03 dezembro, 2017

Papa no Angelus: atenção e vigilância pressupostos de fidelidade ao Senhor


RV) Antes da oração mariana do Angelus e dirigindo-se aos milhares de fiéis e peregrinos reunidos da Praça de S. Pedro, o Papa Francisco, na sua reflexão, falou do caminho do Advento que hoje iniciamos e que culminará no Natal. O advento, disse o Papa, é o tempo que nos é dado para acolhermos o Senhor que vem ao nosso encontro, para verificar o nosso desejo de Deus, para olhar para frente e preparar-nos para o regresso de Cristo:

“Ele retornará a nós na festa do Natal, quando faremos memória da sua vinda histórica na humildade da condição humana; mas vem dentro de nós toda as vezes que estamos dispostos a recebê-lo, e virá no fim dos tempos para "julgar os vivos e os mortos".

Por isso, devemos estar sempre vigilantes e aguardar o Senhor com a esperança de encontrá-lo, prosseguiu o Papa, observando que no Evangelho Jesus nos exorta a acautelar-nos e vigiar porque não sabemos quando será o momento, e que devemos vigiar e fazer que, vindo ele inesperadamente, não nos encontre a dormir.

Quem é, então, a pessoa que se acautela? É aquela – ressaltou Francisco - que, no barulho do mundo, não se deixa dominar pela distracção ou superficialidade, mas vive de maneira plena e consciente, com uma preocupação dirigida antes de tudo aos outros. Com esta atitude, nos apercebemos das lágrimas e das necessidades do próximo e também podemos compreender as suas capacidades e qualidades humanas e espirituais. Igualmente, a pessoa atenta dirige-se ao mundo, procurando combater a indiferença e a crueldade que nele estão presentes, e alegrando-se com os tesouros de beleza que também existem e que devem ser conservados, ressaltou o Pontífice:

“Trata-se de ter um olhar de compreensão para reconhecer tanto as misérias e as pobrezas dos indivíduos e da sociedade, como a riqueza escondida nas pequenas coisas de cada dia, precisamente lá onde o Senhor nos colocou”.

Por outro lado, o vigilante é aquele que acolhe o convite para vigiar, isto é, não se deixa vencer pelo sono do desânimo, a falta de esperança, a desilusão; e, ao mesmo tempo, rejeita a solicitação das muitas vaidades de que o mundo está cheio. Tal e qual o povo de Israel, enfatizou o Santo Padre, que parecia que Deus o tinha deixado vaguear longe das suas vias, mas isso era o efeito da sua própria infidelidade.

“Também nós nos encontramos muitas vezes nesta situação de infidelidade ao chamamento do Senhor, enfatizou o Papa, pois Ele nos mostra o bom caminho, o caminho da fé e do amor, mas nós buscamos do outro lado a nossa felicidade”.

Prestar atenção e vigiar são, portanto, os pressupostos para não continuar a "vaguear longe das vias do Senhor", perdidos nos nossos pecados e nas nossas infidelidades – concluiu o Papa, invocando a Maria Santíssima, modelo na espera de Deus e ícone da vigilância, para que nos guie ao encontro do seu filho Jesus, reavivando o nosso amor por Ele.

Depois do Angelus, Francisco recordou a sua recente viagem ao Mianmar e Bangladesh:

“Queridos irmãos e irmãs, esta noite regressei da viagem apostólica a Mianmar e Bangladesh. Agradeço a todos aqueles que me acompanharam com oração, e convido a unir-vos na minha oração de acção de graças ao Senhor, que me concedeu de encontrar aquelas populações, em particular as comunidades católicas, e de ser edificado pelo seu testemunho. Está impressa em mim a recordação de muitos rostos provados pela vida, mas nobres e sorridentes. E trago-os a todos no coração e na oração. Muito obrigado ao povo de Mianmar e ao povo de Bangladesh”.

O Papa Francisco também recordou de maneira particular, na sua oração, o povo de Honduras, para que possa superar de maneira pacífica – disse - o actual momento de dificuldade.

Em seguida o Papa dirigiu uma cordial saudação a todos, romanos e peregrinos, presentes na Praça de S. Pedro, e saudou em particular os fiéis vindos de Bratislava (Eslováquia) e a comunidade romena que vive na Itália e que hoje celebra a festa nacional da Roménia.

E a todos Francisco desejou bom domingo pedindo, por favor, para que não nos esqueçamos de rezar por ele.

Bom almoço e até logo!

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