02 julho, 2018

Bari: cardeal Koch, a irmã da religião é a paz, não a violência

 
Papa Francisco e o cardeal Kurt Koch  (Vatican Media)
 
O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos explica na entrevista, que a mensagem que esse dia quer dar aos cristãos do Oriente Médio é: “Vós estais nos nossos corações, nos nossos pensamentos e nas nossas orações”.
 
Cidade do Vaticano

O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, concedeu uma entrevista à Agência Sir sobre o encontro ecuménico de reflexão e oração pela paz no Médio Oriente, convocado pelo Papa Francisco, no próximo dia 7, em Bari, em Itália.

O Papa visitará a cidade de São Nicolau que acolherá os patriarcas das Igrejas ortodoxas orientais.

“A nossa oração pelo Médio Oriente é muito importante para os cristãos que vivem naquela terra. Visitei dois campos de refugiados: na Jordânia e na Grécia. Eles disseram-me: não se esqueça de nós, reze por nós. A oração é um sinal de proximidade e solidariedade para com as vítimas das guerras, por todos aqueles que sofrem”, disse o cardeal Koch. 

A irmã da religião é a paz, não a violência
O purpurado explicou, na entrevista, que a mensagem que esse dia quer dar aos cristãos do Médio Oriente é: “Vós estais nos nossos corações, nos nossos pensamentos e nas nossas orações”.
 
Para a comunidade internacional, “o encontro de Bari será um momento público no qual vamos mostrar ao mundo a nossa unidade e testemunhar que a irmã da religião é a paz, não a violência. Esta é uma mensagem importante neste mundo em que, infelizmente, vemos a relação entre violência e religião, sobretudo nas formas de extremismo. Devemos dar um testemunho contrário a isso.”

O encontro ecuménico de reflexão e oração pela paz no Médio Oriente “é uma ideia que nasceu há muito tempo, pois a situação naquela área preocupa o Santo Padre”, disse ainda o cardeal.

“O Papa disse: chegou o momento de dar este sinal importante da oração pela paz em prol dessa região do mundo e convidar todas as outras Igrejas, sobretudo os patriarcas das Igrejas ortodoxas, orientais e católicas, em Bari, para rezar juntos pela paz. Tornar esse encontro público a fim de expressar proximidade e solidariedade a todos os cristãos e todos os homens e mulheres que vivem no Médio Oriente.” 

Apoiar os cristãos dessa região
O que mais preocupa o Santo Padre? “Certamente a guerra”, respondeu o cardeal Koch, “mas sobretudo o facto de que muitos cristãos estão a deixar a região. O facto de que nessa terra permaneceram somente as lápides e não mais homens e não mais cristãos. Perdemos muito”.
 
O Papa preocupa-se em apoiar os cristãos dessa região para que possam encontrar as condições para permanecer. “Esta também é uma questão premente dos patriarcas que dizem: estamos muito agradecidos por acolherem os nossos refugiados, mas não lhes digam para vir. Pelo contrário, ajuden-lhes a permanecer nas suas terras.”

O Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos enviou o convite do Papa Francisco aos patriarcas das Igrejas ortodoxas.

“Muitos responderam de maneira positiva. Estão muito agradecidos ao Papa por promover esta iniciativa e muitos disseram que queriam participar pessoalmente. Outros não poderão porque terem assumido outros compromissos mas enviarão os seus delegados. Mas, todos querem estar presentes e dar esse sinal de unidade por causa dos sofrimentos e perseguições dos cristãos.” 

A oração é o que os cristãos possuem
O cardeal Koch disse ainda na entrevista que “somente Deus pode converter os corações dos ditadores. Ele somente pode converter o pensamento dos políticos”.

“A oração é o que os cristãos possuem. Na oração todos os sofrimentos e perseguições são levados a Deus. Nós rezamos, mas as consequências da nossa oração estão nas mãos de Deus.”

“Vemos isto na passagem do Evangelho das Bodas de Caná. Maria não diz a Jesus que ele deve fazer um milagre. Ela só Lhe apresenta o problema a fim de que decida o que fazer. Penso que esta imagem de Caná nos dá a medida da nossa oração: levamos todos os desafios, todos os problemas, todos os sofrimentos a Deus e deixamos que seja Ele a tomar a iniciativa”, concluiu o cardeal Koch.

VATICAN NEWS

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