31 agosto, 2016

Papa aos Cardeologistas : curar todos sem descartar ninguém



(RV) Depois da Audiência Geral desta quarta-feira o Papa deslocou-se ao Centro de Congressos, “Fieira de Roma”, onde está a decorrer o Congresso anual Mundial sobre as doenças do coração, promovido pela Sociedade Europeia de Cardiologia. Nele tomam parte cerca de 35 mil médicos provenientes de 140 países.

No discurso que lhes dirigiu o Papa agradeceu-lhes pelo compromisso científico e pela dedicação aos tantos enfermos. Depois, pôs em evidência toda a simbologia do coração, “centro pulsátil do corpo humano”. Daí a grande responsabilidade – disse-lhes o Papa, afirmando ter a certeza de que “perante este livro da vida, que ainda tem tantas páginas por preencher, agis com trepidação e senso de temor”.

O Papa pôs depois em realce a importância que sempre a Igreja deu à pesquisa científica sobre a vida e a saúde das pessoas, continuando ainda hoje não só a acompanhar os que se enveredam por esta árdua caminhada, como também a fazer-se propulsora deste trabalho para o bem das pessoas. E recordou que “a natureza em toda a sua complexidade, como também a mente humana são criaturas de Deus. O estudioso pode e deve investigá-las, sabendo que o desenvolvimento das ciências filosóficas e empíricas e das competências práticas, que servem aos mais frágeis e doentes, é um serviço importante que se inscreve no projecto divino”.

A abertura à graça de Deus, feita pela fé – explicou o Papa – não fere a mente. Pelo contrário, a impele a um conhecimento  mais amplo e útil da verdade, em prol da humanidade.
No entanto – acrescentou – sabemos que também o cientista nunca é imparcial na sua descoberta. Ele é portador da sua história e do seu modo de ser e pensar. Cada um sente a necessidade de uma espécie de purificação, que distancia as toxinas que envenenam a razão na busca da verdade, para observar com maior intensidade a essência das coisas.

Não  podemos negar – afirmou o Papa – que o conhecimento, mesmo o mais preciso e científico, deve  progredir através de questionamentos sobre a origem, o sentido e a finalidade da realidade, inclusive sobre o homem. No entanto, as ciências naturais e físicas sozinhas não são suficientes para compreender o mistério que cada um traz em si.

E pedindo desculpas por insistir tanto neste tema, o Papa recomendou a não descartar ninguém nos cuidados de saúde, a dar mais atenção aos pobres, desprezados e marginalizados.

Com a vossa preciosa actividade - disse o Papa aos cardiólogistas – vocês podem contribuir para sarar o corpo do doente e, ao mesmo tempo, ter a responsabilidade de verificar que há leis impressas na própria natureza que ninguém pode violar, mas apenas “descobrir, usar e dispor”, para que a vida possa corresponder cada vez mais às intenções do Criador.

Francisco concluiu  afirmando que é importante que o homem da ciência, enquanto se confronta com o grande mistério da existência humana, não se deixe arrastar pela tentação de sufocar a verdade.

O Papa renovou aos cardiologistas reunidos em Congresso o apreço pelo  trabalho que desempenham, recordando que ele próprio esteve nas mãos de alguns deles. Pediu ao Senhor a bênção para os cardiologistas e o seu trabalho de pesquisa  a fim de que a todos  possam chegar o alívio do sofrimento, uma maior qualidade de vida e um progressivo sentido de esperança e ainda para que não haja descartados na vida humana.  

(DA)

Francisco: A misericórdia restabelece a dignidade humana




(RV)  A misericórdia oferece dignidade. Este foi o tema da Audiência Geral do Papa Francisco nesta quarta-feira (31/08), na Praça São Pedro. Francisco baseou a sua reflexão  a partir do testemunho da mulher “cuja fé salvou”.

