08 junho, 2018

Sagrado Coração: hoje é a festa do amor de Deus, diz o Papa

 
Papa celebra a missa na Casa Santa Marta  (Vatican Media)
 
O Papa Francisco celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta e dedicou a sua homilia ao amor de Deus.
 
Adriana Masotti - Cidade do Vaticano

No dia em que a Igreja celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Papa Francisco iniciou a sua homilia na Casa Santa Marta afirmando que se poderia dizer que hoje é a festa do amor de Deus.

“Não somos nós que amamos Deus, mas é Ele que “nos amou primeiro, Ele é o primeiro a amar”, disse o Papa. Uma verdade que os profetas explicavam com o símbolo da flor de amêndoa mandorlo, a primeira a florescer na primavera. “Deus é assim: sempre primeiro. Ele espera-nos primeiro, ama-nos primeiro, ajuda-nos primeiro”.

Mas não é fácil entender o amor de Deus. De facto, Paulo, na segunda Leitura do dia, fala de ‘impenetráveis riquezas de Cristo’, de um mistério escondido.

É um amor que não se pode entender. Um amor de Cristo que supera todo conhecimento. Supera tudo. Tão grande é o amor de Deus. E um poeta dizia que era como “o mar, sem margens, sem fundo …”: mas um mar sem limites. E este é o amor que nós devemos entender, o amor que nós recebemos.

Na história da salvação, o Senhor revelou-nos o seu amor, “foi um grande pedagogo”, disse o Papa e, relendo as palavras do profeta Oséias, explica que não o revelou através da potência: “Não. Vamos ouvir: ‘Eu ensinei o  meu povo a dar os primeiros passos, tomei-o nos meus braços, eu cuidava deles’. Tomar nos braços, próximo: como um pai”.

Deus, como manifesta o amor? Com as grandes coisas? Não: rebaixa-se, rebaixa-se, rebaixa-se com  gestos de ternura, de bondade. Faz-se pequeno. Aproxima-Se. E com esta proximidade, com este rebaixamento, Ele faz-nos entender a grandeza do amor. O grande deve ser entendido por meio do pequeno.

Por último, Deus envia o seu Filho, mas “envia-O em carne” e o Filho “humilhou-se a si mesmo” até à morte. Este é o mistério do amor de Deus: a grandeza maior expressa na menor das pequenezas. Para Francisco, assim se pode entender também o percurso cristão.

Quando Jesus nos quer ensinar como deve ser a atitude cristã, diz-nos poucas coisas, faz-nos ver aquele famoso protocolo sobre o qual todos nós seremos julgados (Mateus 25). E o que diz? Não diz: “Eu creio que Deus seja assim. Entendi o amor de Deus”. Não, não… Eu fiz o amor de Deus em pequenas coisas. Dei de comer ao faminto, dei de beber ao sedento, visitei o doente, o detento. As obras de misericórdia são justamente a estrada do amor que Jesus nos ensina em continuidade com este amor de Deus, grande! Com este amor sem limites, que se aniquilou, se humilhou em Jesus Cristo; e nós devemos expressá-la assim.

Portanto, concluiu o Papa, não são necessários grandes discursos sobre o amor, mas homens e mulheres “que saibam fazer essas pequenas coisas por Jesus, para o Pai”. As obras de misericórdia “são a continuidade deste amor, que se rebaixa, chega a nós e nós o levamos avante”.

VATICAN NEWS

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