Seduziste-me, SENHOR,
e eu me deixei seduzir!
Tu me dominaste e venceste.» Jr 20, 7-9
A Tua sedução,
Senhor,
é toda amor!
Por isso mesmo,
Senhor,
só seduzes aqueles
que se deixam seduzir.
Não forças, não enganas,
não Te transformas,
nem apresentas de modo encapotado,
disfarçado,
mas sim e apenas,
como simplesmente és:
amor puro,
totalmente doado!
Como não havias Tu,
Senhor,
de me seduzir?
Embrenhado nos “amores” fáceis do mundo,
confundido nas paixões efémeras da vida,
orientado pelos prazeres rápidos e frustrantes do dia a dia,
que procurava eu,
sem saber,
que não fosse a felicidade de me conhecer,
conhecendo a outros,
para me construir e completar?
Estaria eu aberto ao amor,
ou do amor apenas conhecia
a imperfeita imagem de um “amor” rápido,
mais feito de prazer momentâneo,
do que,
amando,
conhecer-me,
por me dar a conhecer…
ao amor?
Seria neste pobre coração,
assim aberto ao amor,
desiludido por o não encontrar,
que Tu descobriste
a razão da sedução,
com que me seduziste,
Senhor?
«E eu me deixei seduzir!»
Sequioso que estava de amor,
como não reconhecer em Ti,
Senhor,
o amor de Quem “só” ama,
de tal modo e tão totalmente,
que se dá inteiramente
por aquele a quem seduz.
«Seduziste-me, SENHOR,
e eu me deixei seduzir!»
E na Tua sedução,
tão cheio de amor fiquei,
que naqueles que Tu me deste,
para partilhar a vida,
só os posso amar também,
com o amor tão doado,
amor que em Ti encontrei.
«Tu me dominaste e venceste.»
E eu me deixei dominar,
e eu me deixei vencer,
porque o Teu domínio é amor,
e a Tua vitória,
é viver.
Sabes,
Senhor,
descubro na minha obediência,
à Tua sedução,
um tão profundo e terno amor,
que amar-te,
é obedecer-te,
porque obedecendo,
Te amo.
Doce e terna obediência,
que me conduz ao amor!
Deixar-me dominar e vencer,
por Quem “apenas” ama,
é encontrar-me,
completar-me,
porque me encontro com a vida,
aquela que me foi dada,
que vai para além deste tempo,
para ser inteiramente vivida,
na Tua presença,
Senhor!
«Seduziste-me, SENHOR,
e eu me deixei seduzir!
Tu me dominaste e venceste.»
Por isso,
sou feliz,
Senhor!
Monte Real, 29 de Agosto de 2011
Joaquim Mexia Alves
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