornada Mundial da Juventude”
Certo
de que haverá muitos jovens do mundo inteiro no Brasil, o Papa disse
que se pode chamar a isso a “Semana da Juventude”, uma semana em que os
protagonistas são os jovens, jovens que vão a Rio para ouvir a voz do
Senhor e interrogar-se “Senhor o que devo fazer da minha vida? Que
caminho devo seguir?”
E incitando os jovens presentes na Praça a
reagirem perguntando se havia jovens na Praça, e recebendo resposta
positiva, disse-lhes:
“Também vós, jovens que estais aqui na
Praça, fazei a mesma pergunta ao Senhor: “Senhor Jesus, o que devo fazer
da minha vida? Qual é o caminho para mim?”
E passou depois a confiar à Virgem Maria a sua viagem ao Brasil:
“Confiemos
à intercepção da Beata Virgem Maria, tanto amada e venerada no Brasil,
estas perguntas: aquela que farão os jovens lá, e a que voz fazeis hoje:
E que Nossa Senhora nos ajude nesta nova etapa da peregrinação.
A todos desejo bom domingo e bom almoço. Até nos vermos!”
Antes
da recitação do Angelus, o Papa teceu algumas reflexões sobre o
Evangelho deste domingo centrado nas palavras de São Lucas acerca de
Marta e Maria, irmãs de Lázaro e fieis discípulas de Jesus. Moravam em
Betânia, disse o Papa ao explicar quem eram.
O Apostolo Lucas
refere que enquanto Maria estava aos pés de Jesus a ouvir as suas
palavras, Marta estava muito empenhada nas tarefas de casa, e até achou
estranho que Jesus não repreendesse Maria que a deixava sozinha a fazer
tudo. Mas Jesus respondeu-lhe com tranquilidade: “Marta, Marta, tu te
preocupas e te agitas com muitas coisas, mas uma só é necessária”.
O
Papa explicou o que Jesus queria dizer, fazendo notar, antes de mais,
que não há contradição nas atitudes de Marta e Maria, pois que a escuta
da palavra do Senhor, a contemplação e o serviço concreto ao próximo
devem sempre caminhar juntos, em unidade e harmonia. A razão pela qual
Jesus repreende Marta é que ela considerava essencial só aquilo que
estava a fazer – disse o Papa Francisco - frisando mais uma vez que
“num cristão o serviço de caridade não deve ser nunca separado da fonte
principal de cada uma das nossas acções: a escuta da Palavra do Senhor”.
Assim deve ser também na nossa vida de cristãos. Oração e acção devem
estar sempre perfeitamente unidas – insistiu o Papa esclarecendo:
“Uma
oração que não leve à acção concreta em relação ao irmão pobre, doente,
necessitado de ajuda, o irmão em dificuldade, é uma oração estéril e
incompleta. Mas, ao mesmo tempo, quando no serviço eclesial se dá
atenção apenas ao fazer, se dá mais peso às coisas, às funções, às
estruturas, e se esquece da centralidade de Cristo, não se deixa tempo
para o dialogo com Ele na oração, corre-se o risco de servir a si
próprio e não a Deus presente no irmão necessitado”
O Papa
concluiu recordando que São Bento resumia tudo isso para os seus monjes
em duas palavras: “ora et labora”, reza e trabalha.
“É da
contemplação e de uma forte relação de amizade com o Senhor que nasce em
nós a capacidade de viver e de transmitir o amor de Deus, a sua
misericórdia, a sua ternura aos outros”
E o Papa pediu a nossa
Senhora, mãe da escuta e do serviço, que nos ensine a meditar no nosso
coração a Palavra do seu Filho e a rezar fielmente, para estar cada vez
mais atentos de forma concreta às necessidade dos outros…
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