16 outubro, 2020

INFORMAÇÃO

 


JMJ Lisboa 2023 - Fique a conhecer o logotipo da JMJ Lisboa 2023

 

 

O logotipo da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 foi apresentado hoje, num evento transmitido pelas redes sociais. 

O elemento gráfico que identifica o encontro de jovens que Portugal vai receber em 2023 foi inspirado no tema – “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39) – e tem a cruz como elemento central, “atravessada por um caminho onde surge o Espírito Santo” e com as cores a evocar a bandeira portuguesa, descreve a nota que acompanha a divulgação do logotipo. Este logotipo, que foi criado pela jovem Beatriz Roque Antunes, pretende ser “um convite aos jovens para que não se acomodem e sejam protagonistas da construção de um mundo mais justo e fraterno”.
A partir do dia de hoje, ficou também disponível o site oficial do evento, em www.lisboa2023.org.

Patriarcado de Lisboa

Papa: a fome não é só uma tragédia, mas uma vergonha para a humanidade

 
 
No Dia Mundial da Alimentação, o Pontífice propõe novamente a sugestão já avançada pelo Papa São Paulo VI na "Popularium progressio" e contida na encíclica "Fratelli tutti", isto é, a criação de um “Fundo mundial” para eliminar definitivamente a fome com o dinheiro usado em armas e em outras despesas militares.

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Vergonhosa: assim o Papa definiu a condição de milhões de pessoas no mundo que não têm que comer.

Em 16 de outubro, celebra-se o Dia Mundial da Alimentação, que este ano coincide com os 75 anos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) .

Para esta ocasião, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao diretor-geral da instituição, Qu Dongyu, dirigida também a todos os membros que a compõem.

Comentando o tema escolhido para 2020 “Cultivar, nutrir e preservar. Juntos. As nossas ações são o nosso futuro”, Francisco ressalta a necessidade de agir conjuntamente e com firme propósito para gerar iniciativas que melhorem o meio ambiente.

“No decorrer desses 75 anos, a FAO aprendeu que não é suficiente produzir alimento, mas é preciso também garantir sistemas alimentares que sejam sustentáveis e ofereçam dietas saudáveis e acessíveis a todos.”  

Noutras palavras, trata-se de adotar soluções inovadoras que possam transformar o modo em que produzimos e consumimos os alimentos.

Vergonha

Para o Papa, vivemos uma época de contradições: de um lado, somos testemunhas de um progresso sem precedentes em vários campos da ciência; de outro, o mundo enfrenta múltiplas crises humanitárias, com um aumento do número de pessoas que lutam contra a fome e que a pandemia está a agravar.

Francisco então entra no âmago do seu discurso com um apelo à responsabilidade:

“Para a humanidade, a fome não é só uma tragédia, mas também uma vergonha. Em grande parte, é provocada por uma distribuição desigual dos frutos da terra, à qual se acrescentam a falta de investimentos no setor agrícola, as consequências das mudanças climáticas e o aumento dos conflitos em várias regiões do planeta. Por outro lado, descartam-se toneladas de alimentos. Diante desta realidade, não podemos permanecer insensíveis ou paralisados. Somos todos responsáveis.”

Francisco reforça a necessidade de políticas e ações concretas, pois as “discussões dialéticas ou ideológicas” afastam-nos do objetivo da erradicalão da fome e permitem que os “nossos irmãos e irmãs continuem a morrer por falta de alimento”.

O Pontífice propôs novamente a sugestão já avançada pelo Papa São Paulo VI na Popularium progressio e contida na encíclica Fratelli tutti, isto é, a criação de um “Fundo mundial” para eliminar definitivamente a fome com o dinheiro usado em armas e noutras despesas militares.

O Papa encerra a sua mensagem com votos de que a atividade da FAO seja sempre mais incisiva e fecunda, de modo que, todos “possamos viver dignamente, com respeito e amor”.

Afronta

Em sintonia com o Papa Francisco, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que “num mundo de fartura, é uma afronta grave que centenas de milhões de pessoas vão para a cama com fome todas as noites.” 

Atualmente, 690 milhões de pessoas não têm que comer. Ao mesmo tempo, mais de 3 biliões de pessoas não têm dinheiro para fazer uma dieta saudável. 

