Com o Pentecostes, tudo mudou
Antes, os Apóstolos estavam tristes, cheios
de medo, hesitantes na Fé, fechados no seu isolamento. Mas no dia de
Pentecostes, por entre um ruído de rajadas de vento e línguas de fogo, o
Espírito Santo tomou posse deles e fê-los falar, com desassombro e entusiasmo,
em línguas que eram entendidas pela multidão imensa que acorreu e incluía
homens de diferentes culturas, raças e nações. Pedro falou com tal sabedoria,
que todos “ficaram emocionados até ao fundo do coração” (Act. 2, 14-37). Foram
cerca de três mil os que se converteram e receberam o baptismo nesse dia.
A partir de então, os Apóstolos e os
discípulos sabiam e confessavam que era o Espírito Santo que os levava pelo
mundo fora, que lhes dizia o que deviam fazer, que lhes dava a palavra certa no
momento certo. Era o Espírito Santo que os fazia converterem multidões, realizarem
milagres de todo o género, louvarem a Deus em alegria, mesmo perante as
perseguições e o martírio.
Ao longo destes vinte séculos de Igreja,
inúmeras vezes se têm renovado as maravilhas do Pentecostes. Sempre que um
cristão tem uma experiência forte de Deus que o faz mudar de vida, que o faz
entender a Escritura de modo novo e compreender a sua vida toda como o Senhor a
vê. É Pentecostes, é efusão do Espírito Santo. E nós, carismáticos, temos
vivido tudo isto, e muito mais, tantas vezes...
Se este ano nos sentimos cansados, tristes,
cheios de medo, desiludidos de nós próprios, estamos no bom caminho. Era assim
que estavam os Apóstolos imediatamente antes do Pentecostes, mas “unidos pelo
mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, com algumas mulheres,
entre as quais Maria, mãe de Jesus” (Act. 1, 14). Se assim fizermos também
sobre a nossa fraqueza e o nosso nada, descerá de novo o Espírito do
Pentecostes em toda a sua força. Tomará posse de nós. Renasceremos para uma
vida nova e mais feliz.
Luís Archer, s.j.
Editorial do Labat, 24 de junho de 2003
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