  “Quanta fé, quanta fé tinha esta mulher. Era considerada impura por causa das hemorragias e, por isso, excluída das liturgias, da vida conjugal, das normais relações com os demais: era uma mulher descartada pela sociedade”.

Este caso nos faz refletir sobre a maneira como a mulher é frequentemente percebida e representada na sociedade, afirmou o Papa.

“Todos devemos estar atentos, inclusive as comunidades cristãs, àquelas visões de feminilidade cheias de preconceitos e suspeitas que lesam a intangível dignidade da mulher”, alertou o Pontífice.

“Jesus admirou a fé desta mulher que todos evitavam e transformou a sua esperança em salvação. Não sabemos o seu nome, mas as poucas linhas com as quais o Evangelho descreve o seu encontro com Jesus delineiam um itinerário de fé capaz de restabelecer a verdade e a grandiosidade da dignidade de todas as pessoas” disse Francisco.

Cristo vê a mulher que se aproxima quase meio escondida. Um olhar de misericórdia e ternura que salva. “Isto significa que Jesus não somente a acolhe, mas a considera digna de tal encontro ao ponto de lhe dirigir a sua palavra e a sua atenção”.

Coragem, filha, tua fé te salvou. Um encorajamento de Cristo que ecoa ainda hoje. “Esta ‘coragem, filha” é a expressão de toda a misericórdia de Deus por aquela mulher e por todas as pessoas descartadas. Quantas vezes nos sentimos interiormente descartados pelos nossos pecados que cometemos. E o Senhor nos diz: ‘coragem, vem, para mim não és um descartado. Coragem filho, tu és um filho e uma filha’. Este é o momento da graça, do perdão, momento de inclusão na vida de Jesus, da Igreja, de misericórdia. Hoje, todos nós, grande ou pequenos pecadores, mas todos somos pecadores, o Senhor nos diz: ‘vem, coragem, não estás mais descartado, eu te abraço, eu te perdoo’. Assim é a misericórdia de Deus. Temos que ter coragem e ir até ele, pedir perdão dos nossos pecados e seguir adiante com coragem como fez esta mulher”.

Este abraço de Cristo coloca tudo às claras:

“Um descartado sempre faz algo escondido, durante toda a vida. Pensemos aos leprosos daquele tempo, ou aos sem teto de hoje, pensemos aos pecadores, a nós pecadores, sempre fazemos algo às escondidas, como se tivéssemos a necessidade de agir assim porque nos envergonhamos daquilo que somos: e Cristo nos liberta disso, e nos coloca em pé: ‘levanta, vem, em pé”.

Antes de conceder a bênção, o Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa presentes na Praça: em particular os sacerdotes do Pontifício Colégio Pio Brasileiro em Roma, os tripulantes da Marinha do Brasil e os fiéis de Vitória.

Papa institui "Dicasterio para o Desenvolvimento Humano Integral"




(RV) O Vaticano vai ter a partir de 2017 um novo “Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral”. O Motu Próprio da sua instituição foi publicado nesta quarta-feira pelo jornal “L’Osservatore Romano”  com o relativo Estatuto. Esses dois documentos foram aprovados pelo Papa Francisco no dia 17 de agosto, sob proposta do Conselho dos Cardeais – lê-se num comunicado à imprensa.

Para este novo Dicastério confluirão a partir de 1 de Janeiro de 2017, quatro Conselhos Pontifícios: Justiça e Paz; o Conselho “Cor Unum”, Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, e Pastoral para os Operadores da Saúde. Nessa data esses quatro Dicastérios cessarão de existir, sendo abrogados com base na Constituição apostólica Pastor Bunus.

Um secção do novo Dicastério exprime, de forma especial, a solicitude do Papa Francisco pelos refugiados e migrantes. Com efeito – lê-se na nota - não pode haver um serviço ao desenvolvimento humano integral sem uma particular atenção ao fenómeno migratório. Por isso essa secção ficará temporariamente sobre a direcção directa do Papa.