Guterres lembra ainda a entrega do Prémio Nobel da Paz deste ano ao Programa Mundial de Alimentos, PAM, e os 75 anos da FAO, afirmando que a comunidade internacional deve aproveitar a data para “intensificar os esforços para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.” 

O secretário-geral convocou para setembro do próximo ano, à margem da Assembleia Geral, uma Cúpula de Sistemas Alimentares para inspirar ações rumo aos Objetivos.

 

VN

15 outubro, 2020

JMJ Lisboa 2023 - Logotipo da JMJ Lisboa 2023 vai ser apresentado em evento online


 

O logotipo da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 vai ser apresentado nesta sexta-feira, 16 de outubro, às 11h00, através das redes sociais da JMJ Lisboa 2023 (Facebook e YouTube). Segundo a organização, no mesmo dia, também será lançado o site oficial do encontro, em www.lisboa2023.org.

“O novo logotipo da Jornada Mundial da Juventude foi inspirado pelo tema escolhido pelo Papa Francisco para a edição da JMJ que terá lugar em Lisboa («Maria levantou-se e partiu apressadamente», Lc 1, 39) e pelos traços da cultura e religiosidade portuguesas”, revela um comunicado da organização, adiantando que “a proposta vencedora foi escolhida num concurso internacional” promovido pelo Comité Organizador Local (COL) e que contou com a “participação de centenas de candidatos provenientes de 30 países dos cinco continentes”. Para o processo de seleção, a organização contou com a colaboração de “uma equipa de académicos da Universidade Católica Portuguesa que selecionou as 21 melhores propostas”. De seguida, as propostas foram “avaliadas por profissionais da área do marketing e da comunicação, provenientes de agências de comunicação presentes em Portugal, que elegeram três finalistas”, cabendo depois à Santa Sé, através do Dicastério para os Leigos, Família e Vida, escolher a proposta vencedora, revela a organização.

O comunicado do COL da JMJ Lisboa 2023 acrescenta que, no atual contexto, continua a “dar prioridade às necessidades daqueles que têm sido afetados pela pandemia, sem perder de vista a organização do evento” e que, “juntamente com as dioceses portuguesas, está a preparar um conjunto de ações de divulgação”, baseadas no tema da JMJ Lisboa 2023.

Patriarcado de Lisboa

Na educação habita a semente da esperança: Papa conclama a um novo Pacto Educativo Global

 

“Queremos empenhar-nos corajosamente a dar vida a um projeto educativo, investindo as nossas melhores energias e iniciando também processos criativos e transformadores em colaboração com a sociedade civil”: este é o convite relançado pelo Papa Francisco por um novo Pacto Educativo Global.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Para 2020, eram aguardados dois grandes eventos convocados pelo Papa Francisco: um sobre a economia e outro sobre a educação. Ambos foram adiados devido à pandemia, mas não é possível mais esperar.

Por isso, virtualmente através de uma videomensagem divulgada num evento organizado na Pontifícia Universidade Lateranense, Francisco atualizou o convite feito a toda a sociedade civil em 12 de setembro de 2019 para “dar vida a um projeto educativo, investindo as nossas melhores energias”.

Catástrofe educativa

O próprio Papa revela que quando idealizou este novo projeto, nunca lhe “passou pela cabeça” a situação que viria a se criar com a Covid-19. O coronavírus acentuou a disparidade de oportunidades educacionais e tecnológicas, a ponto de constituir-se uma “catástrofe educativa”.

Talvez a expressão seja forte, afirma ele, mas fala-se de catástrofe porque cerca de dez milhões de crianças poderiam ser obrigadas a abandonar a escola devido à crise económica gerada pelo coronavírus. A crise, portanto, é muito mais profunda, é geral: está em crise “a nossa forma de compreender a realidade e de nos relacionarmos entre nós”.

Eis então que entra em jogo o “poder transformador da educação”: “educar é sempre um ato de esperança que convida à comparticipação transformando a lógica estéril e paralisadora da indiferença numa lógica diferente, capaz de acolher a nossa pertença comum”.

Educar é um ato de amor

Para Francisco, é necessário renovar o percurso formativo para construir novos paradigmas, capazes de responder aos desafios e emergências do mundo atual, pois a educação – diz ainda o Papa – “é um dos caminhos mais eficazes para humanizar o mundo e a história”.

