.
No meu primeiro apontamento, referi as novidades maiores de Bento XVI sobre o diálogo da Igreja com a laicidade, os sistemas sociais e políticos, sobre Fátima e desígnio de Deus. Levantei a questão teológica da “revelação” bíblica e das revelações particulares. A Igreja não é fruto exclusivo do biblicismo literalista.
Hoje pretendo apresentar alguns pontos fulcrais das homilias do Papa.
Na missa do Terreiro do Paço, Bento XVI centrou a sua homilia na necessidade da evangelização cristã a partir da verdade da ressurreição. Disse: “Apesar de ser diferente da dos Apóstolos, temos também nós uma verdadeira e pessoal experiência da presença do Senhor ressuscitado.
A distância dos séculos é superada e o Ressuscitado oferece-se vivo e operante, por nós, no hoje da Igreja e do mundo. Esta é a nossa grande alegria.
No rio vivo da Tradição eclesial, Cristo não está a dois mil anos de distância, mas está realmente presente entre nós e dá-nos a Verdade, dá-nos a luz que nos faz viver e encontrar a estrada para o futuro”.
Sem dúvida que ninguém sabe explicar o mistério da Ressurreição. Acreditamos porque os Evangelhos, São Paulo, os Actos dos Apóstolos e demais livros do NT, o afirmam. Não há Cristianismo sem Ressurreição. É o mistério da Ressurreição que nos leva a ajoelhar diante do Senhor dos vivos e dos mortos. Sem a Ressurreição Jesus não passaria de um filósofo, de um pequeno Messias esperado e, depois, desaparecido.
E homens e mulheres, nos dias de hoje, esperam o sinal da Ressurreição no sinal existencial das nossas vidas. É pela “alegria” de viver e pela certeza desta “esperança-feita-vida” que o mundo moderno descobre a grande metáfora viva da Ressurreição.
O “rio vivo da Tradição” encontra-se nos Santos que nos apresentam “o sinete de marca do Deus vivo” (Apocalipse 7, 2).
E este “sinete de marca”, como diz o Papa, realizado no Baptismo, é dinamizado “sob o impulso do eterno animador do Povo de Deus que é o Espírito Santo”. Viver da Ressurreição é viver do dinamismo do Espírito em processo de alegria. De facto, ao passarmos pelas ruas das nossas cidades e pelas lojas dos nossos centros comerciais o que mais encontramos é gente triste, desanimada, sem esperança.
Em Fátima, no dia 12 de Maio, regressa a este testemunho, dirigido aos consagrados com as palavras: “Pois bem, queridos consagrados e consagradas, com o vosso empenho na oração, na ascese, no progresso da vida espiritual, na acção apostólica e na missão, tendeis para a Jerusalém celeste, antecipais a Igreja escatológica, firme na posse e contemplação amorosa de Deus-Amor.
Como é grande, hoje, a necessidade deste testemunho! Muitos dos nossos irmãos vivem como se não houvesse um Além, sem se importar com a própria salvação eterna”. Realmente, o mundo ocidental do consumismo e hedonismo coloca o céu na terra. Nunca como hoje o sinal vivo do Ressuscitado, em cada um de nós, redobra de importância, seja pela catequese, seja, sobretudo, pela vivência.
Bento XVI repete o problema nas palavras por ocasião da “Bênção das Velas”: “No nosso tempo em que a fé, em vastas zonas da Terra, corre o perigo de apagar-se como uma chama que já não recebe alimento, a prioridade que está acima de todas é tornar Deus presente neste mundo e abrir aos homens o acesso a Deus”.
Nesta mesma ocasião e lugar referiu: “Trago comigo as preocupações e as esperanças deste nosso tempo e as dores da humanidade ferida, os problemas do mundo, e venho colocá-los aos pés de Nossa Senhora de Fátima”.
Os problemas do Papa são os nossos problemas. Sem Deus, os problemas só se resolvem a nível de superfície, de espuma e de aparências. Só a Ressurreição nos conduz ao homem perfeito, total, o da terra e o da eternidade. Sem Deus vivemos da “posse”, mas não do “dom”.
Que grande desafio é, então, a vida do baptizado e ressuscitado sempre assinalado pelo Espírito Santo!
