28 julho, 2013

Brasil - Cerimónia de despedida do Papa Francisco


Imagens do CTV - Arranjo do GOVV
Rio de Janeiro, 28 de Julho de 2013

Francisco completou primeira viagem internacional do pontificado que foi acompanhada por milhões de pessoas


Rio de Janeiro, Brasil, 28 jul 2013 (Ecclesia) – O Papa concluíu hoje uma visita de sete dias ao Brasil, durante a qual se mostrou atento às desigualdades e deixou apelos à renovação da Igreja e da sociedade, a partir dos jovens.

O voo papal descolou às 19h36 locais (mais quatro horas em Lisboa), depois do discurso final de Francisco, em que este disse partir com “saudades” do país e do seu povo.

A primeira viagem internacional do pontificado centrou-se na realização da 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que o Papa denominou como “festa da fé”, apresentado Jesus Cristo como a resposta definitiva às questões das novas gerações sobre o sentido da vida, ao contrário da “embriaguez” provisória do poder e do dinheiro.

Francisco falou da fé como uma “revolução”, tendo mais tarde convidados os participantes a assumir a missão de testemunhar e anunciar essa mesma fé nas “periferias” da humanidade, numa Igreja chamada a “promover a cultura do encontro”.

“Os jovens nas ruas são jovens que querem ser protagonistas da mudança. Por favor, não deixem que outros sejam os protagonistas da mudança, vocês é que têm o futuro”, disse este sábado, perante mais de três milhões de pessoas na Praia de Copacabana.

O segundo Papa a visitar favelas do Rio de Janeiro entrou em casa de uma família da comunidade de Varginha, onde ficou durante cerca de 10 minutos, e lançou um apelo à superação das “intoleráveis desigualdades" sociais e económicas bem como da “cultura do descartável”.

O programa incluiu uma visita a um hospital onde ouviu testemunhos de ex-toxicodependentes e se mostrou contrário à legalização das drogas, pedindo “coragem” contra o narcotráfico.

Francisco viria depois a encontrar-se em privado com jovens reclusos, com os quais rezou pelo fim da violência, e deixou diversos apelos à valorização dos mais velhos, que disse serem vítimas de “eutanásia cultural”.

O contacto com os participantes na JMJ incluiu a confissão de cinco peregrinos e um almoço com 12 jovens, entre eles um português, em representação dos cinco continentes e do Brasil.

O Papa, que chegou ao Brasil na segunda-feira, apresentou-se como um visitante disponível para estabelecer um “diálogo de amigos”, pouco depois do primeiro banho de multidão e de ter ficado preso no trânsito do Rio de Janeiro.

Num contexto social e político marcado pelas manifestações das últimas semanas, Francisco foi ao Santuário de Aparecida (São Paulo) dizer que os católicos devem ajudar o país a “conservar a esperança”.

Mais tarde, de volta ao Rio de Janeiro, Francisco falou aos jovens que “perderam a confiança nas instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e mesmo em Deus, pela incoerência dos cristãos e dos ministros do Evangelho”.

Aos políticos e manifestantes, o Papa apresentou o “diálogo construtivo” como alternativa à “indiferença egoísta e o protesto violento”, num contexto de “humildade social”, para “reabilitar a política”.

A viagem deixou ainda os anúncios de que o Papa quer voltar ao Brasil em 2017, para assinalar o 300.º aniversário da descoberta da imagem da Virgem de Aparecida, e que a cidade polaca de Cracóvia, intimamente ligada a João Paulo II, vai receber a JMJ 2016.

A chegada a Roma de Francisco, primeiro Papa latino-americano da Igreja, está prevista para as 11h30 locais (menos uma hora em Lisboa) de segunda-feira.

OC

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