“A educação é, sobretudo, uma questão de amor e responsabilidade que se transmite, ao longo do tempo, de geração em geração. Por conseguinte, a educação apresenta-se como o antídoto natural à cultura individualista.”

O nosso futuro, prossegue Francisco, não pode ser a divisão, o empobrecimento das faculdades de pensamento e imaginação, de escuta, diálogo e compreensão mútua.

Tampouco o nosso futuro pode favorecer “graves injustiças sociais, violações dos direitos, pobrezas profundas e descartes humanos”. O futuro também não pode ser feito de jovens que sofram de depressão, toxicodependências, de meninas-noivas e de crianças-soldado ou de menores vendidos e escravizados

"Para e com" as gerações de jovens

Portanto, quando se fala de um novo Pacto Educativo Global, o Papa tem em mente um projeto  “para e com as gerações jovens, que empenhe as famílias, as comunidades, as escolas e universidades, as instituições, as religiões, os governantes, a humanidade inteira na formação de pessoas maduras”.

Isto requer audácia, afirmou o Pontífice, citando um trecho da sua nova encíclica: “Sejamos parte ativa na reabilitação e apoio das sociedades feridas. Hoje temos à nossa frente a grande ocasião de expressar. o nosso ser irmãos, de sermos outros bons samaritanos que tomam sobre si a dor dos fracassos, em vez de fomentar ódios e ressentimentos» (Enc. Fratelli tutti, 77). Em síntese: precisamos da capacidade de criar harmonia.

Investir as nossas melhores energias, com coragem

Na sequência, Francisco faz a proclamação em sete pontos dos compromissos a assumir para quem adere ao novo Pacto, como: colocar a pessoa em primeiro lugar, ouvir a voz das crianças, dos jovens e da família, investir na educação das meninas, educar para o acolhimento, encontrar novas formas de compreender a economia e a política, assim como guardar e cultivar a casa comum.

“Enfim, queridos irmãos e irmãs, queremos empenhar-nos corajosamente a dar vida, nos nossos países de origem, para um projeto educativo, investindo as nossas melhores energias e também iniciando processos criativos e transformadores em colaboração com a sociedade civil.”

Neste processo, Francisco aponta a doutrina social da Igreja como ponto de referência, recordando que as grandes transformações não se constroem à mesa, mas com a contribuição de todos.

“É tempo de olhar em frente com coragem e esperança. Que, para isso, nos sustente a convicção de que habita na educação a semente da esperança: uma esperança de paz e justiça; uma esperança de beleza, de bondade; uma esperança de harmonia social!”

Após as palavras do Papa, o evento na Lateranense prosseguiu com a participação da diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, e com os promotores do evento, isto é, com  os responsáveis pela Congregação para a Educação Católica, o cardeal  Giuseppe Versaldi e o arcebispo Angelo Vincenzo Zani. Também intervieram académicos e estudantes.

VN

14 outubro, 2020

O Papa na Audiência Geral: quem reza não é um iludido

 

 

O Livro dos Salmos “é composto apenas de preces. Um livro que se tornou pátria, ginásio e casa de incontáveis orantes. Faz parte dos livros sapienciais, porque comunica o “saber rezar” através da experiência do diálogo com Deus", disse Francisco.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

“A oração dos Salmos” foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (14/10), realizada na Sala Paulo VI, por causa do dia chuvoso aqui em Roma.

O Livro dos Salmos “é composto apenas de preces. Um livro que se tornou pátria, ginásio e casa de incontáveis orantes. Faz parte dos livros sapienciais, porque comunica o “saber rezar” através da experiência do diálogo com Deus. Nos salmos encontramos todos os sentimentos humanos: alegrias, tristezas, dúvidas, esperanças e amarguras que coloram a nossa vida”, disse o Pontífice.

