10 junho, 2011

1.º Aniversário do G. O. "Boa Nova do Reino" - Azambuja

10 de Junho de 2011

G.O. Boa Nova do Reino

No dia 10 de Junho de 2011, comemorou-se o primeiro Aniversário do Grupo de Oração 'Boa Nova do Reino' - Azambuja, do RCC da Diocese de Lisboa, realizado no Centro Paroquial daquela localidade, com a presença dos seguintes convidados:

- João Silva e Maria Olga – Anterior Coordenador, e ambos, antigos responsáveis da  Equipa Diocesana cessante (onde permaneceram durante 14 anos) que estiveram bem enraizados na formação e consolidação do Grupo aniversariante;

- Grupos de Oração, 'Raboni - Meu Mestre', de Alverca, e 'Verdade e Vida', de Ota – que em conjunto participaram no Seminário de Vida Nova no Espírito, ali realizado, não só com a presença de irmãos para formação e Efusão do Espírito Santo, mas também com a de outros que tendo já obtido a Efusão do Espírito, frequentaram uma acção de aprofundamento a decorrer em simultâneo com o Seminário;
 

- A Equipa Diocesana, por motivos de agendamento, não deixou de mostrar a sua presença, o que fez através de mensagem de felicitações, apoio e incentivo. 

Na vivência do dia, não só foi notória uma franca confraternização, mas essencialmente, a manifestação clara da presença do Espírito Santo, como fruto da unidade entre todos os presentes. 

A Eucaristia foi presidida pelo Pe. Manuel Silva, Pároco de Ota e Assistente Regional dos Grupos das Vigararias VIII, IX, X e XII, do RCC da Diocese de Lisboa. 

O GOVV, felicita e deseja ao Grupo “Boa Nova do Reino”, uma longa e fértil caminhada de Vida Nova no Espírito.


ENSINAMENTO

 Diácono Acácio Vasconcelos

(Em vídeo/som)



Se desejar o texto deste ensinamento, encontrá-lo-á  imediatamente a seguir à Reportagem Fotográfica

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REPORTAGEM FOTOGRÁFICA

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Para acesso à reportagem completa, clique em:

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ENSINAMENTO
(em texto)

