O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado por Pio IX, em 1854. Em 1830, 24 anos antes dessa proclamação, Nossa Senhora apareceu a Catarina Labouré mandando cunhar uma medalha com a imagem da Imaculada contendo as seguintes palavras: ” Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”. E as aparições em Lourdes em 1858, foram saudadas como confirmação celeste do dogma, pois a Virgem apresentou-se a Bernadete Soubirous, com as palavras: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
Todavia, a história da devoção a Maria Imaculada
precede em séculos a proclamação do dogma, que não introduziu nenhuma novidade,
mas simplesmente reconheceu uma tradição bem antiga.
Durante séculos os teólogos discutiram sobre como
Maria poderia ter sido preservada da mancha do pecado original, salvaguardando
a doutrina da redenção operada por Cristo em favor de todas as criaturas. Foi o
bem-aventurado franciscano Duns Scoto, no século XIII, que encontrou o
argumento sobre a conveniência da Conceição Imaculada de Maria: “Deus podia
criá-la sem mancha, porque a Deus nada é impossível (Lc 1,37); convinha que
Deus a criasse sem mancha, porque estava predestinada a ser a Mãe do Filho de
Deus; e se Deus podia, se convinha, Deus a criou isenta do pecado original, ou
seja, Imaculada”. Diante desta subtil argumentação, os teólogos concordaram em
aceitar a doutrina. De facto, a partir disso, a doutrina da Imaculada Conceição
fez também rápidos progressos na consciência dos fiéis.
Desde 1263, a Ordem Franciscana celebrou com muita
solenidade a Imaculada Conceição no dia 8 de dezembro de cada ano, e mais tarde, em 1476, a Igreja introduziu a festa no calendário litúrgico.
A Imaculada foi a primeira a receber a plenitude da bênção
de Deus que se manifestou na morte e na ressurreição de Cristo. Maria, na sua
fidelidade ao projeto de Deus, na vocação de Mãe do Salvador, ensina-nos o
caminho da santidade. Por isso, a Igreja, nesta festa, reza: “Ó Deus, que
preparastes uma digna habitação para o vosso Filho, pela Imaculada Conceição da
Virgem Maria, preservando-a de todo o pecado em previsão dos méritos de Cristo,
concedei-nos chegar até vós purificados também de toda culpa por sua materna
intercessão”.
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