13 agosto, 2009

O DOM DA PROFECIA



O nosso Deus presenteou-nos com Dons Espirituais ou carismas - na 1.ª Carta aos Coríntios 12, 7-10 S. Paulo diz-nos: "a manifestação do Espírito é dada a cada um para proveito comum - a um, o Espírito dá a Palavra de Sabedoria; a outro, uma palavra de Ciência; a outro, o dom das curas; a outro, o de discernimento; a outro, o de falar em línguas, etc., etc. ..." Entre estes Carismas ou "dons espirituais" está o DOM da PROFECIA.

O que é a Profecia? 

- Profecia é um dom carismático dado pelo Espírito Santo a alguns fiéis que conhecem os dons e crêem neles para enriquecimento, edificação e orientação da Igreja, ou de uma parcela da mesma, como Grupo de Oração.
Todo o dom é uma manifestação do Espírito Santo, ou seja, o Espírito Santo, que mora no coração do que crê, dá ao profeta uma mensagem interior, clara, segura, insuspeita, para que ele a anuncie aos irmãos, em nome de Deus.
A mensagem vem do Espírito Santo de Deus para o coração do profeta. Depois sai da boca do profeta para atingir o coração dos fiéis, a quem se destina. Portanto, não se trata de mensagem humana, mas de Palavra Divina – não é criada pelo homem, mas pelo Espírito Santo de Deus. Não é para o profeta, mas para que ele a pronuncie aos outros.
Quando o profeta pronuncia a profecia é Deus que fala através dele. A voz, a linguagem, o vocabulário, a expressão externa, é do homem profeta. Mas, a mensagem não. A mensagem é de Deus.
Precisamos de ouvir Deus, a falar pelos profetas.
Acontece que nos Grupos de Oração alguns irmãos falam como se fosse uma profecia e não é. Poderá ser mensagem piedosa ou uma exortação, ou um apelo criado por algum irmão e pronunciado como se fosse uma profecia, mas não o é. Portanto, não veio do Espírito Santo. Foi construída pelo espírito do Homem.
Não vamos pensar que a não profecia seja má; ela até pode ter uma boa mensagem, mas não é profecia. Ela não vem com a força do Espírito de Deus. Não é ungida como dom carismático. O que não é bom e é desaconselhável é que seja pronunciada como se fosse profecia. Neste caso, atrapalha, confunde, desmoraliza, o acreditar da profecia. Se o irmão sente que deve dirigir aquela palavra ao grupo, deverá fazê-lo na linguagem de exortação, de elogio ou de outra forma, mas nunca fale ao grupo usando a linguagem profética.

Como agir? 

Como nos devemos comportar interiormente quando nos apercebemos que somos a pessoa escolhida e inspirada pelo Espírito Santo para profetizar?
- Devemos colocar-nos numa atitude simples, dócil, de escuta íntima, permitindo tranquilamente que o Espírito fale da forma que quiser.
- Prestar atenção à mensagem que vai surgindo no coração, escutando atentamente com os ouvidos do coração e procurando guardar bem na memória a mensagem recebida.
- Se a mensagem vier com imagens ou visualizações, prestar atenção ao significado que lhe é sugerido pelo Espírito.
Se o significado não ficou bem claro após receber a inspiração, peçamos ao Espírito que o torne claro e seguro.
- Se for recebido apenas o sentido da profecia, peçamos em oração as palavras correctas para apresentar a profecia da melhor forma.
- Após ter ficado clara a mensagem, pode-se, em humilde oração, pedir ao Espírito Santo que confirme a veracidade, dando sinal interior de certeza, de gozo, de impulso na vontade, ou outro sinal que Ele quiser dar.
Aqueles que receberam o dom da profecia e o amadureceram na fé, recebem igualmente um discernimento seguro que lhes dá a plena segurança de que se trata de verdadeira profecia.

Como dizer a profecia? 

Nas reuniões de oração há um hábito bastante comum e difundido de se proclamar a profecia pronunciando-a na 1.ª pessoa do singular, como se estivesse a ser proferida por Deus. Por exemplo: “assim fala o Senhor …”. Pode-se perceber nesta maneira de falar que se trata de uma mensagem de Deus, pronunciada por Deus, pela boca do profeta.

Como escutar a profecia? 

Quando estamos em reunião de oração, o Espírito toma a palavra para falar pelo profeta. Todos devemos perceber e mergulhar no momento solene, santo, de profundo clima de oração, louvor, obediência e silêncio. Ouvida a profecia, o grupo continuará em profundo silêncio para o acolher, meditar e assimilar a Palavra que veio de Deus. Cada um deverá recebê-la como se fosse para si mesmo. Deixar-se atingir e questionar pela profecia ouvida. Se alguém receber a veracidade da profecia pronunciada, confirme-a com voz firme dizendo: “confirmo a profecia.”
Enquanto houver necessidade de tempo para reflectir, confirmar e responder à profecia, não deve ser pronunciada outra. Depois de confirmada, rompe-se num grande louvor de acção de graças porque Deus nos falou através do Seu Espírito.
Meus irmãos, eu não quero magoar ninguém, mas todos nós sabemos que em muitos grupos acontece que, basta terminarmos o canto das línguas, para logo sermos bombardeados com uma profecia, ou por uma não profecia.
Certamente já chegamos à conclusão que não devemos proceder assim. Até parece que há receio que um irmão se antecipe a outro para dizer a profecia.
Devemos sim, guardar uns momentos de silêncio para que o Espírito Santo que age no silêncio e não no barulho, fale ao coração do profeta, daquele por quem vai ser pronunciada a profecia, para que ele por sua vez, fale ao coração dos irmãos.
Devemos mesmo fazer questão para que haja sempre, sempre este silêncio, para que haja paz. É que o Senhor está a falar e, quando o Senhor fala, nós devemos estar todos de coração aberto; todos com um coração de acolhimento; todos com um coração irradiando alegria, porque Deus, através do Seu Espírito, está a falar a todo o grupo.
Armindo Martinho Franco
Líder do Grupo `Fonte de Vida B´
(Labat n.º 95 - Junho 2009)

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