06 novembro, 2018

Papa: Jesus convida-nos ao banquete do Reino, cuidado para não rejeitar


Papa celebra a missa na Casa Santa Marta  (ANSA)

E a rejeição deve também fazer-nos pensar nas vezes que Jesus nos chama; nos chama a fazer festa com Ele, a estar perto Dele, a mudar de vida., disse o Papa na homilia.

Adriana Masotti – Cidade do Vaticano

O Papa Francisco começou a terça-feira (06/11) celebrando a missa na capela da Casa de Santa Marta. O tema da homilia foi o trecho do Evangelho do dia, extraído do capítulo 14 de Lucas, sobre os convidados que rejeitam o banquete.

A narração é sobre um almoço, o banquete que um chefe dos fariseus organizou e ao qual Jesus também foi convidado. Naquela ocasião, narra o Evangelho de ontem, em que o de hoje é a continuação, Jesus tinha curado um doente e observou que muitos convidados tentavam ocupar os primeiros lugares. E recomendou ao fariseu que convidasse os últimos para o almoço, aqueles que não podem retribuir o favor. 

Dupla rejeição

A um certo ponto do banquete, e aqui começa o trecho de Lucas de hoje, um dos comensais exclama: “Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus!”.

É o trecho da rejeição dupla, disse o Papa. E Jesus então conta a história de um homem que pede um grande jantar e faz muitos convites. Os seus servos dizem aos convidados: “Vinde, pois tudo está pronto! Mas todos começam a dar desculpas para não ir. Quem comprou um campo, quem comprou cinco juntas de bois, quem acabou de se casar. “E sempre desculpas. Eles desculpam-se.”

Desculpar-se é a palavra educada para não dizer: “Rejeito”, disse o Papa. Eles recusam, mas educadamente. Então o patrão fica zangado e diz ao empregado para sair pelas praças e ruas da cidade, obrigando os aleijados, cegos e coxos a participar. E o trecho do Evangelho – afirmou Francisco – termina com a segunda rejeição, mas desta vez da boca de Jesus”. (…) “Quem recusa Jesus, Jesus espera, dá uma segunda oportunidade, talvez uma terceira, uma quarta, quinta.. Mas no final recusa Jesus.”

E a rejeição também deve fazer-nos pensar nas vezes que Jesus nos chama; nos chama a fazer festa com Ele, a estar perto Dele, mudar de vida. Pensem que ele busca os seus amigos mais íntimos e eles rejeitam-nO! Depois busca os doentes...e vão; talvez alguém rejeite. Mas quantas vezes sentimos o chamamento de Jesus para ir até Ele, para fazer uma obra de caridade, para rezar, para encontra-Lo e nós dizemos: “Mas desculpe, Senhor, estou atarefado, não tenho tempo. Sim, amanhã, não posso...” E Jesus fica ali. 

Desculpas para Jesus

O Papa pergunta quantas vezes nós também pedimos a Jesus que nos desculpe quando Ele “nos chama para nos encontrar, a falar, a fazer uma bela conversa”. Também nós rejeitamos o convite de Jesus:

Cada um de nós pense: na minha vida, quantas vezes senti a inspiração do Espírito Santo para fazer uma obra de caridade, a encontrar Jesus naquela obra, rezar, mudar de vida nisto, nisto que não vai bem? E sempre encontrei um motivo para me desculpar, para rejeitar. 

Jesus é bom, mas é justo

Francisco diz que entrará no Reino de Deus quem não recusa Jesus ou quem não é rejeitado por Ele. Para quem diz que Jesus é bom e perdoa tudo, o Papa observou:

“Sim, é bom, é misericordioso” – é misericordioso, mas é justo. Se fechas a porta do teu coração, Ele não pode abri-la, porque respeita o nosso coração. Rejeitar Jesus é fechar a porta a partir de dentro e Ele não pode entrar.
Com a sua morte, Jesus pagou o banquete

Há outro elemento que o Papa observa, isto é, quem paga o banquete? É Jesus! O Apóstolo na Primeira Leitura “mostra-nos o recibo desta festa”, falando de Jesus que ‘esvaziou-se a si mesmo, assumindo uma condição de servo e fazendo-se obediente até a morte na cruz’. “Com a sua vida – disse Francisco – Jesus pagou a festa. E eu digo: ‘Não posso’ (...) Que o Senhor nos dê graça – concluiu – de entender este mistério da dureza de coração, de obstinação, de rejeição e a graça de chorar”.



VN

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