17 outubro, 2017

Papa doa à FAO escultura símbolo da tragédia migrações




(RV) “Mudar o futuro da emigração. Investir na segurança alimentar e no desenvolvimento rural”. Este foi o tema do pronunciamento do Papa Francisco na abertura do Dia Mundial da Alimentação, que como ocorre anualmente, é celebrado aos 16 de outubro na sede da FAO, em Roma.

O Pontífice chegou pontualmente às 9 horas na sede da FAO em Roma e inaugurou a estátua que representa o menino sírio de 3 anos, Aylan Kurdi, afogado numa praia de Bodrum, na Turquia, e que se tornou um símbolo do drama dos refugiados de todo o mundo. Junto a ele, um anjo que olha para o alto, chorando.

A obra do artista trentino Luigi Prevedel, em mármore carraca, foi presenteada ao Papa durante uma Audiência Geral. Francisco, por sua vez, decidiu doá-la à FAO.

O Pontífice foi acolhido pelo Director Geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, pelo Comissário Europeu para a Agricultura e o Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, por diversos Ministros da Agricultura do G7, o Director do IFAD, Gilbert Hounbo e o Director executivo do PAM, David Beasly.

O Primeiro a pronunciar-se foi Graziano Neto, que deu as boas-vindas ao Papa e fez referência à estátua do pequeno Aylan:

O Dia Mundial da Alimentação realiza-se “no contexto de um mundo onde milhões de pessoas são obrigadas a fugir de suas casas – o maior êxodo desde a II Guerra Mundial, sublinha a FAO – por causa das guerras e instabilidades políticas”.

A este cenário somam-se a fome, “em aumento pela primeira vez em decénios”, “a pobreza” e “eventos meteorológicos extremos”, em aumento devido “às mudanças climáticas”.

A atenção maior para sair desta espiral negativa é investir nos jovens, para que não sejam obrigados a fugir de seus países e juntos apoiar o desenvolvimento de áreas rurais, como sugere o Relatório 2017 sobre o estado da alimentação e da agricultura apresentado recentemente pela FAO.

Até 2030, os jovens com idades entre 15 e 24 anos serão 1,3 bilhões, aumentando em cerca de 100 milhões, especialmente nas áreas rurais da África Subsaariana, as mais pobres do planeta.

O Relatório sublinha como as mudanças nas economias rurais podem ter um grande impacto para sair da pobreza, como demonstrado a partir dos anos 90. (BS/JE)

Sem comentários:

Enviar um comentário