24 agosto, 2018

Dublin, famílias a caminho esperando Francisco

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 Encontro Mundial das Famílias

Na cidade que nestes dias é sede do Encontro Mundial das Famílias, cresce a espera pela chegada do Papa Francisco. Tweet pelo Papa sobre a família, "berço da vida e escola de acolhida e de amor". 

Raul Cabrera - Dublin / Silvonei José - Cidade do Vaticano 

O verão de Dublin está entrelaçado, nestas horas, com a festiva mistura de bandeiras e rostos que coloram de esperança o Encontro Mundial das Famílias, que teve início na última terça-feira. Ecoam, em particular, as palavras do tuite do Papa Francisco: "A família é o berço da vida e escola de acolhimento e de amor; é uma janela aberta sobre o mistério de Deus ". Entre a multidão de turistas confundem-se numerosos grupos de peregrinos, acompanhados por bispos e sacerdotes. As famílias, provenientes de 116 países, testemunham a sua fé e aguardam ansiosamente a chegada, neste sábado, dia 25 de agosto, do Papa Francisco a Dublin. 

Uma cidade em festa
Cantos, orações e o entusiasmo das crianças marcam estas horas de alegre espera. Ao longo do trajeto que o Papa vai percorrer, já foram colocadas bandeiras irlandesas e do Vaticano. Em várias áreas da cidade, protegidas por um enorme dispositivo de segurança, se pode ver filas de voluntários, uma referência preciosa para chegar ao centro de Dublin e aos eventos programados. Numerosas famílias com pessoas portadoras de deficiência, por exemplo, vindas de África e da Índia, manifestam necessidades diversas e específicas. Mas todas são animados pela mesma luz: a da Palavra de Deus. Nos vários eventos que animaram até agora o Encontro Mundial das Famílias, muitos dos temas aprofundados, ligados às experiências cotidianas e aos factos atuais.

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O dom de uma nova vida
Dom Eamon Martin, arcebispo de Armagh e primaz de toda a Irlanda, referindo-se à Exortação Apostólica pós-sinodal do Papa Francisco "Amoris Laetitia", concentrou nesta quinta-feira a sua palestra sobre um dom imenso: o de uma nova vida. "Estou impressionado - disse o cardeal - pelo exemplo de mulheres e homens leigos, muitos deles mães e pais, que estão dispostos a tornarem-se voz de crianças não nascidas e, portanto, sem voz". Os jovens - observou o cardeal - estão circundados pelo que o Papa Francisco chama de "cultura do descarte" e por uma mentalidade contracetiva e contrária ao nascimento. 

Missionários pela causa da vida
Aos mesmos jovens - acrescentou o arcebispo de Armagh - também são oferecidas "uma tecnocrática mercantilização " do nascimento de uma criança, mesmo "independentemente de qualquer relação sexual". Enquanto pessoas "inspiradas no Evangelho da vida e no Evangelho da família – afirmou de seguida o primaz de toda a Irlanda - somos todos chamados a ser 'missionários em prol da causa da vida', nas nossos casas, nas nossas famílias, mas também nas nossas paróquias e locais de trabalho ". 

Compreender a realidade das famílias
O cardeal Joseph W. Tobin, arcebispo de Newark, nos Estados Unidos, falou sobre o significado do amor na vida cotidiana: "a humildade do realismo" - disse ele - ajuda-nos a evitar a apresentação de "um ideal teológico" muito abstrato e quase artificial do casamento, longe de situações concretas e de possibilidades práticas das famílias reais". "Se não conseguimos ouvir a realidade - acrescentou - não podemos entender as necessidades do momento presente". 

A beleza do amor sexual
Ainda nesta quinta-feira (23/08), o cardeal Blase Cupich, arcebispo de Chicago, recordando a Exortação Apostólica "Amoris Laetitia", sublinhou que "a sexualidade não é um meio de gratificação ou entretenimento", mas uma linguagem interpessoal em que o outro é levado a sério, "na sua dignidade sagrada e inviolável". "O amor sexual que leva as pessoas a sair de si mesmos - disse o cardeal - é marcado por uma incomparável dignidade e beleza". A comunicação - afirmou ainda o arcebispo de Chicago – é “o ingrediente mais importante num matrimónio bem-sucedido ou na a cura de uma relação conjugal que foi ferida”. “Os casais que não têm medo de comunicar explicitamente os seus desejos recíprocos abrem caminho à comunhão". "Na pornografia em vez disso - disse o cardeal Cupich - não há comunicação recíproca, nenhum desejo partilhado e nenhum movimento para a comunhão. As pessoas são levadas a um isolamento opressivo".

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