ESPÍRITO SANTO

1. Refeições de Jesus

Jesus começou a Sua vida pública, de anúncio da Boa Nova do Reino, com o primeiro milagre, numa refeição – “Bodas de Caná”. E, a Sua partida deste mundo, já ressuscitado, é precedida de uma refeição com os seus discípulos, conf. Act 1, 4 e ss.. 
Podemos acrescentar a estes dois episódios a refeição da Última Ceia, onde Jesus aproveitou o momento para se despedir dos discípulos, antes da Paixão e Morte.
Porque será que Jesus aproveitou as refeições para “momentos chave da sua missão”? 
Jesus serve-nos de exemplo para tudo. É Ele que dá sentido à vida humana; mostra-nos o que somos, de onde vimos e para onde vamos. Jesus é o nosso ser, indica-nos o caminho e é nele que chegamos ao Pai. Portanto, podemos procurar nas suas palavras, nos seus gestos e nas suas obras todo o sentido que têm, com vista à compreensão do modo de ser e de agir do ser humano para a sua plena realização. As refeições de Jesus servem, exactamente, para extrairmos delas algo de útil para a nossa vida. 
Como humanos que somos (e Jesus também era humano) sabemos que as refeições são momentos interessantes de convívio, de festa e de partilha, não só de bens como de amizades e ideias. 
Jesus, como humano, em todos os seus ensinamentos, serviu-se das circunstâncias locais, do modo de vida dos seus contemporâneos, das tradições, dos ambientes familiares, da vida social, dos elementos visíveis da natureza, no fundo, de tudo o que fazia parte da vida do homem. E, nomeadamente, nas refeições, como humano que necessitava de comer e beber e gostava de conviver, aproveitou esses momentos para grandes ensinamentos. 
Podemos observar que nas refeições de Jesus existe uma coerência com a Sua pregação e com o Seu modo de ser e de agir. São a demonstração de que o nosso grandioso e poderoso Rei aceita sentar-se à mesa com os pobres e pecadores e está pronto para servir. As refeições de Jesus são um dos grandes sinais do Reino. Simbolizam e antecipam a realidade do grande banquete com os filhos pródigos. Assim, o Reino além de ser uma promessa de um futuro, passa a ser uma realidade antecipada sob o sinal de uma refeição festiva. 
Nas bodas de Caná, Jesus inicia a Sua vida pública e apresenta o Seu programa: trazer à relação entre Deus e o homem o vinho da alegria, do amor e da festa. É este programa que Jesus anuncia e cumpre ao longo de toda a sua vida – a doação total por amor. Jesus veio revelar-nos o Pai bondoso e terno, que pretende realizar o grande banquete com os seus filhos. Jesus toma a água da nossa vida, que são as nossas alegrias, os nossos amores, as nossas conquistas humanas, os nossos desaires, as nossas tristezas, os nossos tédios e mesmo os nossos pecados e transforma-os em vinho novo, em vinho do Reino que dá alegria e felicidade. É esse o “vinho” que Jesus veio trazer, o “vinho” do amor de Deus, que produz alegria e que nos leva à festa do encontro com o Pai e com os irmãos. 
Jesus quis dizer, com o seu primeiro milagre público naquele banquete de casamento, que o Reino de Deus, que com ele se estava a manifestar, é um reino de alegria e de festa. Quem começa a participar do Reino de Deus entra logo no banquete e na alegria do Senhor. 
A última ceia de Jesus, embora não isolável das outras refeições, tem um significado especial. É a Sua despedida antes da morte terrena. Ele dá à última ceia um sentido de resumo da sua vida e um sentido de esperança. Apesar de a morte ser caminho de trevas, de angústia e de tristeza é caminho para a vida eterna. 
Jesus, na última ceia, não se importa de partilhar com o seu traidor e, além de comunicar a angústia e o sofrimento por onde estava prestes a passar, faz uma doação pessoal do Reino que anunciava. Dá, já neste mundo, a comunhão da vida do Reino aos seus discípulos e dá-a como promessa de futuro para todos os que participarem no memorial dessa última ceia, da Sua paixão, morte e ressurreição. 
Também, aí, sendo Ele a personificação do Reino, através dos seus gestos e palavras, explicita o que é ser membro do Reino: um “servidor” que, num gesto de doação e de amor lava os pés. É não só um gesto de humildade e de serviço, como também a indicação de que quem for lavado pelo Senhor e cear com Ele terá comunhão e participação na Sua pessoa e na Sua sorte – “se não te lavar os pés não terás parte comigo” (Jo 13, 8) -, e consequentemente, participação no banquete do Reino. 
Na Última Ceia, aproveita o momento para se despedir dos discípulos, para instituir a Eucaristia - Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição - e para lhes transmitir a grande mensagem para o futuro: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos e eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador para estar convosco para sempre, o Espírito da Verdade”. (Jo 14, 15-17). 
Na despedida de Jesus, antes da ascensão, efectuada também, durante uma refeição, Ele, o Ressuscitado, diz: “Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria, e até aos confins do mundo” (Act 1, 8). 
Jesus anuncia, assim, a vinda do Espírito Santo que recorda tudo o que Ele disse, ensina todas as coisas e dá a força para testemunhar. Até ali, Jesus revelou tudo o que o Pai lhe indicou. Para os que estavam naqueles momentos e para todos os que haveriam de percorrer os caminhos deste mundo cria, ainda, a expectativa de um momento mais interessante. Quis alimentar a esperança de todos os que não ouviram e não assistiram às suas obras. Promete que vem o Consolador para ficar connosco até ao fim dos tempos. 
No caso destas refeições em “momentos chave” de Jesus, como sejam o início do anúncio do Reino, o fim da vida terrena e a Sua partida para o Pai, podemos verificar que Jesus, “representante” do Pai, senta-se à mesa com os pobres e pecadores. Quer partilhar com o ser humano: quer dar e quer comer do pão ganho com sangue, suor e lágrimas; quer partilhar o pão vivo que mata a fome e, a água viva que mata a sede para sempre; quer amar e ser amado; quer encher odres novos com vinho novo que embriague de amor e de alegria. E, até promete que não nos vai deixar sós a navegar neste mar de tormentas nem permitirá que o amor a Deus se limite que fiquemos a amar o Deus distante do Antigo Testamento. Parte, mas quer partilhar o mesmo Espírito, Seu e do Pai, garantindo ao ser humano que, apesar das suas limitações humanas, pode amar a Deus e os irmãos filhos do mesmo Pai e, ser amado por Deus uno e trino, por intermédio do Seu Espírito – o Deus connosco.

