que o Espírito Santo nos concede
Fátima, 30 de Agosto de 2009 – Entrevista que Jim Nurphy, Director do Instituto de Lideranças Carisamáticas do ICCRS e orador da última Assembleia Interdiocesana Nacional concedeu ao LABAT, Orgão do Renovamento Carismático da Diocese de Lisboa.
Labat – Procurando ser o Labat um elo de unidade do RCC na Diocese de Lisboa, assim como um meio de formação e informação agradecemos que nos fale do RCC e as novas tecnologias ao serviço da evangelização.
Jim – As publicações relacionadas com o RCC são muito importantes e em diferentes partes do mundo tomam formas muito diversas, seja na forma como chegam aos leitores, seja em papel, pela internet, por sites ou blogs. A verdade é que têm um papel importantíssimo criando um sentido de pertença, mantendo a visão clara do RCC a todos.
É certo que há diferentes aspectos do RCC que são ressaltados em cada uma das publicações, mas isso também tem a ver com a cultura específica de cada local.
Hoje em dia as pessoas são bombardeadas com todo o género de notícias e de informações que são apresentadas, que às tantas se sentem perdidas e não sabem o que fazer. Por isso é necessário manter as pessoas alertadas para aspectos importantes e para que a visão do RCC não se perca.
Numa perspectiva de organização, os jornais são importantes; mas para além disso ajudam a comunicar uns com os outros, ter conhecimentos de algumas actividades, daquilo que se vai passando, assim como é uma oportunidade de transmitir ensinamentos particulares do RCC, ajudando ao crescimento das pessoas e de grupos.
L. – Caminhamos para meio século do RCC. Qual deverá ser a nossa preocupação presentemente?
J. – Pessoalmente, penso que o primeiro grande desafio do RCC é o de ter uma visão unificadora; enquanto que o segundo é o de ter uma compreensão mais saudável da relação do RCC dentro da Igreja.
Por outro lado, não sinto que vivamos uma explosão da Efusão do Espírito, porque não temos uma visão clara de quem somos como identidade e daquilo que o Senhor quer de nós enquanto RCC.
L. – A nossa atitude enquanto carismáticos, aqui e agora, como deve ser orientada e conduzida?
J. – Em minha opinião, nós, o RCC, ficámo-nos muito em estruturas e organizações, mas não demos muita atenção à dimensão profética do RCC. E o Renovamento precisa de ter ambos os elementos, mas numa medida certa.
Em muitos lugares do mundo o RCC é quase como que uma empresa, organizada dessa forma e aonde há muito pouca expressão da dimensão profética.
A nossa busca deverá sempre passar por manter um certo equilíbrio, para que por um lado exista uma certa organização estruturada e por outro não percamos a visão e a dimensão profética que o Espírito Santo nos confere.
L. – Como vê as Equipas Diocesanas, Grupos de Oração e Comunidades carismáticas nas Comunidades cristãs.
J. – Dentro da Igreja todas estas são realidades maravilhosas que criam um contexto no qual o RCC pode ser experimentado. Deve contudo existir entre todas um respeito mútuo e cooperativo, de forma que se possam ajudar umas às outras, partilhando os seus recursos e, quando me refiro a recursos, não estou a falar em termos financeiros, mas sim humanos, e à experiência própria de cada Equipa, Grupo ou Comunidade.
Isto acontece por todo o mundo, em alguns locais com mais sucesso do que em outros, dependendo sempre muito do respeito e da cooperação existentes. Porque o mais importante é apreciar e partilhar a diversidade dos dons e dos carismas com que o Espírito nos equipa para evangelizarmos.
L. – E quanto aos responsáveis das Equipas diocesanas, de Grupos e de Comunidades carismáticas.
J. – O responsável pela Diocese é o Bispo. É a ele que cabe a tarefa de discernir se deve ou não delegar responsabilidade noutra pessoa, que pode ser num coordenador diocesano ou numa Equipa Diocesana, pode também ser num sacerdote como conselheiro espiritual, ou numa outra pessoa. Mas em todos os locais existe uma hierarquia mais ou menos pré definida, que é encabeçada pelo Bispo, seguida da Equipa Diocesana, normalmente com um Conselho Espiritual designado, ao qual se seguem os responsáveis pelos grupos de oração. Contudo a autoridade máxima é a do Bispo. Aonde existam Equipas Diocesanas, os responsáveis pelas comunidades carismáticas devem procurar ter um relacionamento estreito e cooperativo com essas Equipas procurando não se sobrepor a elas.