Os Salmos são invocações

“O Catecismo afirma que cada salmo «é de tal sobriedade que pode, com verdade, ser rezado por homens de qualquer condição e de todos os tempos». Ao ler e reler os salmos, aprendemos a linguagem da oração. Os salmos são a palavra de Deus que nós, humanos, usamos para falar com Ele”, sublinhou o Papa, acrescentando:

Neste livro não encontramos pessoas etéreas nem abstratas, pessoas que confundem a oração com uma experiência estética ou alienante. Os salmos não são textos compostos de forma teórica, são invocações, muitas vezes dramáticas, que nascem da experiência viva da existência. Para os recitar basta ser quem somos. Para rezar bem, devemos rezar como somos. Não maquilhados. Não maquilhar a alma para rezar. “Senhor, eu sou assim”. Ir para diante de Deus como somos, com as coisas bonitas e feias que ninguém conhece, mas nós por dentro conhecemos. Nos salmos ouvimos as vozes de orantes de carne e osso, cuja vida, como a de todos, está repleta de problemas, dificuldades e incertezas. O salmista não contesta radicalmente este sofrimento: ele sabe que pertence à vida. Contudo, nos salmos o sofrimento transforma-se em interrogação.

Segundo o Papa, “entre as muitas perguntas, há uma que permanece suspensa, como um grito incessante que percorre todo o livro de um lado para o outro: “Até quando Senhor? Até quando?" Cada dor pede libertação, cada lágrima invoca consolação, cada ferida aguarda a cura, cada calúnia, uma sentença de absolvição. Até quando terei de sofrer por causa disto?”

O orante é precioso aos olhos de Deus

“Ao fazer constantemente tais perguntas, os salmos ensinam a não nos habituarmos à dor e lembrar-mo-nos de que a vida não é salva, se não for curada. A existência do homem é um sopro, a sua história é fugaz, mas o orante sabe que é precioso aos olhos de Deus, e por isso faz sentido gritar. E isto é importante. Quando vamos rezar, vamos por sabemos que somos preciosos aos olhos de Deus. É a graça do Espírito Santo dentro de cada um de nós que nos impele a ir a essa sabedoria de que somos preciosos aos olhos de Deus.”

A oração dos salmos é o testemunho deste grito: um grito múltiplo, porque na vida a dor assume mil formas, e tem o nome de doença, ódio, guerra, perseguição, desconfiança... Até ao supremo “escândalo”, o da morte. A morte aparece no Saltério como o inimigo mais irracional do homem: que crime merece um castigo tão cruel, que envolve a aniquilação e o fim? O orante dos salmos pede a Deus que intervenha onde todos os esforços humanos são vãos. É por isso que a oração, já em si mesma, é o caminho da salvação e o início da salvação.

As lágrimas não são universais

Francisco recordou que “neste mundo todos sofrem: quer acreditemos em Deus quer o rejeitemos. Mas no Saltério, a dor torna-se relação: um grito de ajuda à espera de encontrar um ouvido que ouça. Não pode permanecer sem sentido, sem propósito. Até as dores que sofremos não podem ser apenas casos específicos de uma lei universal: são sempre as “minhas” lágrimas”. E acrescentou:

Pensem nisto, as lágrimas não são universais. São as minhas lágrimas. Cada um tem as suas. As minhas lágrimas, as minhas dores impelem-me a ir adiante com a oração. São as minhas lágrimas que ninguém jamais derramou antes de mim. Muitos choraram, muitos, mas as minhas lágrimas são minhas, a minha dor é minha, o meu sofrimento é meu.

O Papa disse que antes de entrar na Sala Paulo VI encontrou-se com os pais do sacerdote da Diocese de Como, em Itália, que foi "morto no seu serviço para ajudar. As lágrimas daqueles pais são as lágrimas deles e cada um deles sabe o quanto sofreu ao ver o filho que deu a vida no serviço aos pobres. Quando queremos consolar alguém não encontramos palavras, porque não podemos chegar à sua dor, porque a sua dor é sua, as lágrimas são suas. O mesmo acontece connosco. A dor é minha, as lágrimas são minhas. Com estas lágrimas e esta dor dirijo-me a Deus. Para Deus, todas as dores dos homens são sagradas".

A porta de Deus está aberta

“Diante de Deus não somos desconhecidos, nem números. Somos rostos e corações, conhecidos um por um, pelo nome. Nos salmos, o fiel encontra uma resposta. Ele sabe que mesmo que todas as portas humanas estivessem trancadas, a porta de Deus está aberta. Mesmo que o mundo inteiro tivesse emitido um veredito de condenação, em Deus há salvação”, frisou ainda o Papa.

