Há coisas que eu realmente não consigo entender, por muito esforço que faça.
Maternidade de substituição? Barrigas de aluguer?
O que é que isto quer dizer?
Só a nomenclatura usada já devia “assustar” qualquer um!
O que é que nós andamos a fazer com a vida humana, quando já falamos em “substituição” e ”aluguer”?
Uma mãe que entregou o seu filho para a adopção pode até, talvez, ser “substituída” por outra que aceita aquela criança como sua filha, mas a maternidade nunca pode ser substituída, porque faz parte da mulher que vai ser mãe, pois só ela pode viver as alegrias e as dificuldades que uma maternidade comporta.
Assisti ao parto dos meus dois últimos filhos.
Já tentei descrever esses momentos e nunca consegui tocar ao menos ao de leve o que eles foram e representaram para mim.
É fácil perceber então como para uma mulher grávida é absolutamente única e indescritível a sua gravidez, a sua maternidade.
É, portanto, algo que não é substituível e que marca profundamente toda e qualquer mulher.
As histórias repetem-se ao longo da história da humanidade, sobre mães, sobre filhos que, (separados à nascença), não tendo “conhecido” os seus filhos, as suas mães, (aquelas que os transportaram no seu ventre), os/as procuram incessantemente, mesmo que tenham uma vida estável e boa socialmente.
É um apelo interior, íntimo, avassalador, que provoca essa procura, quer da parte das mães, quer da parte dos filhos.
Se tal lei for aprovada, quanto tempo temos de esperar para vermos as “mães de aluguer” a procurarem os seus filhos porque não os conseguem obviamente esquecer, ou dos filhos assim gerados, à procura das suas mães de maternidade.
E não é por não haver um qualquer pagamento pelo “aluguer” que o acto se torna mais ou menos digno ou formalmente aceite, porque a verdade é que há direitos humanos que são inalienáveis.
Para nós, cristãos, ainda se torna mais impossível a aceitação de tal legislação, por todas as razões que seria fastidioso explicar e são tão nitidamente compreensíveis.
Basta-nos esta passagem da Palavra de Deus:
«Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas?
Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria.» Is 49, 15
Joaquim Mexia Alves
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