L. – Reportando-me concretamente a Lisboa, vivemos uma situação em que se realizam várias assembleias em Fátima (e não só) durante o ano. Elementos dos grupos frequentam periodicamente essas assembleias, levando depois para os seus grupos essas dinâmicas originando por vezes conflitos de atitudes dentro e com os grupos, ficando estes debilitados com toda esta divisão e a falta de unidade. Gostaríamos de ouvir a sua opinião sobre isto e ainda qual o discernimento a ser feito e como se deve proceder.
J. – A meu ver toda esta situação acarreta um certo desrespeito por aquilo que está a ser feito, uma vez que existe já uma estrutura que funciona dentro da Diocese. Quando uma comunidade procura evangelizar dentro da diocese deve procurar em primeiro lugar o Bispo residencial, e havendo uma Equipa Diocesana que é responsável deverá indicá-lo à Comunidade para que previamente exista um diálogo, um contacto e uma procura de colaboração. É preciso existir um respeito mútuo, porque é assim que o Senhor nos ensina a relacionarmo-nos uns com os outros respeitando as diferenças de cada um.
Por outro lado os grupos Têm um papel muito importante na catequização dos seus elementos. Se possuem uma equipa forte, com uma visão definida de para onde caminha o seu grupo, esses problemas não chegam sequer a existir; mas se isso não acontece, o que resulta é a divisão e muitas vezes a aniquilação desses grupos. Contudo não podemos esquecer que os elementos do grupo são livres para fazerem as suas escolhas, optando por ficar a pertencer a outro grupo.
Depois de ter clarificado este ponto, digo-vos ainda que em última instância a responsabilidade é do Bispo, porque é ele o pastor que deve procurar o bem do seu rebanho. É ele que muitas vezes tem a autoridade para intervir.
Depois precisamos ainda de olhar a quatro factores importantes:
o primeiro é que precisamos de compreender que há muitas coisas que mudaram na nossa cultura e quando me refiro a isto, não estou a falar apenas do RCC, mas também de outras áreas como na política, no desporto, etc. As pessoas não vão aos encontros como costumavam ir e temos que ter isso em conta;
o segundo é que nós não evangelizamos como o fazíamos há alguns anos atrás;
o terceiro tem a ver com a forma como podíamos fazer bem melhor para que os nossos grupos fossem mais dinâmicos e mais vibrantes do que o são na realidade;
o quarto e último factor é que talvez necessitássemos de muito mais coração e jejum, de procurar Deus no meio desta situação e conhecer o seu plano correcto.
Penso que em relação ao primeiro factor não há muito que possamos fazer, mas quanto aos outros três podemos e devemos fazer algo para melhorarmos e ultrapassarmos esta situação que se nos apresenta. Temos que regressar ao nosso primeiro amor, ao nosso primeiro contacto com esta torrente de graças que é o Renovamento.
L. – Qual é o caminho a seguir para testemunharmos a unidade?
J. – Eu acho que uma das primeiras coisas que poderiam ser feitas era de 3 em 3 meses ter uma reunião entre a Equipa diocesana e os representantes das Comunidades, com a presença do Bispo. Quando falo em reunião, não estou a falar em algo muito organizado, com uma ordem de trabalhos, mas em algo mais informal, com oração, criando elos de ligação e de unidade, tendo em conta as diferentes realidades e expectativas, e para além de tudo isso dando a conhecer actividades e colaborações que se possam efectuar.
L. – Muito obrigado pela mensagem contida na entrevista que será levada pelo Labat ao RCC da Diocese de Lisboa e a todos os assinantes. Agradecemos uma palavra de nosso irmão de fé; que nos manterá unidos ao Jim e à mossa vida cristã.
J. – Todos nós precisamos de uma mais profunda e continuada conversão em Cristo Jesus. Temos que fazer um maior esforço de evangelização e de serviço aos outros. E o último ponto é que precisamos de trabalhar mais pela unidade entre nós no RCC.