  
2. A glória de Deus

Voltando às refeições de Jesus, poderíamos dizer que a Eucaristia, marco final de Jesus e finalizador da Sua existência terrena, é o ponto inicial e de apoio da existência da Igreja. A missão de anúncio do Evangelho e revelação do Pai foi cumprida por Jesus com a Sua vida, morte e ressurreição. No entanto, em alguns momentos, Jesus dá a entender que a obra de Deus não estaria, ainda, concluída, mesmo após a Ressurreição e a Ascensão, como vamos ver.
Na última ceia, Jesus diz: “Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos. E Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para estar convosco para sempre… Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós… Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, Esse ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.” (Jo, 14, 15-26). 
Jesus indica que a vida vai continuar, depois da sua morte e ressurreição, mas a obra de Deus continuará também: o Pai dará outro Consolador, para não ficarmos sós. 
E diz, ainda, “Mas quando vier o Consolador que vos hei-de enviar da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, Ele testificará de Mim. E vós também testificais, pois estivestes comigo desde o princípio.” (Jo 15, 26-27). “Contudo, digo-vos a verdade: Convém-nos que eu vá; porque se eu não for o Consolador não virá a vós e se eu for, enviar-vo-lo-ei.” (Jo 16, 7). “Quando vier o Espírito da Verdade, Ele guiar-vos-á para a verdade total, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e anunciar-vos-á o que há-de vir. Ele glorificar-me-á porque há-de receber do que é meu, para vo-lo anunciar.” (Jo 16, 13-15). 
Jesus anuncia um outro momento: A glorificação do Seu Nome – a glória de Deus. 
Quando parte para o Pai, não vai sem antes indicar aos seus discípulos como deviam continuar a sua missão universal: “Ide, pois, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo ensinando-as a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E eu estarei sempre convosco até ao fim do mundo.” (Mt 28, 19-20). 
Aqui, efectivamente, Jesus dá orientações aos seus discípulos, mas com uma garantia que mantém firme a esperança: “E eu estarei sempre convosco até ao fim do mundo.”
Verificamos, então, que Jesus indica que a obra de Deus não está completa.
Sabemos que Jesus, o Filho de Deus, dá a conhecer o Pai e, que a Ressurreição mostra, com clareza, a natureza divina de Jesus Cristo. Ela é a transfiguração definitiva que mostra Jesus como o Filho amado do Pai; é a plenitude da encarnação e o ponto em que a revelação de Deus se torna plena. 
Podemos, assim, afirmar que a ressurreição é o culminar da história da salvação, é a revelação de Deus ao homem. Mas, o Pentecostes segundo as palavras de Jesus, na última ceia, é algo mais, é o culminar de todas as obras de Deus; é aí que resplandece a glória de Deus, como diz o Beato João Paulo II, na Carta Encíclica Dominum et Vivificantem, 7: “Por isso, no Espírito Santo Paráclito, o qual continua incessantemente no mistério e na actividade da Igreja a presença histórica do Redentor sobre a terra e a sua obra salvífica, resplandece a glória de Cristo, como atestam as palavras de São João que vêm a seguir: «Ele (isto é, o Espírito) glorificar-me-á, porque receberá do que é meu para vo-lo anunciar».” 
Jesus deu a conhecer Deus ao homem na Sua Pessoa. Antes, Deus já existia e actuava no meio dos homens, mas o ser humano, com as limitações de humano, porque não é divino, não conseguia ver Deus. Em Jesus Cristo, humano e divino, torna-se possível ao humano conhecer e ver Deus. Também o Espírito de Deus já estava presente no mundo, antes da vinda de Jesus e antes do Pentecostes com os seus dons e com o seu poder. Mas, em Jesus Cristo Ele passa a estar connosco de forma pessoal e fica connosco, já não em pessoa, mas, em Espírito. Assim, passamos a ter conhecimento não só de Jesus, mas também de toda a Trindade, de Deus uno e trino com toda a dimensão do que Deus é: Deus Pai de amor. 
Nos escritos apostólicos Jesus Cristo e o Espírito andam inseparavelmente unidos.
Não podia deixar de ser. O que une o Pai ao Filho é a força do amor de Deus – o Espírito Santo. 
O Espírito Santo é o amor de Deus que, como humanos, podemos desde já aceder e partilhar, porque é o Espírito de Cristo (só em Cristo temos acesso ao Pai). Então, a frase dos Actos dos Apóstolos: ”Todos ficaram cheios do Espírito Santo” (Act 2,4) só pode significar que todos ficaram cheios do amor de Deus. 
Os apóstolos, após a ressurreição, acreditaram que aquele Jesus, seu Mestre, era verdadeiramente o Filho de Deus, mas continuaram receosos. Reuniam-se às escondidas. 
Só no Pentecostes sentiram a verdadeira experiência do amor de Deus que os envolveu, ao ponto de quem os via e ouvia, dizer que estavam embriagados com vinho doce. Estavam, sim, embriagados com o vinho novo, embriagados com a caridade e amor do Espírito Santo. Claro que, quando surge essa experiência de ser amado por Deus e de amar Deus, imperiosamente, tem que se notar algo na nossa maneira de ser e de agir. Foi isso que aconteceu aos apóstolos e é isso que acontece a cada um de nós quando, efectivamente, se dá “novo Pentecostes”. O ser humano não tem capacidade para aguentar a força do amor de Deus e extravasa-o inundando outros. 
O Pentecostes ocorreu naquele dia específico com os apóstolos, mas continua a acontecer. Como diz Jesus Cristo, se O amarmos e guardarmos os seus mandamentos Ele dar-nos-á o Consolador que estará connosco para sempre; Ele ensinar-nos-á todas as coisas, recordará tudo o que Jesus disse, guiar-nos-á para a verdade total, de modo a podermos ser suas testemunhas e anunciar-nos-á o que há-de vir. Então, resplandece a glória de Cristo e será o coroamento das obras de Deus para Sua glória na Trindade Santa. 
Sem o Espírito, o que seria a Igreja? O acontecimento Jesus Cristo perder-se-ia ao longo da história, a identidade cristã diluir-se-ia e a Igreja transformar-se-ia numa organização sem vida. Jesus confiou ao Espírito a continuidade da sua obra na comunidade cristã. Jesus não é só o Ressuscitado, é «Senhor que dá a vida», e é o Espírito que dá esse sentido à missão de Jesus. Mas o dar a vida não é como acender uma luz num determinado instante. A doação de vida é contínua, é um amor que se vive e será para sempre – é a vida eterna na comunhão do amor de Deus. É por isso que o Espírito Santo vem depois de Jesus e graças a Ele; vem para continuar no mundo, mediante a Igreja, a obra da Boa Nova da salvação, até que a criação seja glorificada com o Pai e com o Filho e com o Espírito Santo. Então, sim, estará completa a obra de Deus.