“O Senhor ouve”: às vezes na oração é suficiente saber isto. Os problemas nem sempre se resolvem. Quem reza não é um iludido: sabe que muitas questões da vida terrena permanecem sem solução, sem saída; o sofrimento acompanhar-nos-á após superarmos uma batalha, haverá outras que nos esperam. Mas se formos ouvidos, tudo se torna mais suportável.

Segundo Francisco, “a pior coisa que pode acontecer é sofrer no abandono, sem ser recordado. É disto que a oração nos salva. Pois pode acontecer, e até frequentemente, que não compreendamos os desígnios de Deus. Mas os nossos gritos não estagnam aqui na terra: elevam-se até Ele, que tem o coração de Pai e chora por cada filho e filha que sofre e morre”.

“Faz-me bem nos momentos tristes, pensar em Jesus que chorava, quando chorou olhando para Jerusalém, quando chorou diante do Túmulo de Lázaro. Deus chorou por mim. Deus chora pelas nossas dores, Deus quis-se fazer homem para poder chorar. Pensar que Jesus chora comigo na dor é um consolo. Ajuda-nos a ir em frente. Se permanecermos em relação com Ele, a vida não nos poupa o sofrimento, mas abre-se a um grande horizonte de bem e envereda-se rumo à sua realização. Coragem! Em frente com a oração. Jesus está sempre junto de nós”, concluiu o Pontífice.

VN

13 outubro, 2020

Encontro do Conselho de Cardeais será on-line

 
O Papa com o Conselho de Cardeais
 
Após a suspensão causada pela Covid-19, são retomados os compromissos do C6. A reunião desta terça-feira, anunciada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, será realizada em modo virtual.

Vatican News

Será realizado na tarde desta terça-feira (13/10), o encontro on-line do Conselho de Cardeais (C6). O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, afirmou que também haverá uma discussão sobre como continuar as reuniões com a crise de saúde em andamento. A última reunião, a 33ª, foi realizada de 17 a 19 de fevereiro deste ano. Em seguida, os encontros foram interrompidos pela emergência da Covid-19.

Durante a sessão de fevereiro, os cardeais Pietro Parolin, Óscar A. Rodríguez Maradiaga, Reinhard Marx, Seán Patrick O'Malley, Giuseppe Bertello e Oswald Gracias continuaram a fase de leitura aprofundada e a revisão do esboço da nova Constituição Apostólica sobre a Cúria Romana que, uma vez aprovada, substituirá a Pastor bonus promulgada por João Paulo II.

VN

DIÁLOGOS COM O SENHOR DEUS (19)

 


Noto em ti alguma tristeza, meu filho. O que se passa?

 Ó Senhor, então não sabes o que se passa?

 Eu sei, meu filho, mas gostava que me dissesses.

 Sabes, Senhor, é tão difícil às vezes lidar com certas situações que envolvem outros e querer manter o sorriso, a boa vontade, a concórdia.

 Eu sei, meu filho, lembra-te do que passei nas mãos daqueles que Me ofendiam e batiam e no entanto guardei no coração tudo isso e transformei-o em perdão.

 Pois é, Senhor, mas Tu tinhas a certeza de que nada tinhas feito para que tal acontecesse e eu tenho sempre a sensação que nalgum tempo concorri para aquilo que se passa comigo nestas situações.

Mas, meu filho, tu não és perfeito, sabes bem. E os outros também não o são. Aos teus olhos parece-te injustiça, pior, sentes como injustiça, mas para os outros talvez não seja esse o seu sentimento, porque não conseguem perceber as razões que te moveram.

Mas dói, Senhor, apetece desistir, não me preocupar mais com essas situações e viver a vida que me deste em paz, contigo.

E julgas, meu filho, que poderás viver em paz comigo se não estiveres em paz com os outros?

Pois, Senhor, por isso Te digo que é tão difícil!