Para além de tudo isso nunca nos esqueçamos da nossa dimensão profética. Rezem por mim, porque eu rezarei por vós.
Labat – Procurando ser o Labat um elo de unidade do RCC na Diocese de Lisboa, assim como um meio de formação e informação agradecemos que nos fale do RCC e as novas tecnologias ao serviço da evangelização.
Jim – As publicações relacionadas com o RCC são muito importantes e em diferentes partes do mundo tomam formas muito diversas, seja na forma como chegam aos leitores, seja em papel, pela internet, por sites ou blogs. A verdade é que têm um papel importantíssimo criando um sentido de pertença, mantendo a visão clara do RCC a todos.
É certo que há diferentes aspectos do RCC que são ressaltados em cada uma das publicações, mas isso também tem a ver com a cultura específica de cada local.
Hoje em dia as pessoas são bombardeadas com todo o género de notícias e de informações que são apresentadas, que às tantas se sentem perdidas e não sabem o que fazer. Por isso é necessário manter as pessoas alertadas para aspectos importantes e para que a visão do RCC não se perca.
Numa perspectiva de organização, os jornais são importantes; mas para além disso ajudam a comunicar uns com os outros, ter conhecimentos de algumas actividades, daquilo que se vai passando, assim como é uma oportunidade de transmitir ensinamentos particulares do RCC, ajudando ao crescimento das pessoas e de grupos.
L. – Caminhamos para meio século do RCC. Qual deverá ser a nossa preocupação presentemente?
J. – Pessoalmente, penso que o primeiro grande desafio do RCC é o de ter uma visão unificadora; enquanto que o segundo é o de ter uma compreensão mais saudável da relação do RCC dentro da Igreja.
Por outro lado, não sinto que vivamos uma explosão da Efusão do Espírito, porque não temos uma visão clara de quem somos como identidade e daquilo que o Senhor quer de nós enquanto RCC.
L. – A nossa atitude enquanto carismáticos, aqui e agora, como deve ser orientada e conduzida?
J. – Em minha opinião, nós, o RCC, ficámo-nos muito em estruturas e organizações, mas não demos muita atenção à dimensão profética do RCC. E o Renovamento precisa de ter ambos os elementos, mas numa medida certa.
Em muitos lugares do mundo o RCC é quase como que uma empresa, organizada dessa forma e aonde há muito pouca expressão da dimensão profética.
A nossa busca deverá sempre passar por manter um certo equilíbrio, para que por um lado exista uma certa organização estruturada e por outro não percamos a visão e a dimensão profética que o Espírito Santo nos confere.
L. – Como vê as Equipas Diocesanas, Grupos de Oração e Comunidades carismáticas nas Comunidades cristãs.
J. – Dentro da Igreja todas estas são realidades maravilhosas que criam um contexto no qual o RCC pode ser experimentado. Deve contudo existir entre todas um respeito mútuo e cooperativo, de forma que se possam ajudar umas às outras, partilhando os seus recursos e, quando me refiro a recursos, não estou a falar em termos financeiros, mas sim humanos, e à experiência própria de cada Equipa, Grupo ou Comunidade.
Isto acontece por todo o mundo, em alguns locais com mais sucesso do que em outros, dependendo sempre muito do respeito e da cooperação existentes. Porque o mais importante é apreciar e partilhar a diversidade dos dons e dos carismas com que o Espírito nos equipa para evangelizarmos.
L. – E quanto aos responsáveis das Equipas diocesanas, de Grupos e de Comunidades carismáticas.
J. – O responsável pela Diocese é o Bispo. É a ele que cabe a tarefa de discernir se deve ou não delegar responsabilidade noutra pessoa, que pode ser num coordenador diocesano ou numa Equipa Diocesana, pode também ser num sacerdote como conselheiro espiritual, ou numa outra pessoa. Mas em todos os locais existe uma hierarquia mais ou menos pré definida, que é encabeçada pelo Bispo, seguida da Equipa Diocesana, normalmente com um Conselho Espiritual designado, ao qual se seguem os responsáveis pelos grupos de oração. Contudo a autoridade máxima é a do Bispo. Aonde existam Equipas Diocesanas, os responsáveis pelas comunidades carismáticas devem procurar ter um relacionamento estreito e cooperativo com essas Equipas procurando não se sobrepor a elas.