3. Maria e o Espírito Santo

Em toda a história bíblica, o Espírito é a força de Deus que se apodera do profeta, do autor ou do intérprete sagrado para que se disponibilize, se esvazie de si mesmo deixando que a Palavra de Deus se inscreva na sua intimidade; o culminar dessa história é o caso de Maria, modelada de forma singular pelo Espírito que a tornou simples, humilde e terra santa, onde a Palavra produziu fruto. 
Maria recebe a força do Espírito que lhe permite dialogar com Deus Pai, torna-a capaz de assumir a sua própria vida e dizer “eu quero” e converte-se em Mãe do Filho de Deus. 
Vivendo com Jesus e em Jesus, até à Sua morte e ressurreição, Maria recebe o Espírito de Cristo no Pentecostes da Igreja (cf. Jo 19, 25-27.30; Act 1, 14). Ali, Ela que já tinha sido repleta do Espírito Santo, recebe o Espírito da nova comunhão que a vincula ao povo novo do Senhor glorificado; entra e faz parte da glória de Deus. 
Maria pertence à nossa própria humanidade, como criatura deste mundo, mas é aquela que manteve e mantém relações privilegiadas com o Pai e Filho e o Espírito, realizando-se como pessoa, dentro do espaço trinitário: Maria é a primeira pessoa da história a participar da glória de Deus. Ela pode apresentar-se como cume da história e centro da Igreja. Foi graças ao seu “Sim” e com o Espírito Santo que a obra de Deus se realizou. É fruto das suas qualidades de Mãe que ela é a alma inspiradora da comunidade dos crentes. Pois a Mãe Maria está atenta e preocupa-se para que nada falte na mesa do Senhor. 
Maria, cheia do Espírito Santo, mergulhada no amor de Deus é a nossa “paráclita”, é “consoladora” dos aflitos e “advogada” dos pecadores, seus filhos. Também, com ela e com o Espírito Santo podemos fazer parte do coro que glorifica o seu Filho e que dá glória a Deus.