Olha, meu filho, faz primeiro as pazes contigo, depois tenta colocar-te na pele dos outros, a seguir perdoa as más interpretações dos outros, (afere também se foste claro e transparente), e depois … depois enquanto tentas resolver tudo, coloca nas minhas mãos, reza, confia e espera, sabendo que Eu estou contigo e com os outros também.Hoje é dia da Minha Mãe em Fátima, por isso coloca no seu regaço todas as tuas intenções e situações e não te esqueças que Eu disse: «Mulher, eis o teu filho!» Jo 19, 26

 Obrigado, Senhor, abriste um sorriso no meu coração e na minha boca!

 

 Monte Real, 13 de Outubro de 2020

Joaquim Mexia Alves

"Fratelli tutti". Dom Desfarges: um texto que fala de modo especial à Igreja na Argélia

O Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar Ahmad Al Tayyeb

A Encíclica é um motivo de esperança, “é um sinal da prossecução de um caminho de fraternidade”. Um caminho que sempre foi parte integrante da vida e da missão da Igreja na Argélia. Para o prelado, o facto de o Papa ter escrito que se inspirou no Beato Charles de Foucauld para o seu documento é importante “porque a relação com o outro, intensa e plena” que o futuro santo “viveu até ao fim é o que dá vida à fraternidade e faz a Igreja viver mais plenamente”

Vatican News

Uma fonte de esperança que “restitui à humanidade a sua consciência” e mais uma etapa no caminho rumo à fraternidade proposta pela Declaração comum sobre a Fraternidade Humana assinada pelo Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar Ahmad Al-Tayyeb. Assim, o arcebispo de Argel, capital da Argélia, dom Paul Desfarges, comenta, em entrevista à agência I.Media, a recente Encíclica “Fratelli tutti”.

Um documento que toca de perto o prelado jesuíta francês que trabalha há 50 anos no país do norte da África e que, portanto, vive na cotidianidade a experiência do diálogo inter-religioso neste país muçulmano, onde os católicos são hoje uma comunidade quase completamente de origem estrangeira.

“Este texto fala-nos de uma maneira especial, pois refere-s muito claramente à oportunidade de um diálogo com os muçulmanos”, afirma o arcebispo na entrevista, na qual destaca a plena sintonia entre o Papa Francisco e o Grão Imame sunita para promover a fraternidade universal: “É um compromisso comum que se expressa mais uma vez”.

“Fratelli tutti”, um motivo de esperança

Neste sentido, a Encíclica é um motivo de esperança, “é um sinal da prossecução de um caminho de fraternidade”, diz o arcebispo de Argel. Um caminho, sublinha ele, que sempre foi parte integrante da vida e da missão da Igreja na Argélia:

“Para nós, trata-se de manter a existência de uma Igreja em relação, presente e, se possível, fraterna com os nossos irmãos e irmãs muçulmanos. O que o Papa nos diz é que a Igreja não está ali para si mesma, mas para 'ir ao encontro' (...), que vivemos como crentes num Deus benevolente para com as suas criaturas, que somos irmãos e podemos viver como tal.”

Ademais, para dom Desfarge, o facto de o Papa ter escrito que se inspirou no Beato Charles de Foucauld para o seu documento é importante “porque a relação com o outro, intensa e plena” que o futuro santo “viveu até ao fim é o que dá vida à fraternidade e faz a Igreja viver mais plenamente”.

Muitos muçulmanos querem um Islão convivial e de diálogo

Por fim, questionado sobre os “efeitos” deste esforço de Francisco para construir uma ponte de fraternidade, o arcebispo de Argel observa que, embora seja cedo para avaliar, a assinatura da Declaração comum pela mais alta autoridade sunita é, em si mesma, um “gesto muito forte”:

“Surpreende-me ver uma posição tomada, tão firme, especialmente contra a violência terrorista. Por exemplo, a afirmação ‘Deus defende-se sozinho’ é uma das que devem ser lembradas hoje. Muitos muçulmanos querem isto: um Islão convivial e de diálogo”, conclui o prelado.

Vatican News – LZ/RL

12 outubro, 2020

Dia Mundial de Saúde Mental - “A solidão é hoje um problema tremendo”

 


O Cardeal-Patriarca de Lisboa assinalou este sábado o Dia Mundial da Saúde Mental na Clínica Psiquiátrica de São José e afirmou, na homilia da Missa, que a “solidão é hoje um problema tremendo”. “Numa sociedade como a portuguesa, há quase um milhão de pessoas que vive só. Esse é um dos fatores de agravamento da saúde mental”, afirmou D. Manuel Clemente na celebração transmitida nas redes sociais do Patriarcado de Lisboa.