L. – Reportando-me concretamente a Lisboa, vivemos uma situação em que se realizam várias assembleias em Fátima (e não só) durante o ano. Elementos dos grupos frequentam periodicamente essas assembleias, levando depois para os seus grupos essas dinâmicas originando por vezes conflitos de atitudes dentro e com os grupos, ficando estes debilitados com toda esta divisão e a falta de unidade. Gostaríamos de ouvir a sua opinião sobre isto e ainda qual o discernimento a ser feito e como se deve proceder.
J. – A meu ver toda esta situação acarreta um certo desrespeito por aquilo que está a ser feito, uma vez que existe já uma estrutura que funciona dentro da Diocese. Quando uma comunidade procura evangelizar dentro da diocese deve procurar em primeiro lugar o Bispo residencial, e havendo uma Equipa Diocesana que é responsável deverá indicá-lo à Comunidade para que previamente exista um diálogo, um contacto e uma procura de colaboração. É preciso existir um respeito mútuo, porque é assim que o Senhor nos ensina a relacionarmo-nos uns com os outros respeitando as diferenças de cada um.
Por outro lado os grupos Têm um papel muito importante na catequização dos seus elementos. Se possuem uma equipa forte, com uma visão definida de para onde caminha o seu grupo, esses problemas não chegam sequer a existir; mas se isso não acontece, o que resulta é a divisão e muitas vezes a aniquilação desses grupos. Contudo não podemos esquecer que os elementos do grupo são livres para fazerem as suas escolhas, optando por ficar a pertencer a outro grupo.
Depois de ter clarificado este ponto, digo-vos ainda que em última instância a responsabilidade é do Bispo, porque é ele o pastor que deve procurar o bem do seu rebanho. É ele que muitas vezes tem a autoridade para intervir.
Depois precisamos ainda de olhar a quatro factores importantes:
o primeiro é que precisamos de compreender que há muitas coisas que mudaram na nossa cultura e quando me refiro a isto, não estou a falar apenas do RCC, mas também de outras áreas como na política, no desporto, etc. As pessoas não vão aos encontros como costumavam ir e temos que ter isso em conta;
o segundo é que nós não evangelizamos como o fazíamos há alguns anos atrás;
o terceiro tem a ver com a forma como podíamos fazer bem melhor para que os nossos grupos fossem mais dinâmicos e mais vibrantes do que o são na realidade;
o quarto e último factor é que talvez necessitássemos de muito mais coração e jejum, de procurar Deus no meio desta situação e conhecer o seu plano correcto.
Penso que em relação ao primeiro factor não há muito que possamos fazer, mas quanto aos outros três podemos e devemos fazer algo para melhorarmos e ultrapassarmos esta situação que se nos apresenta. Temos que regressar ao nosso primeiro amor, ao nosso primeiro contacto com esta torrente de graças que é o Renovamento.
L. – Qual é o caminho a seguir para testemunharmos a unidade?
J. – Eu acho que uma das primeiras coisas que poderiam ser feitas era de 3 em 3 meses ter uma reunião entre a Equipa diocesana e os representantes das Comunidades, com a presença do Bispo. Quando falo em reunião, não estou a falar em algo muito organizado, com uma ordem de trabalhos, mas em algo mais informal, com oração, criando elos de ligação e de unidade, tendo em conta as diferentes realidades e expectativas, e para além de tudo isso dando a conhecer actividades e colaborações que se possam efectuar.
L. – Muito obrigado pela mensagem contida na entrevista que será levada pelo Labat ao RCC da Diocese de Lisboa e a todos os assinantes. Agradecemos uma palavra de nosso irmão de fé; que nos manterá unidos ao Jim e à mossa vida cristã.
J. – Todos nós precisamos de uma mais profunda e continuada conversão em Cristo Jesus. Temos que fazer um maior esforço de evangelização e de serviço aos outros. E o último ponto é que precisamos de trabalhar mais pela unidade entre nós no RCC.
Para além de tudo isso nunca nos esqueçamos da nossa dimensão profética. Rezem por mim, porque eu rezarei por vós.
Labat n.º 97, de Setembro de 2009
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