01 fevereiro, 2017

A esperança no Novo Testamento


(RV) O Papa Francisco teve na manhã desta quarta-feira, dia 1 de Fevereiro, às 10 horas de Roma, a audiência geral na Aula Paulo VI repleta de fiéis e peregrinos provenientes de diversas partes da Itália e do mundo para assistir à audiência e a catequese do Papa. Tema da catequese de hoje é a esperança cristã.

“Caros irmãos e irmãs, disse Francisco, nas catequeses passadas inciamos o nosso percurso sobre o tema da esperaça à luz da perspectiva de algumas páginas do Antigo Testamento. Hoje queremos evidenciar o aspecto extraordinário que esta virtude assume no Novo Testamento, quando encontra a novidade representada por Jesus Cristo e pelo evento Pascal”.

É quanto emerge, sublinha o Pontífice, de maneira tão clara na primeira carta de S. Paulo aos Tessalonicenses(1Ts 5,4-10). Quando o Apóstolo Paulo escreveu esta carta, a comunidade de tessalônica, uma pequena comunidade, bastante jovem, tinha sido apenas fundada e não obstante enfrentar diversas dificuldades, conseguiu permenecer radicada na fé e a celebrar com entusiasmo e alegria, a ressurreição do Senhor Jesus.

Poucos anos  separavam esta pequena e jovem comunidade cristã do evento da Pásqua de Cristo e vendo os frutos da fé, o apóstolo Paulo procura forticar esta esperança de “filhos da luz e filhos do dia” que lhes advem em vertude da força da sua plena comunhão estabelecida com Cristo. Paulo observa o Santo Padre, procura fazer compreender todos os efeitos e as consequências que o evento da Pásqua de Cristo comporta para a história da humanidade e para a vida de cada um.

De facto, as dificuldades experimentadas por esta pequena comunidade, não eram tanto ligadas ao facto de reconhecer a ressurreição de Jesus, mas em acreditar na ressurreição dos mortos. Neste sentido, disse Francisco, esta carta do apóstolo Paulo aos Tessalonicenses, revela também uma particular atualidade nos nossos dias.

“Todas as vezes que nos encontramos diante da nossa morte, ou perante a morte de uma pessoa querida, sentimos que a nossa fé é posta à prova. Emergem todas as dúvidas, toda a nossa fragilidade e nos perguntamos: realmente haverá a vida depois da morte? Poderei ainda ver e re-abraçar as pessoas que amei? Também nós, no contexto atual, temos necessidade de regressar à raíz e aos fundamentos da nossa fé, por forma a tomar consciência de quanto Deus realizou para nós em Jesus Cristo e o que signfica a nossa morte. Todos nós, de facto, temos medo da morte por causa desta incerteza. E é precisamente aqui, que nos vem em ajuda, a apalvra do Apóstolo Paulo ”.

O Apostolo Paulo, observou o Papa, perante os temores e as perplexidades da comunidade de Tessalônica, convida a manter-se segura sobre a cabeça como um cimo, sobretudo nas provas e nos meomentos mais difíceis da nossa vida, a esperança da salvação. Eis, sublinha o Pontífice, o que é a esperança. Quanado se fala de esperança podemos ser levados a entendê-la segundo a interpretação comum do termo, isto é, algo de belo que desejamos, mas que pode realizar-se ou não realizar-se. Tudo é reduzido ao âmbito do desejo. Por exemplo, espero que amanhã haja bom tempo; mas também sabemos que poderá haver um mau tempo.

A esperança cristã não é assim. A esperança cristã é a espera de algo que já foi realizado e que certamente se realizará para cada um de nós. Também a nossa ressurreição e a dos nossos defuntos, portanto, não é uma coisa que poderá realizar-se ou não, mas é uma realidade certa, enquanto radicada no evento da ressurreição de Cristo.
Ter esperança para o cristão, significa portanto, para Francisco,  aprender a viver na expectativa, com um coração pobre e humilde, de alguém que não deposita a sua confiança nos seus próprios bens e capacidades, mas em Deus que ressuscitou Jesus dos mortos e há de nos fazer partícipes dessa mesma Ressurreição.

E assim, concluiu dizendo o Santo Padre, estaremos sempre com o Senhor! Vocês acreditam nisso? Perguntou Francisco aos presentes na Aula Paulo VI. Pergunto-vos: vós acreditais nisso? Então convido-vos todos a repetir juntamente comigo, três vezes, a seguinte expressão: e assim para sempre estaremos com o Senhor! E assim para sempre estaremos com o Senhor! E assim para sempre estaremos com o Senhor! Sim, e lá com o Senhor nos encontraremos! Obrigado!

Como habitualmente, não faltou uma saudação do Santo Padre, aos fiéis e peregrinos de língua oficial portuguesa presentes na audiência, na Aula Paulo VI:

“Dirijo uma saudação especial a todos os peregrinos de língua portuguesa, nominalmente aos estudantes vindos de Portugal. Queridos amigos, que a fé na Ressurreição nos leve a olhar para o futuro, fortalecidos pela esperança na vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Deus vos abençoe”!

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