O Papa nomeou como Prefeito do novo Dicastério, o Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, actual Presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz.

No Motu Próprio de instituição do novo Dicastério, o Papa  Francisco escreve que a Igreja está chamada, sempre de forma nova e adequada  a promover o desenvolvimento integral do homem à luz do Evangelho. Isto tem lugar mediante o cuidado dos bens incomensuráveis da justiça, paz e da protecção da criação.

Então para implementar a solicitude da Santa Sé nesses âmbitos, bem como nos relacionados com a saúde e obras de caridade, instituiu-se este novo Dicastério que terá competências, de modo particular, nas áreas relacionadas com as migrações, com os necessitados, os enfermos e excluídos, os marginalizados e as vítimas dos conflitos armados e desastres naturais, os encarcerados, os desempregados e as vítimas de qualquer forma de escravidão e de tortura.

Por conseguinte, o novo Dicastério é chamado, segundo o seu Estatuto, a aprofundar a Doutrina Social da Igreja, fazendo com que “seja largamente difundida e posta em prática, e fazendo com que as relações sociais, económicas e políticas sejam cada vez mais permeadas pelo espírito do Evangelho”.

São, portanto, constituídas, junto do novo Dicastério diversas Comissões: a Comissão para a ecologia e a Comissão para os Operadores da Saúde, presididas pelo próprio Prefeito do Dicastério cujas competências se estendem também à Cáritas Internationalis. O Dicastério assume também as competências da Santa Sé no que diz respeito à criação e vigilância de associações internacionais de caridade e dos fundos instituídos para o mesmo fim.

(DA) 

30 agosto, 2016

Exposição sobre Madre Teresa de Calcutá




(RV) Nova York – A Missão de Observação Permanente da Santa Sé na ONU e a organização jurídica Alliance Defending Freedom (ADF, Aliança pela Defesa da Liberdade), exporão uma retrospectiva na sede de Nova Iorque da Organização das Nações Unidas sobre a vida, obra e legado de Madre Teresa de Calcutá.

A exposição sobre a fundadora das Missionárias da Caridade e  a sua obra em favor dos pobres, que será canonizada pelo Papa Francisco no próximo dia 4 de Setembro de 2016, intitula-se 'A vida de Madre Teresa e o seu legado para a ONU' e será montada no edifício de conferências da sede da ONU em Nova Iorque, de 6 a 9 de Setembro próximo.

No último dia, haverá uma conferência sobre a futura santa com testemunhos e painéis sobre a sua vida e sua obra junto aos mais pobres, em defesa da paz e sem deixar ninguém para trás.

Em Dezembro de 2015, o Papa Francisco aprovou os milagres necessários para declarar santa Teresa de Calcutá, vencedora do Prémio Nobel da Paz em 1979.

Nova York – A Missão de Observação Permanente da Santa Sé na ONU e a organização jurídica Alliance Defending Freedom (ADF, Aliança pela Defesa da Liberdade), exporão uma retrospectiva na sede de Nova Iorque da Organização das Nações Unidas sobre a vida, obra e legado de Madre Teresa de Calcutá.

A exposição sobre a fundadora das Missionárias da Caridade e  a sua obra em favor dos pobres, que será canonizada pelo Papa Francisco no próximo dia 4 de Setembro de 2016, intitula-se 'A vida de Madre Teresa e o seu legado para a ONU' e será montada no edifício de conferências da sede da ONU em Nova Iorque, de 6 a 9 de Setembro próximo.

No último dia, haverá uma conferência sobre a futura santa com testemunhos e painéis sobre a sua vida e sua obra junto aos mais pobres, em defesa da paz e sem deixar ninguém para trás.

Em Dezembro de 2015, o Papa Francisco aprovou os milagres necessários para declarar santa Teresa de Calcutá, vencedora do Prémio Nobel da Paz em 1979.

