02 setembro, 2015

Papa Francisco presidiu a Oração pelo cuidado da Criação

(RV) Nesta terça-feira dia 1 de setembro o Papa Francisco presidiu na Basílica de S. Pedro a uma Celebração da Palavra no Dia de Oração pelo cuidado da Criação. Uma celebração vivida em comunhão com os irmãos ortodoxos.

A homilia deste momento de oração foi proferida pelo Pregador da Casa Pontifícia, o Padre Raniero Cantalamessa, que abordou o tema do cuidado da Criação afirmando, desde logo, que na origem da crise ecológica atual está o domínio indiscriminado do ser humano sobre a Natureza. Sublinhou que o ser humano foi criado “à imagem e semelhança de Deus e não à imagem e semelhança de patrões humanos”.

Desta forma, o ser humano é imagem de Deus, portanto, é “garantia e não ameaça para a Criação”. O Padre Cantalamessa afirmou que a Bíblia revela-nos a hierarquia que existe na Natureza e que esta tem vindo a ser violada, por exemplo, “quando se fazem despesas loucas por animais, não certamente por aqueles que estão em perigo de extinção, enquanto se deixam morrer de fome e de doença milhões de crianças debaixo dos nossos olhos”.

O Pregador da Casa Pontifícia afirmou, assim, a preocupação sobre o futuro dos habitantes do planeta declarando, contudo, que “ninguém pode servir seriamente a causa da salvaguarda da Criação se não tem a coragem de apontar o dedo contra a acumulação de riquezas exageradas nas mãos de poucos e contra a tirania do dinheiro”.

Finalmente, a reflexão sobre o contributo da fé para a salvaguarda da Criação, da qual o Padre Raniero destacou um modelo: Francisco de Assis que nos ajuda a perceber que devemos substituir a posse pela contemplação da Criação:

“Francisco aponta-nos a estrada para uma mudança radical na nossa relação com a Criação: esta revolução consiste em substituir a posse pela contemplação. Ele descobriu um modo diferente de gozar das coisas que é aquele de contemplar e não de possuí-las.”

Para o futuro o Padre Cantalamessa deixou um conselho: cuidar da Criação começa por cada um de nós, pois é necessário mudar o coração do ser humano:

“Que sentido tem, por exemplo, acusar quem polui a atmosfera, os oceanos e as florestas, se eu não hesito em atirar do cimo de uma torrente ou no mar, uma saca de plástico que ficará ali por um século, se alguém não a recuperar, se deito fora onde calha, estrada ou bosque, aquilo de que me quero libertar, ou se mancho os muros da minha cidade?”

(RS)

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