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O Espírito é água que cura as doenças, que sara as feridas, que purifica a imundície. Doenças que são pecado: orgulho, vaidade, soberba, ódio, rancores, injustiça, maldade, depravação moral, vícios, etc. O Espírito cura, a graça é medicinal, pois não só perdoa mas vai curando o nosso interior da pior doença, que é o pecado. O Espírito vai sarando as feridas, os traumas, aquilo que é consequência em nós do pecado original, aquilo que é mazela das nossas próprias iniquidades. O Espírito, como água divina, vai purificando, lavando as nossas imundícies, vai lavando aquilo que em nós são resíduos do mistério da iniquidade, das subtilezas do pecado que sempre suja a alma e o coração. O Espírito, como água divina, é graça que nos vai restaurando por dentro, na medida em que cura e sara, que é medicina divina e que purifica. Faz-nos ser outros homens e outras mulheres, pelo seu poder, pela sua acção. Vai suprindo lacunas, curado traumas, fazendo de nós criaturas novas. Mas o Espírito, como água divina, vai fertilizando, como a água natural faz a um canteiro de flores ou a um campo de cereais.
A vida nova vem pela água, que é seiva divina, que dá novo vigor, que faz frutificar em obras de bondade e de misericórdia. A santidade é obra deste Espírito, desta água divina, assim como é obra d’Ele, o nosso crescimento espiritual, a vitalidade e a fertilidade espiritual das nossas vidas. Sem Espírito ficamos raquíticos, infrutíferos, infecundos na ordem da graça e da santidade. Com o Espírito tudo toma vida nova, novo vigor, tudo dá mais fruto, tudo é fertilizado em abundância. Sem Ele continuamos apáticos, tíbios, anémicos, mas com Ele, com essa divina água, tudo reverdece e frutifica, dá frutos de caridade e de justiça, flores de amor, bondade, serviço, delicadeza. Cada um de nós, as nossas famílias, a nossa paróquia, a nossa diocese, a Igreja e a Humanidade, precisam dessa água que vem do altar, que brota do trono do Cordeiro, que faz frutificar o mundo e o fará melhor, mais justo, mais pacífico, mais fraterno, com menos males, menos pecados, menos mortes, menos fome, menos miséria moral e social. Daqui nasce a necessidade de rezarmos muito ao Espírito para que nos cure, nos purifique, nos faça novas criaturas, que transforme e cure as nações e a Humanidade inteira, que nos ajude a frutificar, pois Ele é seiva divina no nosso interior.
Dário Pedroso, s.j.
Fonte: Labat - 12.9.2003
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