Madre Teresa falava com a clareza do coração - Irmã Mary Prema




(RV) Grande expectativa em todo o mundo pela iminente canonização de Madre Teresa de Calcutá, domingo 4 de Setembro, com uma Missa presidida na Praça de São Pedro pelo Papa Francisco. A cerimónia será um dos momentos altos do Ano Jubilar da Misericórdia, proclamada pelo Papa Bergoglio. Espera-se a participação de uma grande multidão de fiéis.
A colega italiana, Antonella Palermo, entrevistou a Irmã Mary Prema, terceira Superiora geral das Missionárias da Caridade, depois de Madre Teresa e a Irmã Nirmala…

- Madre Teresa morreu à guisa de santidade. Agora que faltam poucos dias para a sua canonização, o que mudou no vosso coração?

A canonização da nossa mãe é para nós uma grande honra. Dá-nos a oportunidade de lançar um olhar mais profundo para a sua vida, o seu trabalho e para a grande atenção que ela deu aos outros, mas também de olhar para a nossa vida em si. Este é, realmente, um momento de exame de consciência, um momento  para olharmos profundamente para a forma como vivemos a nossa vocação de Missionários da Caridade e, sobretudo, a nossa união com Deus na oração e na união com Jesus através dos mais pobres"

- Madre Teresa foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz em 1979. Num mundo permeado por constantes focos de guerra, como se pode reevocar o valor daquele reconhecimento na realidade de hoje?

O Prémio Nobel da Paz foi-lhe atribuído pelos esforços que fez pela unidade entre todos os povos, como filhos de um único Pai celeste. Este é um tema de grande actualidade. A paz é desejada por todos, mas é o resultado do perdão e do empenho na escuta das pessoas, para as poder compreender. Não se pode sempre pretender ter razão.”

- Na sua opinião, a Igreja de hoje é a que Madre Teresa desejava?

A madre não usava o seu tempo para pôr quesitos deste tipo: a Igreja deveria ser isto ou aquilo… Ela não analisava, usava o seu tempo para transmitir o sentido de responsabilidade, levando Jesus a sério. A madre dizia: “A Igreja somos tu e eu. Se queres que a Igreja seja santa, é teu e meu dever ser santas”. Ela viveu isso assim”.

- Madre Teresa tornou-se numa espécie de “santinho”, uma espécie de “amuleto” ?

Nós vivemos com ela e conhecemo-la. Venerar a sua imagem sem ver nela um modelo a imitar, seria injusto. A madre é a vida e permanece em nós. Ela reza por nós. Actuou na vida de muitas pessoas: vi isto de modo particular em Calcutà, onde os seus são visitados por milhares e milhares de peregrinos, pela gente pobre. Rezam, e madre escuta as suas preces. E voltam para as suas casas como a paz no coração, com a confiança e a esperança de que a vida possa ser melhor. A madre não é um “santinho”. É uma madre viva, operosa, em todo o lado. Nós temos necessidade dela, dos seus ensinamentos, da sua intercessão.”

- Ela foi capaz de falar alto e bom som com líderes políticos de todos os níveis…

A madre não ia de um lado para outro a pregar ou a ensinar a outras pessoas o que deveriam fazer ou não fazer. Quando ela falava, fazia-o com a clareza do coração. Não importava com quem falasse, o seu falar baseava-se sempre nos valores da vida: a espiritualidade, a oração, a família onde, por vezes, as relações devem ser sustidas pela aceitação do sofrimento e do perdão. O valor da vida religiosa como continuação da vida de Jesus. Ela trazia sempre consigo os valores dos mais pobres entre os pobres, que são grandes pessoas porque nos ensinam a aceitar o que a vida nos oferece. A madre nunca deu um passo à retaguarda na defesa da dignidade das pessoas.”