No meu primeiro apontamento, referi as novidades maiores de Bento XVI sobre o diálogo da Igreja com a laicidade, os sistemas sociais e políticos, sobre Fátima e desígnio de Deus. Levantei a questão teológica da “revelação” bíblica e das revelações particulares. A Igreja não é fruto exclusivo do biblicismo literalista.
Hoje pretendo apresentar alguns pontos fulcrais das homilias do Papa.
Na missa do Terreiro do Paço, Bento XVI centrou a sua homilia na necessidade da evangelização cristã a partir da verdade da ressurreição. Disse: “Apesar de ser diferente da dos Apóstolos, temos também nós uma verdadeira e pessoal experiência da presença do Senhor ressuscitado.
A distância dos séculos é superada e o Ressuscitado oferece-se vivo e operante, por nós, no hoje da Igreja e do mundo. Esta é a nossa grande alegria.
No rio vivo da Tradição eclesial, Cristo não está a dois mil anos de distância, mas está realmente presente entre nós e dá-nos a Verdade, dá-nos a luz que nos faz viver e encontrar a estrada para o futuro”.
Sem dúvida que ninguém sabe explicar o mistério da Ressurreição. Acreditamos porque os Evangelhos, São Paulo, os Actos dos Apóstolos e demais livros do NT, o afirmam. Não há Cristianismo sem Ressurreição. É o mistério da Ressurreição que nos leva a ajoelhar diante do Senhor dos vivos e dos mortos. Sem a Ressurreição Jesus não passaria de um filósofo, de um pequeno Messias esperado e, depois, desaparecido.
E homens e mulheres, nos dias de hoje, esperam o sinal da Ressurreição no sinal existencial das nossas vidas. É pela “alegria” de viver e pela certeza desta “esperança-feita-vida” que o mundo moderno descobre a grande metáfora viva da Ressurreição.
O “rio vivo da Tradição” encontra-se nos Santos que nos apresentam “o sinete de marca do Deus vivo” (Apocalipse 7, 2).
E este “sinete de marca”, como diz o Papa, realizado no Baptismo, é dinamizado “sob o impulso do eterno animador do Povo de Deus que é o Espírito Santo”. Viver da Ressurreição é viver do dinamismo do Espírito em processo de alegria. De facto, ao passarmos pelas ruas das nossas cidades e pelas lojas dos nossos centros comerciais o que mais encontramos é gente triste, desanimada, sem esperança.
Em Fátima, no dia 12 de Maio, regressa a este testemunho, dirigido aos consagrados com as palavras: “Pois bem, queridos consagrados e consagradas, com o vosso empenho na oração, na ascese, no progresso da vida espiritual, na acção apostólica e na missão, tendeis para a Jerusalém celeste, antecipais a Igreja escatológica, firme na posse e contemplação amorosa de Deus-Amor.
Como é grande, hoje, a necessidade deste testemunho! Muitos dos nossos irmãos vivem como se não houvesse um Além, sem se importar com a própria salvação eterna”. Realmente, o mundo ocidental do consumismo e hedonismo coloca o céu na terra. Nunca como hoje o sinal vivo do Ressuscitado, em cada um de nós, redobra de importância, seja pela catequese, seja, sobretudo, pela vivência.
Bento XVI repete o problema nas palavras por ocasião da “Bênção das Velas”: “No nosso tempo em que a fé, em vastas zonas da Terra, corre o perigo de apagar-se como uma chama que já não recebe alimento, a prioridade que está acima de todas é tornar Deus presente neste mundo e abrir aos homens o acesso a Deus”.
Nesta mesma ocasião e lugar referiu: “Trago comigo as preocupações e as esperanças deste nosso tempo e as dores da humanidade ferida, os problemas do mundo, e venho colocá-los aos pés de Nossa Senhora de Fátima”.
Os problemas do Papa são os nossos problemas. Sem Deus, os problemas só se resolvem a nível de superfície, de espuma e de aparências. Só a Ressurreição nos conduz ao homem perfeito, total, o da terra e o da eternidade. Sem Deus vivemos da “posse”, mas não do “dom”.
Que grande desafio é, então, a vida do baptizado e ressuscitado sempre assinalado pelo Espírito Santo!
Padre Joaquim Carreira das Neves, OFM.
Labat n.º 106 de Julho de 2010
Sem comentários:
Enviar um comentário