Para o Cardeal-Patriarca de Lisboa, nunca como em sociedades como a atual houve “tantas ocasiões” para comunicar, estar uns com os outros, também com os recursos tecnológicos. “Quando temos tantas possibilidades de nos encontrarmos, encontramo-nos muito pouco”, afirmou D. Manuel Clemente. “Com a pandemia não podemos estar tão fisicamente como estávamos. Mas há um telefonema! Telefone, lembre-se do seu familiar, do seu amigo, da sua amiga que está doente, que está sozinho”, apelou o Patriarca.

A celebração deste sábado, 10 de outubro, também pretendeu assinalar a passagem da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima pela clínica das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Estes acontecimentos, inserem-se no âmbito das iniciativas que, entre os dias 9 e 18 de outubro, refletem sobre o “impacto da pandemia na saúde mental”. 

A Clínica Psiquiátrica de S. José, um centro das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, preparou um programa de reflexão e de celebração pelo Dia Mundial da Saúde Mental, que se assinala anualmente a 10 de outubro, envolvendo outros centros das religiosas na zona da grande Lisboa, bem como dos irmãos de S. João de Deus, o ramo masculino.

A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima iniciou a visita às casas de saúde das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus e dos Irmãos de São João de Deus na Clínica Psiquiátrica de São José; esta segunda-feira, às 10h30, foi acolhida na Casa de Saúde da Idanha (Sintra); no dia 13 visita a Casa de Saúde Santa Rosa de Lima, às 10h30, e o Centro Psicogeriátrico Nossa Senhora de Fátima, às 15h00; e a Casa de Saúde do Telhal, dos Irmãos de S. João de Deus, nos dias 14 e 15 de outubro, regressando à Clínica Psiquiátrica de S. José para ali permanecer até 18 deste mês.

com Ecclesia

Patriarcado de Lisboa

11 outubro, 2020

Papa: o Evangelho não é reservado a poucos eleitos, Deus prepara o seu banquete para todos


 
A Igreja é chamada a ir até às encruzilhadas de hoje, isto é, às periferias geográficas e existenciais da humanidade (...). Trata-se de não nos acomodarmos nas formas cómodas e usuais de evangelização e do testemunho da caridade, mas de abrir a todos as portas do nosso coração e das nossas comunidades, porque o Evangelho não é reservado a poucos eleitos". Deus prepara para todos o seu banquete: "justos e pecadores, bons e maus, inteligentes e incultos."

Jackson Erpen – Vatican News

“O Evangelho não é reservado a poucos eleitos. Também aqueles que estão à margem”, os “rejeitados e desprezados pela sociedade, são considerados por Deus dignos do seu amor. Para todos Ele prepara o seu banquete: justos e pecadores, bons e maus, inteligentes e incultos.”

A parábola do banquete nupcial descrita no Evangelho de São Mateus, proposto para este XXVIII Domingo do Tempo Comum, inspirou a reflexão do Papa no Angelus, quando recordou, que “não basta aceitar o convite para seguir o Senhor, é preciso estar disponível para um caminho de conversão, que muda o coração. A veste da misericórdia, que Deus nos oferece incessantemente, é um dom gratuito do seu amor, é graça. E requer ser acolhido com estupor e alegria.”

Dirigindo-se aos presentes na Praça de São Pedro num domingo chuvoso, Francisco começou por explicar que com a parábola, “Jesus traça o projeto que Deus concebeu para a humanidade. O rei que "preparou a festa deocasamento do seu filho" é a imagem do Pai que organizou para toda a família humana uma maravilhosa festa de amor e comunhão ao redor de seu Filho unigénito”.

Ele manda os seus servos chamarem os convidados que, por estarem ocupados com outros afazeres, recusam o convite, "não querem ir à festa", como acontece connosco muitas vezes, ao darmos preferência “aos nossos interesses e coisas materiais, em vez do Senhor que nos chama”.

Ninguém é excluído da casa de Deus

“Mas o rei da parábola não quer que a sala fique vazia, porque deseja doar os tesouros do seu reino” - explica o Papa - e diz aos seus servos para irem às encruzilhadas dos caminhos para convidar aqueles que encontrarem.