- Temos ainda fixa no coração e na mente a imagem das vossas quatro missionárias assassinadas em março passado no Yemen por um grupo de homens armados. “Mártires da indiferença”, disse o Papa na altura. Olhando para as perseguições das minorias religiosas que continuam a ter lugar em várias partes do mundo, a esperança de que um martírio do género possa servir para alguma coisa corre o risco de ser uma desilusão?

“Se olharmos com os olhos do mundo para a morte das nossas irmãs, é um desperdício de jovens vidas. Se olharmos com os olhos da fé é um grande privilégio dar a própria vida por aqueles que estamos a servir. As persecuções foram parte da cristandade desde o início. As perseguições são necessárias para que chegue o melhor da nossa vocação. As nossas irmãs livre e conscientemente permaneceram no serviço aos doentes em Aden, no Yemen. É uma grande dor, mas ao mesmo tempo uma grande honra saber que elas atingiram o escopo da sua vocação, que é a união com Deus, amando Jesus como Ele nos amou, perdoando aqueles que não sabem o que fazem”.

(DA)

29 agosto, 2016

Simpósio inter-cristão em Salónica - mensagem do Papa e de Bartolomeu




(RV) Decorre de 28 a 30 deste mês em Salónica, na Grécia, o tradicional Simpósio Intercristão  dos Teólogos Ortodoxos e Católicos promovido pelo Instituto Franciscano de Espiritualidade da Pontifícia Universidade Antonianium de Roma e pela Faculdade Teológica Ortodoxa da Universidade Aristóteles de Salónica. O escopo é favorecer o diálogo teológico e cultural entre católicos e ortodoxos.  O tema deste ano é “A necessidade de uma reevangelização das comunidades cristãs na Europa”.

Na mensagem que dirigiu ao Cardeal Kurt Koch, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o Papa Francisco sublinha que a presença na Europa de tantas pessoas que, embora baptizadas, não têm consciência do dom da fé recebida, não sentem a consolação que ela pode trazer e não participam plenamente da vida da comunidade cristã, representa um desafio para todas as Igrejas presentes no continente. Numa Europa onde esmorecem cada vez mais as ligações com as raízes cristãs, adverte-se claramente a necessidade de uma nova obra de evangelização – escreve o Papa sublinhando que este empenho missionário é sustido pela profunda convicção de que Cristo  sempre pode, com a sua novidade, renovar a nossa vida e a nossa comunidade, e mesmo que atravesse épocas obscuras e fraquezas eclesiais, a proposta cristã não envelhece nunca”.

O Papa exprime o desejo de que o Simpósio possa contribuir para encontrar novos caminhos, métodos criativos e uma linguagem adapta para fazer chegar o anúncio de Cristo em toda a sua beleza ao homem europeu contemporâneo.

Também o Patriarca Ecuménico de Constantinópla , Bartolomeu,  dirigiu uma mensagem ao Simpósio  em que sublinha que “segundo a sapiência dos Padres, “mesmo que sejam milhões os que escrevem os evangelhos, todos escrevem a mesma coisa, os muitos são um e nenhum membro da multidão dos autores pode prejudicar o um”. Mas, não obstante isto – prossegue – os recentes ataques terroristas em países da Europa Ocidental demonstram a absoluta necessidade de voltar a evangelizar o continente, porque o problema não reside tanto no terrorismo da parte de membros de uma particular religião, quanto na vasta descristianização da Europa que durante as últimas décadas segue o caminho de um contínuo afastamento dos valores e das tradições cristãs e está a adoptar novas teorias e costumes que se opõem completamente às leis de Deus.

A falta de favores estáveis e são e a liberdade desenfreada do homem que se orienta para escolhas catastróficas para o género humano, levaram o homem ao desespero e à procura de um apoio espiritual para poder pôr termo a esta corrida vertiginosa em direcção à destruição do mundo e dos valores humanos – escreve o Patriarca, segundo o qual o retorno à fé e à vida cristãs, o Único Evangelho de Cristo, à Luz, à Verdade e à Vida, é a única verdadeira Vida, que pode dar respostas concretas às preocupações do homem contemporâneo.

