19 março, 2018

As respostas do Papa: a prostituição não é amor, mas torturar uma mulher

 
 Papa Francisco respondendo as perguntas dos jovens  (ANSA)
 
Francisco responde a cinco perguntas dos participantes na reunião pré-sinodal para os jovens: uma jovem nigeriana libertada da rua, um francês ateu, uma argentina professora das Scholas, um seminarista ucraniano e uma jovem religiosa chinesa.
 
Alessandro di Bussolo, Silvonei José - Cidade do Vaticano 
 
Gostaria que vós jovens lutassem contra o crime de exploração sexual das mulheres, contra a “mentalidade doente segundo a qual a mulher deve ser explorada”. É um crime contra a humanidade, e um jovem que tem esse hábito, pare, porque é um criminoso: ir com uma prostituta “não é fazer amor, mas torturar uma mulher”. Foi o que disse o Papa Francisco na reunião pré-sinodal para os jovens em Roma, respondendo a uma pergunta de uma jovem nigeriana vítima do tráfico de seres humanos que conseguiu escapar da rua. E pede perdão por todos os católicos que praticam este ato criminoso, que em Itália, provavelmente, são a maioria dos clientes. 
 
A mentalidade doente segundo a qual a mulher deve ser explorada 
 
Blessing Okoedion, que chegou a Itália há quatro anos enganada e forçada a prostituir-se, pede ao Papa como ajudar os jovens a permanecerem humanos e a vencer a mentalidade doente que reduz a mulher a mercadoria “para o prazer egoísta do homem”. E se a Igreja, ainda tão machista, é capaz de questionar-se sobre o facto de que muitos clientes são católicos.
 
Francisco agradece la pergunta “sem anestesia” e recorda que, em 2017, visitou uma casa da associação Papa João XXIII do padre Benzi e encontrou outras jovens que foram libertadas da escravidão. “Quando se libertam – conta o Papa - elas não têm a coragem de voltar para casa, de dizer a verdade à família: elas não querem que a família fique suja com esta história”. E conta a história de amor entre um voluntário e uma jovem ajudada a escapar da rua. 

Perdão pelo crime dos católicos que pagam para fazer sexo 

Mas não há feminismo, continua o Papa Francisco, que tenha conseguido retirar do imaginário coletivo a mentalidade doente segundo a qual “a mulher deve ser explorada”. E fala sobre uma jovem africana vendida por uma mulher consagrada ou de uma leiga comprometida na sua paróquia. É um problema sério, conclui, e eu gostaria que vós jovens lutassem por isso.

E, por favor, se um jovem tem esse comportamento, pare, hein? É um criminoso. Quem faz isso é um criminoso. “Mas, padre, não se pode fazer amor?” – “Não, não: isso não é fazer amor. Isso é torturar uma mulher. Não confundamos os termos”. Isso é criminoso. Mentalidade doente. E quero aproveitar este momento, porque você falou de batizados, de cristãos, para pedir perdão a vós e à sociedade, por todos os católicos que praticam este ato criminoso.
 
VATICAN NEWS

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