20 junho, 2016

Papa: cristãos se olhem no espelho antes de julgar



(RV) Antes de julgar os outros, devemos olhar no espelho para ver como somos. Foi a exortação do Papa na missa desta segunda-feira (20/06), na Casa Santa Marta. O Pontífice sublinhou que aquilo que distingue o juízo de Deus do nosso não é a omnipotência, mas a misericórdia.

O juízo pertence somente a Deus; por isso, se não quisermos ser julgados, nós também não devemos julgar os outros. Concentrando-se na leitura do Evangelho do dia, o Papa observou que ‘todos nós queremos que no Dia do Juízo, o Senhor nos olhe com benevolência, que se esqueça das coisas feias que fizemos na vida’.

Por isso, ‘se julgas continuamente os outros – advertiu – serás julgado com a mesma medida’. “O Senhor – prosseguiu – nos pede para nos olharmos no espelho”:

“Olha no espelho... mas não para se maquiar, para que não se vejam as tuas rugas. Não, não, não é este o conselho... Olha no espelho para te veres a ti mesmo, como és. ‘Porque olhas o argueiro que está no olho do teu irmão e não reparas na trave que está no teu? Como podes dizer ao teu irmão ‘Deixa que tire o argueiro que tens na vista, enquanto a trave está na tua?’. E como nos define o Senhor, quando fazemos isso? Com uma só palavra: ‘Hipócrita’. Tira primeiro a trave do teu olho, e só então, poderás ver bem e tirar o argueiro do olho do seu irmão”.

O Senhor, disse o Papa, podemos notar que “fica um pouco com raiva aqui”, nos chama de hipócritas quando nos colocamos no lugar de Deus”. Isto, acrescentou, é o que a serpente persuadiu a fazer Adão e Eva: “Se comerdes isso, sereis como Ele”. Eles, disse o Papa, “queriam tomar o lugar de Deus”:

“Por isso é feio julgar. O juízo é só de Deus, somente d’Ele! A nós o amor, a compreensão, rezar pelos outros quando vemos coisas que não são boas, mas também falar com eles: ‘Mas, olha, eu vejo isso, talvez ...' Mas jamais julgar. Nunca. E isso é hipocrisia, se nós julgamos”.

Quando julgamos, continuou, “nós nos colocamos no lugar de Deus”, mas “o nosso julgamento é um julgamento pobre”, nunca “pode ser um verdadeiro julgamento”. “E porque – pergunta-se o Papa - o nosso não pode ser como o de Deus? Porque Deus é Todo-Poderoso e nós não?” Não, é a resposta de Francisco, “porque no nosso julgamento falta a misericórdia. E quando Deus julga, julga com misericórdia”:

“Pensemos hoje no que o Senhor nos diz: não julgar, para não ser julgado; a medida, o modo, a medida com a qual julgamos será a mesma que usarão para connosco; e, em terceiro lugar, vamos nos olhar no espelho antes de julgar. ‘Mas aquele faz isso... isto faz o outro...’ ‘Mas, espere um pouco... ', eu me olho no espelho e depois penso. Pelo contrário, eu vou ser um hipócrita, porque eu me coloco no lugar de Deus e, também, o meu julgamento é um julgamento pobre; carece-lhe algo tão importante que tem o julgamento de Deus, falta a misericórdia. Que o Senhor nos faça entender bem essas coisas”. (BS-CM-SP)

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