Bartolomeu considera por isso que na medida em que o Simpósio se encaminhar para a evangelização e a reevangelização da Europa no século XXI será muito importante, porque dará a possibilidade que seja ouvido mais ampla e claramente  o Evangelho que nos foi dado por Deus.

Papa recebeu Mark Zuckerberg, inventor do Facebook, e esposa



(RV) O Papa Francisco recebeu nesta segunda-feira, 29 de agosto, Mark Zuckerberg, fundador e CEO de Facebbok. Ele estava acompanhado pela esposa, Priscilla Chan. O colóquio foi sobre como usar as tecnologias de comunicação para aliviar a pobreza, encorajar a cultura do encontro e fazer chegar uma  mensagem de esperança, sobretudo às pessoas que vivem em situações muito difíceis – informa numa nota, o Director da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burk.

28 agosto, 2016

Angelus: Papa fala do valor da humildade e promete visitar as zonas do terramoto


(RV) Mais uma vez, o Papa exprimiu a sua proximidade espiritual aos habitantes das três regiões italianas (Lazio, Marche e Umbria) duramente atingidas pelo terramoto da passada quarta-feira, 24 de agosto.

“Penso de modo particular nas pessoas de Amatrice, Accumuli, Arquata, Pescara del Tronto e Norcia. Mais uma vez digo àquelas populações que a Igreja sente a sua dor e as suas preocupações, reza pelos defuntos e pelos sobreviventes”.

O Papa enalteceu depois a importância da solidariedade para ultrapassar provações tão dolorosas, solidariedade demonstrada pelas Autoridades, forças da ordem, protecção civil e voluntários. E acrescentou:

Caros irmãos e irmãs, logo que possível eu também hei-de ir visitar-vos, para vos levar pessoalmente o conforto da fé, o abraço de pai e irmão e o apoio da esperança cristã. Rezemos por esses irmãos e irmãs todos juntos”.

Promessa e oração feita pelo Papa juntamente com os fieis reunidos na Praça de São Pedro. Foi neste domingo ao meio dia da janela do Palácio Apostólico antes do habitual comentário evangelico que precede a oração do Angelus. Como habitualmente, o Papa teceu algumas considerações sobre o Evangelho deste domingo, XXII do tempo comum e em que, através de duas parábolas, Jesus nos leva a reflectir sobre o “lugar” e a “recompensa” e nos convida a ser humildes e a servir o próximo por amor a Deus e não por interesse.

O contexto geral é a casa de um chefe fariseu, onde Jesus observa os convidados ao almoço ansiar por ocupar os primeiros lugares. "É um cenário que vemos muitas vezes: procurar o primeiro lugar mesmo às cotoveladas" - afirmou o papa dizendo que sem querer ditar normas de comportamento, Jesus põe em evidência o “valor da humildade” – explicou o Papa, acrescentando que “a história ensina que o orgulho, a ânsia do sucesso, a vaidade, a ostentação são causas de muitos males”. Mas Jesus nos faz compreender porque é que é necessário escolher o último lugar, procurar a pequenez e o escondimento: a humildade.

Quando nos colocamos perante Deus nessa dimensão de humildade, Deus nos exalta, debruça-se em direcção a nós para nos elevar em direcção a Ele, porque quem quer que se exalte, será humilhado, e quem se humilha será exaltado”.

Trata-se, portanto, de duas atitudes opostas – disse o Papa: a de quem escolhe o seu próprio lugar e a de quem deixa que seja Deus a atribuir-lhe o lugar e espera de Deus a recompensa. E Francisco fez esta recomendação:

“Não o esqueçais: Deus paga muito mais dos que os homens! Ele nos dá um lugar mais bonito do que nos dão os homens! O lugar que Deus nos dá é próximo do seu coração e a sua recompensa é a vida eterna. “serás beato… receberás a tua recompensa na ressurreição dos justos”.