4. Conclusão

Concluindo, a missão de Jesus de anúncio do Evangelho, instauração do Reino de Deus e revelação do Pai foi cumprida por Ele próprio. Mas é necessário continuar a divulgação da Sua mensagem e dar a conhecê-Lo para que se tenha acesso ao Pai, a fim de que haja Salvação para glória de Deus. Cabe-nos a nós essa função com a força do Espírito Santo que nos ensina todas as coisas e nos recorda tudo o que Jesus disse. 
Meus amigos, a vida é para se viver, não é para a deixarmos abalar; é para sentir (só sente quem vive) e o melhor que podemos desfrutar da vida é sentirmo-nos pessoalmente amados por Deus. Para se sentir esse amor temos que fazer a experiência de nos deixarmos amar e de amar em simultâneo (só há vivência em amor quando o amor é recíproco). Contudo, as nossas capacidades podem ser pequenas, mas consola-nos a certeza de que Deus faz acontecer “Pentecostes” e torna-nos capazes de amá-Lo tanto mais quanto se vive e se experimenta o Seu amor. 
Como conclusão prática para a vida do dia-a-dia, verificamos que não basta ter fé, acompanhar Jesus Cristo e conhecer Deus, como os apóstolos, (embora “conhecer” já implique vivenciar); é preciso uma experiência real e transformante do amor de Deus; é necessário sentir o amor com que Deus Pai nos ama e que nos torna capazes de O amar e de amar o próximo. Temos que partilhar refeições com Jesus: aceitar o seu convite para o banquete e, também, convidá-Lo para se sentar à mesa connosco e estar atentos à efusão do Espírito Santo, como Maria. 
Este “receber”, “ser”, “amar”, “dar” é o “viver em Cristo”, é compartilhar os bens, é comer à mesma mesa. Assim alimentados, temos vida, a vida que o Espírito dá, a vida de Cristo, a vida do Pai, a vida do amor trinitário. 
Nos dias de hoje, sabemos que “crer” é, relativamente, fácil; “amar” é um pouco mais difícil, mas não muito. O que é difícil é “esperar”. Somos seres frágeis que desanimamos e desesperamos facilmente. Mas, as tribulações reavivam e produzem esperança. É a esperança que nos dá força para recomeçar depois dos fracassos. A esperança é que nos salva. E, porquê? Temos a promessa salvífica e santificadora do Pai. 
Mas, saciados, com vida e em festa, cheios do Espírito Santo, cheios do amor de Deus, poderemos, extravasar esse amor e envolver o próximo na mesma paixão de amor; poderemos comungar da própria vida de Cristo e, num só e mesmo Espírito, fazer parte no Reino, que já está no meio de nós e participar na Glória de Deus. 
Além das refeições de que falámos da vida de Jesus, temos fé e esperança de que haverá um “grande momento chave” na vida do Reino, onde se prepara mais uma refeição para a qual Maria, Jesus e os seus estão convidados: Deus prometeu e tem preparado um grande banquete para todos os filhos pródigos. 
Animados, com o Espírito Santo vivemos e esperamos por esse grande momento.

(Hino ao Espírito Santo, composto no Séc. IX)

Veni creator Spiritus
Tradução
Veni, Creator Spiritus, mentes tuorum visita,imple superna gratia, quae tu creasti pectora.

Qui diceris Paraclitus, altissimi donum Dei, fons vivus, ignis, caritas, et spiritalis unctio.

Tu septiformis munere, digitus paternae dexterae, tu rite promissum Patris, sermone ditans guttura.

Accende lumen sensibus; infunde amorem cordibus, infirma nostri corporis virtute firmans perpeti.

Hostem repellas longius, pacemque dones protinus;
ductore sic te praevio vitemus omne noxium.

Per te sciamus da Patrem, noscamus atque Filium;
teque utriusque Spiritum credamus omni tempore.

Deo Patri sit gloria, et Fillio, qui a mortuis surrexit, ac Paraclito, in saeculorum saecula. Amen.
Vem, ó Espírito Criador, visita as tuas almas, enche da suprema graça, os corações que criaste.

Tu que és o dito Paráclito, altíssimo dom de Deus, fonte viva, fogo, caridade, e unção espiritual.

Tu dador dos sete dons, dedo da direita paterna, Tu solene promessa do Pai que inspiras as palavras.

Acende a luz nos sentidos, infunde o amor nos corações, fortalece para sempre o que no nosso corpo é enfermo.

Afasta o inimigo, dá a paz sem demora, e assim guiados por Ti, evitaremos todo o mal.

Por Ti descubramos o Pai, e também  o Filho conheçamos,
em Ti Espírito de ambos acreditemos por todo o sempre.

Glória seja dada a Deus Pai, e ao Filho, que da morte ressuscitou, e ao Paráclito, pelos séculos dos séculos. Amen.
Azambuja, 10 de Junho de 2011                                                                          A. Vasconcelos (Diác.)
 
 
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Os primeiros passos do G.O. “Boa Nova do Reino”
Acesso:

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