21 abril, 2016

Francisco à Caritas: sede para os pobres a carícia da Igreja




(RV) O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (21/04), na Sala Paulo VI, no Vaticano, os participantes da conferência promovida pela Caritas Italiana, um encontro que teve lugar em Sacrofano, cidade próxima de Roma, e contou com a presença de membros das Caritas espalhadas pelas dioceses italianas.

O pontífice recordou que há 45 anos nascia esse organismo eclesial, fortemente desejado pelo Beato Paulo VI. Em 1972, por ocasião do primeiro encontro nacional da Caritas, ele confiou ao organismo o seguinte mandato: “Conscientizar as Igrejas locais e os fiéis ao sentido e dever da caridade em formas cônsonas às necessidades e aos tempos”.

“Hoje, com fidelidade renovada ao Evangelho e ao mandato recebido, vós entrais em novas estradas de confronto e avaliação para aprofundar e orientar melhor o que até agora foi feito e desenvolvido. A sua missão educacional, que visa sempre à comunhão na Igreja e a um serviço com horizontes amplos, requer o compromisso de um amor concreto a todo ser humano, com uma opção preferencial pelos pobres”, destacou o Papa.

“Diante dos desafios e contradições do nosso tempo, a Caritas tem a difícil, mas fundamental tarefa de fazer com que o serviço caritativo se torne um compromisso de cada um de nós e que toda comunidade cristã se torne sujeito de caridade. Eis o objectivo principal do ser e agir da Caritas: ser estímulo e ânimo a fim de que toda a comunidade cresça na caridade e saiba encontrar caminhos novos para estar próxima aos pobres, seja capaz de ler e enfrentar as situações que oprimem milhões de fiéis, na Itália, em demais países da Europa, e no mundo.”

O Papa também recordou que “diante dos desafios globais que semeiam medo, iniquidade, especulações financeiras, degradação ambiental e guerras, é necessário educar para o encontro respeitoso e fraterno entre culturas e civilizações para o cuidado da Criação e por uma ecologia integral”.

Francisco encorajou os membros da Caritas a promoverem comunidades que tenham paixão pelo diálogo e reconciliação, que se esforcem para prevenir a marginalização, que incidam nos mecanismos que geram injustiça, trabalhem contra toda estrutura de pecado. “Trata-se de educar pessoas e grupos a estilos de vida conscientes a fim de que todos se sintam responsáveis por todos. Este é o trabalho valioso e extenso das Caritas paroquiais que é preciso difundir cada vez mais no território.”

O Papa convidou também as Caritas a prosseguirem no compromisso e proximidade aos migrantes.

“O fenómeno das migrações, que hoje apresenta aspectos críticos que devem ser geridos com políticas orgânicas e previdentes, permanece uma riqueza e um recurso, sob diferentes pontos de vista. Que possais favorecer cada vez mais a integração entre populações estrangeiras e cidadãos italianos, oferecendo aos agentes instrumentos culturais e profissionais adequados à complexidade do fenómeno e suas peculiaridades”, disse Francisco.

“O testemunho da Caritas se torna autêntico e crível quando envolve todos os momentos e relações da vida, mas o seu berço e sua casa é a família, Igreja doméstica. A família é constitucionalmente ‘Caritas’ porque o próprio Deus a fez assim: a alma da família e da sua missão é o amor. Este amor misericordioso que eu recordei na Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris laetitia, sabe acompanhar, discernir e integrar as situações de fragilidade”, concluiu o ontífice. (BS/MJ)

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