A segunda parábola está relacionada com a atitude de desinteresse que deve caracterizar a hospitalidade. Não fazer cálculos oportunistas quando convidamos alguém para um banquete. Convidar sim aqueles que não poderão retribuir com algo semelhante: pobres, coxos, inválidos, cegos, que são os privilegiados do Reino de Deus, pois que a mensagem fundamental do Evangelho é “servir o próximo por amor a Deus”.

“Hoje Jesus faz-se voz de quem não tem voz e dirige a cada um de nós um premente apelo a abrir o coração e a tornar nossos os sofrimentos e as ânsias dos pobres, dos famintos, dos marginalizados, dos refugiados, dos derrotados pela vida, de quantos são descartados  pela sociedade e pela prepotência dos mais fortes. E esses descartados representam na realidade  a grande maioria da população”.

A este respeito Francisco disse pensar, com gratidão, nos numerosos voluntários que prestam serviço nas cantinas, dando de comer a pessoas sós, em dificuldades, sem trabalho e sem casa. O trabalho nessas cantinas, tal como visitar os doentes, os presos… são “ginásios de caridade que difundem a cultura da gratuidade, porque quantos servem nelas o fazem por amor a Deus". Assim, continuou o Papa, “o serviço aos irmãos se torna testemunho  do amor, que torna credível o amor de Cristo”.

Francisco concluiu convidando a pedir à Virgem Maria para nos conduzir dia por dia ao “caminho da humildade a e nos tornar capazes de gestos gratuitos de acolhimento e de solidariedade em relação aos marginalizados, para nos tornarmo-nos dignos da recompensa divina”.

Após a oração mariana do Ângelus, Francisco renovou, como já referimos, a sua proximidade às vítimas do terramoto na Itália central, e recordou dois outros eventos, felizmente, de grande alegria:

Ontem em Santiago del Estero, na Argentina, foi proclamada Beata a irmã Maria Antónia de São José; o povo a chama “Mamã Antula”. O seu exemplar testemunho cristão, especialmente o seu apostolado na promoção dos Exercícios Espirituais possam suscitar o desejo de aderir cada vez mais a Cristo e ao Evangelho.“

O outro evento recordado pelo Papa é queue quinta-feira próxima 1 de Setembro será o Dia Mundial de Oração pela Atenção para com a Criação, jornada que será celebrada – disse – juntamente com os irmãos ortodoxos e de outras Igrejas:

Será uma ocasião para reforçar o empenho comum para a salvaguarda da vida, respeitando o ambiente e a natureza”.

Por fim o Papa saudou os peregrinos da Itália e de outros países, de modo particular um grupo de acólitos de missa da Áustria e os membros da “Fragata Libertad”, Navio-Escola da Argentina, dizendo-o em espanhol, porque frisou a “a terra puxa”.

A todos desejou bom domingo, bom almoço, e pediu o favor de não se esquecerem de rezar por ele.

27 agosto, 2016

XXXIX Assembleia Nacional do RCC



ORIENTADOR

Reitor do Seminário Maior de Cristo Rei
Olivais - Lisboa


ENSINAMENTOS
(27-08-16)






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Report. fotografica (GOVV)
(Clique na imagem)

Carta do Papa Francisco ao Bispo de Ventimiglia - S. Remo



Cidade do Vaticano (RV) – No dia 26 de Agosto, por ocasião da Solenidade de São Segundo, o Bispo da diocese italiana de Ventimiglia, Dom Antonio Suetta, publicou a carta do Santo Padre endereçada a ele e à comunidade diocesana, na qual exprime a sua proximidade pela situação vivida naquela região da Itália, pela numerosa presença de migrantes e refugiados que buscam uma nova esperança.

