04 junho, 2016

"Sem mística, a vossa missão não é nada" - Papa aos Directores das POM




(RV) O Papa recebeu hoje, 4 de Junho, na Sala Clementina, no Vaticano, 170 participantes na Assembleia das Pontifícias Obras Missionárias (POM, um encontro que recordou o Papa, calhou este ano no centenário da fundação da Pontifícia União Missionária.

Foi, de facto, em 1916 que o Papa Bento XV aprovou essa União surgida da mente do Beato Paolo Manna, sacerdote missionário do PIME, Pontifício Instituto Missões Estrangeiras.

Em 1950, 40 anos depois, o Papa Pio XII qualificava a União de “Pontifícia”. Obra que levou a Igreja a ter uma consciência cada vez maior da sua natureza missionária e se consolidou com o Concilio Vaticano II.

No discurso dirigido aos Directores Nacionais das POM e aos Colaboradores da Congregação para a Evangelização dos Povos, Francisco recordou que a tarefa da União Missionária é iluminar, dar ânimo, agir organizando os sacerdotes com vista à missão. Mas isto não significa – disse o Papa – reduzir tudo a uma realidade simplesmente clerical. Há que envolver todos; fieis, pastores, casados e consagrados, Igreja universal e Igrejas particulares, por forma a manter a Igreja sempre e em todo o lado em estado de missão, que é, todavia, obra de Deus. “A missão faz com que a Igreja se mantenha fiel à vontade de Deus” – prosseguiu o Papa, exortando as POM a não se limitarem à recolha e distribuição de ajudas económicas, pois que “o coração do vosso empenho” – disse-lhes – é “um generoso trabalho de formação permanente à missão”, no sentido de alimentar a identidade missionária da Igreja inteira.

Francisco disse temer que as POM sejam perfeitamente organizativas, como uma ONG, mas sem paixão, sem mística, a mística dos santos, e disse-lhes: "sem a mística a vossa acção não é nada".

O Papa sublinhou também o facto de as igrejas particulares mais jovens ajudas pelas POM poderem transmitir às mais antigas um novo vigor na fé, a esperança cristã, mesmo no martírio, e encorajou as POM a “servirem com grande amor as Igrejas que, graças ao martírio, nos dão testemunho da forma como o Evangelho nos torna partícipes da vida de Deus e o fazem por atracção e não por proselitismo”.

E neste Ano Santo da Misericórdia – concluiu Francisco – o ardor missionário do Beato Paolo Manna continue a ajudar no entusiasmo, na renovação, no repensar e no reformar o serviço das POM à Igreja.

(DA)

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