“É assim que Deus se comporta: quando ele é recusado, em vez de desistir, repropõe e convida a chamar todos aqueles que estão na encruzilhada dos caminhos, sem excluir ninguém. Ninguém é excluído da casa de Deus”

Evangelho não é reservado a poucos eleitos

É para essa humanidade das encruzilhadas – enfatiza o Pontífice - que o rei da parábola envia os seus servos, “na certeza de encontrar pessoas dispostas a sentarem-se à mesa. Assim, a sala de banquetes enche-se de "excluídos", aqueles que estão "fora", daqueles que nunca pareceram dignos de participar de uma festa, de um banquete de casamento. Antes pelo contrário, o rei diz aos mensageiros" para chamarem todos, "bons e maus, todos. Deus chama também os maus (..). Jesus, Deus não tem medo da nossa alma ferida de tanta maldade, porque ama-mos, convida-nos":

“E a Igreja precisamente é chamada a ir até as encruzilhadas de hoje, isto é, às periferias geográficas e existenciais da humanidade, aqueles lugares à margem, aquelas situações em que se encontram acampados e vivem migalhas de humanidade sem esperança. Trata-se de não nos acomodarmos nas formas cómodas e usuais de evangelização e de testemunho da caridade, mas de abrir a todos as portas do nosso coração e das nossas comunidades, porque o Evangelho não é reservado a poucos eleitos. Também aqueles que estão à margem marginalizados, mesmo aqueles que são rejeitados, aqueles desprezados pela sociedade, são considerados por Deus dignos do seu amor. Para todos Ele prepara o seu banquete: justos e pecadores, bons e maus, inteligentes e incultos.”

Padre Júlio Lancellotti: mensageiro de Deus que vai às encruzilhadas dos caminhos

Saindo do texto, Francisco fala do seu telefonema ao padre Júlio Lancellotti na tarde de sábado, ele que trabalha com o Povo da Rua na Arquidiocese de São Paulo:

“Ontem à noite, consegui telefonar para um padre italiano, idoso, missionário da juventude no Brasil, mas sempre a trabalhar com os excluídos, com os pobres. E vive a velhice em paz: "queimou" a sua vida com os pobres. Esta é a nossa Mãe Igreja, este é o mensageiro de Deus que vai às encruzilhadas dos caminhos.”

A gratuidade da graça e da misericórdia

Todavia – continuou o Papa – o Senhor coloca uma condição: usar o traje de festa, uma “espécie de capa que cada convidado recebia de presente na entrada, pois "as pessoas iam como estavam vestidas, como se podiam vestir, não usavam roupas de gala.” Mas ao entrar na sala repleta e saudar os “convidados de último hora”, o rei observa que um deles está sem as vestes. Como rejeitou o presente gratuito, “auto excluiu-se. Assim, não restou ao rei senão jogá-lo fora. Mas, "por quê?", pergunta Francisco, que de imediato explica:

“Porque não aceitava o dom. Porque o chamamento de Jesus é um dom. É um presente, é uma graça. Este homem aceitou o convite, mas decidiu que não significava nada para ele: era uma pessoa auto-ssuficiente, que não tinha o desejo de mudar ou de se deixar transformar pelo Senhor. O traje de festa - aquele manto que é um dom, um presente - simboliza a misericórdia que Deus nos dá gratuitamente. A graça. O convite de Deus que te leva à festa, é uma graça. Sem a graça, não podes dar um passo na vida cristã. Tudo é graça. Não basta aceitar o convite para seguir o Senhor, é preciso estar disponível para um caminho de conversão, que muda o coração. A veste da misericórdia, que Deus nos oferece incessantemente, é um dom gratuito do seu amor, é precisamente a graça. E requer ser acolhido com estupor e alegria: "Obrigado Senhor por me teres dado este dom".”

Sair das visões estreitas

Que Maria Santíssima – pediu o Francisco ao concluir - nos ajude a imitar os servos da parábola do Evangelho, no sair de nossos esquemas e das nossas visões estreitas, anunciando a todos que o Senhor nos convida para o seu banquete, para nos oferecer a graça que salva, para dar-nos o dom.

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