 A mensagem do Papa é uma resposta à carta enviada pelo prelado, em que relatava a “difícil situação da cidade de Ventimiglia, pela presença de numerosos migrantes e refugiados que desejam atravessar a fronteira ítalo-francesa”.

O Papa demonstra a sua proximidade “no afecto e na oração” ao Bispo, a toda a comunidade e a todos que trabalham “para ir ao encontro das necessidades destas pessoas que fogem da guerra e da violência, em busca de esperança e de um futuro de paz”.

Francisco agradece na mensagem os esforços que a comunidade diocesana está empregando “com admirável caridade evangélica, colocando os recursos humanos, logísticos e económicos em apoio a estes nossos irmãos e irmãs que vivem um drama imenso”.

“Encorajo o Senhor, os sacerdotes, as pessoas consagradas, os agentes da pastoral e as várias realidades eclesiais a prosseguirem no generoso empenho da hospitalidade e da solidariedade, para tornar-se sempre mais “Igreja em saída”, anunciadora do Evangelho da misericórdia e testemunha da esperança”.

Ao concluir, o Santo Padre assegura a sua oração pelas necessidades da Igreja de Ventimiglia – San Remo, pede orações para si e concede a sua Bênção Apostólica. (JE/FL)

Mensagem de Francisco para o 50º Dia Mundial da Paz



(RV) Cidade do Vaticano  – Foi publicado nesta sexta-feira (26/08), o tema da Mensagem do Papa para o 50° Dia Mundial da Paz que se celebrará no dia 1° de Janeiro de 2017.  “A não-violência: estilo de uma política para a Paz”: este é o tema escolhido por Francisco para o próximo Dia Mundial da Paz, o quarto do seu Pontificado.

A violência e a paz estão na origem de dois modos opostos de construir a sociedade. A difusão dos focos de violência gera experiências sociais gravíssimas e negativas.

O Papa resume esta situação na expressão “Terceira guerra mundial em capítulos”.

Pelo contrário, a paz tem consequências sociais positivas e permite um verdadeiro progresso. Devemos, portanto, agir nos espaços possíveis, negociando caminhos de paz, até mesmo onde tais caminhos parecem tortuosos ou impraticáveis, lê-se na mensagem.

Deste modo, a “não violência” pode assumir um significado mais amplo e novo: não apenas uma mera aspiração, inspiração, rejeição moral da violência, das barreiras, dos impulsos destruidores, mas também um método político realista, aberto à esperança.

Trata-se de um método político assente na primazia do direito. Se o direito e a igual dignidade de cada ser humano são salvaguardados sem discriminações e distinções, consequentemente, a “não violência”, entendida como método político, pode constituir um instrumento realista para superar os conflitos armados. Nesta perspectiva, é importante reconhecer, sempre mais, não o direito da força, mas a força do direito.

Com esta Mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Santo Padre deseja indicar um passo ulterior, um caminho de esperança apropriado às circunstâncias históricas presentes: chegar à solução das controvérsias por meio de negociações, evitando que elas se degenerem em conflito armado.

Por detrás desta perspectiva, há também o respeito pela cultura e a identidade dos povos, portanto, a superação da ideia segundo a qual uma parte é moralmente superior à outra.

Mas, ao mesmo tempo, isto não significa que uma nação possa ser indiferente diante das tragédias de outras. Pelo contrário, significa reconhecer a primazia da diplomacia diante dos estrondos das armas.

O tráfico mundial das armas é tão vasto a ponto de ser subestimado. O tráfico ilegal das armas sustenta muitos conflitos no mundo. A “não violência”, como estilo político, pode e deve fazer muito mais para superar este flagelo.

De recordar que o Dia Mundial da Paz teve início por desejo do Beato Papa Paulo VI e é celebrado todos os anos no dia 1° de Janeiro de cada novo ano. A Mensagem do Papa é enviada a todas as Chancelarias do mundo e serve de guia para as directrizes diplomáticas da Santa Sé.