O
tempo da Quaresma é para mim um tempo de profunda tranquilidade, um tempo de
procura de um encontro sempre mais intimo com Deus, um tempo de uma serena alegria,
um tempo de regressar, (não ao ventre materno como pergunta Nicodemos a Jesus
Jo 3, 4), mas ao nascer do Alto, ao nascer do e no Espírito Santo, que nos
conduz no caminho da conversão, no caminho da santidade.
No
tempo da Quaresma os cânticos, os Salmos, “enchem-se” de palavras e de músicas
que convidam à interioridade, repassadas por vezes de dor, mas sempre com uma
serena alegria por detrás, a alegria da confiança, da esperança que nos leva a
acreditar, a viver a Verdade, de que a seguir à Paixão e Morte do Senhor, vem
inexorável a Sua Ressurreição.
«Chegaram
os dias de penitência:
expiemos nossos pecados e salvaremos nossas
almas.»
Assim
cantamos, e neste cântico vêm-me as lágrimas aos olhos, não tanto porque sou
pecador, mas mais porque pela graça de Deus me sei pecador.
Mas
essas lágrimas, não são lágrimas de tristeza, mas de uma imensa serenidade,
quase diria de um intimo consolo, por saber, por acreditar, que o Seu amor por
nós, por mim, é sempre muito maior, infinitamente maior, do que as nossas
fraquezas, do que o meu pecado.
Quando
as cinzas caírem na minha cabeça, neste dia de Quarta feira de Cinzas, peço a
Deus que elas caiam directas no meu coração, que o meu pecado, desde o mais
leve ao mais pesado, seja transformado nessas cinzas, e assim purificado pelo
Seu amor, que do meu coração se eleve um cântico, um salmo de louvor ao meu
Deus e meu Senhor, e que nos meus lábios desponte o sorriso sereno daqueles que
nada temem porque vivem a verdade da Sua constante presença no meio de nós e em
nós.
«Chegaram
os dias de penitência:
expiemos nossos pecados e salvaremos nossas
almas.»
Quarta
feira de Cinzas
Monte
Real, 13 de Fevereiro de 2013
Joaquim Mexia Alves
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